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SEMINÁRIO DE GESTÃO

Especialista aponta desafios do Governo Eletrônico e relata experiência na implantação do sistema no executivo federal

26 de fevereiro de 2016 | Governo do Estado de Rondônia

Com a palestra “Governo Eletrônico: Transparência e Oportunidade para os Governos”, o coordenador do projeto de integração dos sistemas de informação do executivo federal mediante a utilização do E-Ping, Marcos Vinícius da Costa, fez um relato dos desafios da experiência de sua implantação iniciada em 2010, durante sua exposição na tarde dessa quinta-feira (25), no 2º Seminário de Gestão Pública, no Teatro Guaporé, anexo ao Teatro Palácio das Artes, em Porto Velho. O governador Confúcio Moura prestigiou a palestra.

Palestrante responde perguntas do publico

Palestrante responde perguntas do público

O E-Ping é um modelo (documento) global de dados que trata dos padrões que permitem a integração dos sistemas de informação adotados pelos diversos órgãos do governo federal. Esse processo, iniciado e consolidado nos Ministérios da Fazenda e Planejamento, culmina com o governo eletrônico, que segundo o palestrante apresentou dois desafios.

“O primeiro deles foi como integrar a cadeia de macroprocessos de planejamento, orçamento e finanças, com a quantidade de ministérios, secretarias e departamentos que se tem, para se criar uma visão de que o governo é provedor de serviços para a sociedade, e isso é transversal, deve varrer todo o governo, com origem na previsão de receita e saída de despesa, para atender à sociedade”, explicou Marcos Vinicius.

Nesse processo de buscar a integração de informações, ele conta que um entrave foi detectado: os sistemas de informação do governo federal são fragmentados. “Cada ministério, cada secretaria e departamento dentro dos ministérios tem um sistema de informação diferente. A fragmentação fica mais grave quando são sistemas antigos; aí não consegue integrar mesmo, porque é questão de padrão tecnológico. Fica muito caro pegar o sistema mais antigo e trazer para uma versão mais nova”, explicou o palestrante.

A solução recomendada pelo E-Ping é manter a situação e começar a trabalhar com novos serviços dentro dos padrões de interoperabilidade, conceito definido pelo palestrante como a capacidade de sistemas e organizações trabalharem em conjunto. “Juntar estruturas diferentes, sejam de sistemas e organizações, e fazer com que consigam trocar informações”, disse Marcos Vinicius.

Para fazer a interoperabilidade, o gestor precisa orquestrar os órgãos.

O palestrante disse que o segundo desafio para a adoção do governo eletrônico é que os sistemas não apoiam o processo decisório. “Você não usa os padrões para sistema legado (antigo) porque foi feito há muito tempo, e você tem desconhecimento de como usar os novos serviços. Os gestores de governo tradicionalmente não são administradores, e a demanda deles para a informação é uma demanda não só não estruturada como de ordem particular. Como acessar isso em sistemas mais antigos?”, indagou  Marcos Vinicius.

Essa realidade encontrada no governo federal há cinco anos é uma situação parecida com a de muitas regiões do Brasil, inclusive Rondônia, que foca no propósito de “deixar o estado integrado, modernizado, com processos de informação simplificados”, disse o governador Confúcio Moura ao fazer intervenção após uma mesa redonda com servidores que atuam com tecnologia da informação nas Secretarias de Finanças e Educação, o diretor-executivo de Tecnologia da Informação e Comunicação (Detic), Ronaldo Sawada Viegas; e o palestrante.

“Queremos que nosso estado seja melhor entendido, senão vira uma torre de babel, um presta uma informação, outro presta outra, e fica o cidadão andando de cima para baixo sem entender as nossas linguagens”, complementou o governador.

Ele registrou a importância da Detic, criada em 2011. “É o grande tradutor de tudo. Precisa traduzir as linguagens e colocar num sistema adequado para dar facilidade ao governo, para o governo poder conversar, porque hoje cada secretaria ainda trabalha com seu programa, seu jeito”.

Na interação com o público, Confúcio Moura disse que o estado não pode ser torre de babel

Na interação com o público, Confúcio Moura disse que o estado não pode ser torre de babel

A adoção do E-estado, programa conduzido pelo órgão, foi citado pelo governador como exemplo de esforço de modernização de Rondônia.

“Eu acredito que com cada um de vocês [gestores e funcionários] aqui presentes colocando o conhecimento individual no conjunto, no desejo de fazer, podemos chegar até o final do governo com as secretarias integradas”, disse Confúcio Moura, agradecendo ao palestrante pela exposição.

IMPORTÂNCIA E URGÊNCIA

A importância do governo eletrônico, de integrar sistemas, pelo governador Confúcio Moura demonstrada, é exatamente a condição necessária para os gestores terem uma visão do processo, reconhecerem, segundo Marcus Vinicius, a responsabilidade de cada ator envolvido e de entender o que cada um espera do outro.

“O desafio da integração é como lidar com a importância e a urgência.  Porque os órgãos estão sempre no sentido da urgência e não da importância. Para resolver o problema, se duplicam coisas que poderiam pegar noutro sistema. E a grande parte das redundâncias ocorre porque o gestor, o servidor, não sabe o que pegar e nem onde pegar. É uma dimensão complicada da interoperabilidade”, declarou Marcos Vinicius.

O palestrante disse ter ficado bem impressionado com a vontade demonstrada pelo governo de produzir a transformação em seus sistemas de informação, declarando ao governador que hoje a dimensão técnica está totalmente superada, “com padrões fortes e regulamentados”,  existindo no mercado não apenas o E-Ping mas muitos outros que podem ser utilizados.

O Governo Eletrônico do executivo federal, envolvendo nove sistemas de informação do Ministério do Planejamento e um do Ministério da Fazenda, levou um ano e meio para ser consolidado. “Foi um desafio que conseguimos vencer, com um modelo global de dados transversal para todo o governo, e esse processo, a integração, é possível aplicar em outros órgãos, ministérios”, disse Marcus Vinicius, que juntamente com os técnicos do estado da área de tecnologia da informação  respondeu a diversas perguntas de funcionários presentes.

Esta e as demais palestras do 2º Seminário de Gestão Publica estão sendo todas gravadas, e a Superintendência Estadual de Assuntos Estratégicos (Seae) irá dispor de todo o conteúdo na internet.

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Fonte
Texto: Mara Paraguassu
Fotos: Ésio Mendes
Secom - Governo de Rondônia

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