Professora bilíngue faz defesa da dissertação de Mestrado na Unir

A defesa da dissertação do Mestrado foi prestigiada pelos surdos de Porto Velho

A professora Bilíngue de Libras/Português, Neide Alexandre do Nascimento, realizou sua defesa da dissertação de Mestrado Acadêmico de História e Estudos Culturais da Universidade Federal de Rondônia (Unir). Em respeito à Comunidade Surda do Brasil, a professora defendeu sua tese de mestrado na modalidade bilíngue: Libras – L1 e Interpretada em L2  Língua Portuguesa oral, pela profa. Mestra Ariana Boaventura.

A Consolidação da Educação de Surdos na Escola Bilíngue Porto Velho (2013-2019).  Com esse tema a professora foi aprovada no mestrado de História e Estudos Culturais da Universidade Federal de Rondônia – Unir. “Só foi possível a criação,  instrumentalização e consolidação da Escola Bilíngue Porto Velho,  devido a mobilização político-cultural dos Surdos”.

O trabalho foi apresentado no dia 23 de setembro, com o presidente da banca apresentando a pós-graduanda, o título da  respectiva Dissertação de Mestrado e os membros da comissão julgadora. A pós-graduanda teve 30 minutos  para expor a Dissertação. Em seguida passou a palavra à Comissão Julgadora, cujos os membros avaliaram e em seguida apresentaram as considerações finais e emitiram o parecer pela aprovação da candidata.

O objetivo central do trabalho foi analisar as medidas que foram  decisivas para a construção de práticas que levaram a resultados cujas normas puderam vir a se realizar de fato, com encaminhamentos políticos procedimentais e operacionais favoráveis tanto ao cumprimento da legislação aprovada democraticamente, como também dando respostas concretas aos pleitos do Movimento político-cultural Surdo e das propostas originalmente deflagradas em âmbito teórico-pedagógico para o seu benefício coletivo.

A trajetória nacional do “Movimento Surdo em favor da Educação e da Cultura Surda”, que, no nosso caso, levou à criação da Escola Bilíngue Porto Velho. Dos vários fatos, internacionais, nacionais, regionais e locais, um dos eventos que marcaram a constituição desse coletivo foi a manifestação ocorrida em maio de 2011, em Brasília, quando da iminente ameaça de fechamento da escola centenária, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (do Rio de Janeiro), provocando uma mobilização sem precedentes para a inclusão das “Escolas Bilíngues para Surdos” no Plano Nacional de Educação (PNE), hoje sancionado pela Lei n. º 13.005, de 25 junho de 2014.

Assim o levantamento de fatos políticos, de eventos de natureza cultural, das movimentações normativas e socioeconômicas, comprovou-se que a Escola Bilíngue em Libras e em Língua Portuguesa escrita, tornou-se o modelo mais aceito para funcionar no processo de ensino-aprendizagem da Pessoa Surda, no Brasil contemporâneo. O estudo de normas derivadas de discursos sócio referenciados, configura o estatuto mais fácil para detectar a realidade institucional do Brasil, na atualidade – pelo menos no que diga respeito ao caso do emprego da Língua Brasileira de Sinais.