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EDUCAÇÃO

Inclusão: ribeirinhos, agricultores e indígenas fazem parte do público atendido pelo Centec Abaitará em Pimenta Bueno

30 de agosto de 2017 | Governo do Estado de Rondônia

Indígenas afirmam que conhecimento adquirido no Abaitará será aplicado nas aldeias

 

Dos mais de 300 alunos atendidos pelo Centro Técnico Estadual (Centec) de Educação Rural Abaitará, localizado no município de Pimenta Bueno, há ribeirinhos, indígenas e filhos de agricultores que, além de cursar o ensino regular do 1º ao 3º do Ensino Médio, têm a oportunidade de fazer cursos técnicos em agroecologia, agronegócio, agropecuária, aquicultura e informática, em regime de internato.

‘‘Aqui é experimentado um modelo de inclusão social. Tem filhos de prefeitos, vereadores, indígenas, estamos dando oportunidade a todos os brasileiros na igualdade de direito como é um princípio fundamental da Declaração Universal do Direito do Homem. Todos nascem iguais perante a lei e assim desta maneira que nós estamos tocando a educação em Rondônia’’, afirma o governador Confúcio Moura.

Filhos de agricultores é o público mais comum na instituição. Gente interessada em transformar as propriedades rurais em negócios lucrativos e sustentáveis. A estudante do 1º ano, Jennifer França Correa, 15 anos, é filha de vaqueiro, mora em Rolim de Moura e disse que o Abaitará provoca transformações na forma de enxergar o agronegócio. ‘‘Eles abrem a mente da gente para coisas novas, mostram que existem alternativas diferentes do que os nossos pais praticam’’, disse.

É o defende também o estudante do 2° ano Thiago Willian de Miranda, 17 anos, filho de agricultor e morador do Projeto Casulo, em Pimenta Bueno. ‘‘Percebi que a gente fazia muita coisa errada como cova, irrigação e aqui aprendemos a como corrigir isso’’.  Corrigir a velha forma da produção do campo e superar a resistência dos pais as novas práticas fazem parte dos desafios dos estudantes.

‘‘Meu pai produzia com agrotóxico e eu vi que o foco da agricultura não é esse, a gente pode produzir com biofertilizantes. No começo meu pai não queria aceitar muito, mas depois ele foi vendo que é uma maneira de se produzir com qualidade e manter o ambiente saudável. Eu vi que a vida no campo é boa. ’’, conta a estudante Jayne Santos de Farias, 16 anos, que faz o curso de agroecologia.

 

“O que eu aprendo aqui vai ajudar minha comunidade’’, Adelnicia Oromon, aluna do Abaitará

 

Este ano, o Abaitará recebeu um novo público. São cerca de 50 entre indígenas e ribeirinhos, gente que não olha para a distância, mas para a oportunidade única de receber um ensino profissionalizante de qualidade e de forma gratuita.  ‘‘O Abaitará é o ponto de partida na vida dos jovens, se você tem um objetivo e quer alcançar eu indico o Abaitará. Estou aqui para buscar melhorias para a propriedade do meu pai. É preciso aplicar novas tecnologias. ’’, afirma Melrian Oliveira, 15 anos a estudante do 1º ano, moradora do distrito de Nova Califónia, em Porto Velho.

O Abaitará é desde o início do ano a nova casa das indígenas Francilene Oromon, 20 anos, Adelnicia Oromon, 21, e Marinalva Oronao, 18. ‘‘O que fez vir para cá é poder aprender um curso técnico’’, disse Francilene. Adelnicia já faz planos: ‘‘O que eu aprendo aqui vai ajudar minha comunidade’’, garante. Expectativa compartilhada com Marinalva. ‘‘É muito bom, vou levar esses conhecimentos para minha família’’, conta ela.

E a intenção é que assim como elas, novos indígenas também sejam incluídos na educação rural. ‘‘O que pretendemos é ampliar porque a aceitação foi muito boa. As famílias dos indígenas estão felizes porque os filhos tiveram essa oportunidade de sair da aldeia e buscar conhecimento e levar esse conhecimento para que as aldeias possam ser autossustentáveis com foco de melhorar a qualidade de vida’’, afirma a diretora do Centec Abaitará, Eliane Cristina de Faria.

Governador de Rondônia Confúcio Moura afirma que Abaitará é exemplo de inclusão social

No Centro Técnico, a cultura desses estudantes indígenas é valorizada e preservada.  ‘‘ O Abaitará não quer tirar esses meninos de suas raízes, de suas origens, pelo contrário, nós temos a preocupação muito grande com isso, tanto que hoje nós temos uma professora mestre em educação indígena e uma professora indígena para preservar cultura deles’’, garante.

Para o zootecnista José Tiago, a inclusão dos indígenas no Abaitará  foi uma surpresa agradável.  ‘‘A adequação do sistema de produção a realidade deles é muito interessante. E o que eles querem é a independência e a gente percebe que eles querem realmente aprender e levar para a comunidade deles. Essa identidade que eles estão construindo aqui na escola é de uma importância muito grande’’, avalia.

E para completar a inclusão da população tradicional na instituição, a direção do Centec Abaitará planeja novas ações estratégicas.  ‘‘ Para o ano que vem nós temos a proposta de atender os quilombolas que é outro povo que precisa ser assistido. Vamos até Pedras Negras e outras comunidades quilombolas do Estado mostrar o que é o Abaitará e se eles acharem que a gente tem condição de contribuir, nós vamos fazer em parceira com o governo, Seduc, com o Idep [Instituto de Desenvolvimento da Educação Profissional de Rondônia] que é o órgão que gere hoje o Abaitará e em parceria com os empresários, nós vamos trazer esses estudantes’’, destaca a diretora.

O Abaitará hoje é um espaço democrático, onde o ensino técnico de qualidade é ofertado gratuitamente para toda a juventude rondoniense.

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Fonte
Texto: Vanessa Moura
Fotos: Jeferson Mota
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Agricultura, Agropecuária, Capacitação, Educação, Governo, Inclusão Social, Meio Ambiente, Rondônia, Sociedade


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