Ações integradas e formação de parcerias são discutidas para combater a pirataria no Rio Madeira

O Porto de Porto Velho, em conjunto à Secretaria do Estado de Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec) e o Instituto Combustível Legal (ICL), reuniu na quinta-feira (8),  diversos órgãos e institutos, por meio de seus representantes, para discutir ações integradas e formação de parcerias com o intuito de combater a pirataria no Rio Madeira.

O diretor executivo do ICL, Carlo Rodrigo Faccio apresentou estatísticas que revelam (entre outubro de 2020 a dezembro de 2023) foram registradas 26 ocorrências após ataques de homens armados. O total de combustível roubado chegou perto de oito milhões de litros, além do roubo de 17 botes de apoio operacional. O prejuízo estimado foi de, aproximadamente, R$ 48 milhões, sem considerar os valores de refretes.

“Para diminuir esse tipo de ocorrência, foi necessário investir em prevenção, fiscalização e conscientização. Dentro dessas ações, está a adesão de escolta armada nas embarcações que operam granel líquido, além da construção de um manual de boas práticas de transporte fluvial em colaboração com o Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP)”, afirmou Carlo Rodrigo.

O coronel e comandante regional de policiamento da Sesdec, Robinson Brancalhão, apresentou um panorama dos desafios da segurança pública no combate à “pirataria” no Madeira, como a comunicação dentro da Amazônia e a longa extensão territorial. Foi proposta a construção pela via privada de uma base fluvial da Polícia Militar do Estado de Rondônia (PMRO), equipada com sistema de alarme e comunicação por satélite, para patrulhar a região.

Representantes de outros órgãos enfatizaram a importância da troca de informações entre as bases do Poder Público

AÇÃO CONJUNTA

Os representantes de outros órgãos, como a Proteção ao Consumidor (Procon), Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO), Secretaria de Finanças (Sefin), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Capitania Fluvial enfatizaram a importância da troca de informações entre as diversas bases do Poder Público para agilizar os trâmites necessários. Outra linha de atuação é a investigação de quem está receptando o material dos roubos.

Além do impacto financeiro no setor do combustível, outro foco do roubo de cargas são os granéis sólidos, como soja e milho. No primeiro semestre de 2024, 53 ocorrências foram abertas por um único operador portuário. Mas o número pode ser bem maior. A subnotificação por parte de outros operadores de grãos é um obstáculo à obtenção de um número mais definido.

Na avaliação do presidente do Porto de Porto Velho, Fernando Parente, as empresas estão investindo com equipes de segurança. “Esperamos que a concessão da hidrovia possa trazer um cenário diferenciado para a região. Mas nosso desafio é a integração entre todos os atores que compõem a cadeia logística da navegação para avançarmos com as tratativas de segurança”, pontuou.

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