Alunos e pais comparecem às urnas de votação para eleger diretores escolares

Simeoni Santos, aluno da Escola Estadual Castelo Branco, diz que sabe a importância de participar da eleição

Pela segunda vez exercendo a democracia este ano, Simeoni Santos, aluno do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Castelo Branco, votou pela primeira vez nas eleições para presidente em outubro deste ano, afirma que é de grande importância votar nas eleições para diretores e vice-diretores escolares para ter ‘voz’ nas melhorias da escola. Junto com ele, milhares de pais de alunos, estudantes e funcionários da rede pública estadual em todo o Estado estão indo às urnas nesta quarta-feira (10) para eleger os representantes para direção escolar de 2015.

O jovem de 17 anos conta que já tinha participado da mesma eleição em 2011, mas que neste ano teve mais consciência da seriedade do processo eleitoral. “É democrático, então fica nas mãos dos alunos e dos pais saberem se concordam ou não com a gestão atual da escola e mudar isso”, explica.

Simeoni considera que esta é a melhor forma de se escolher diretores, já que os candidatos conhecem a escola. “Se a pessoa não convive diariamente na escola, ela não saberá como é verdadeiramente. Tem que ser alguém que conhece”, comenta.

Mesmo que alguns levem na brincadeira, segundo o aluno Lucas Cavalcante, do 2º ano do ensino médio da Castelo Branco, a maioria dos estudantes entende o que a eleição representa. “Têm aqueles que não querem participar, outros que vão só pela zoeira, mas muitos vêm para votar de verdade”, pondera o adolescente, que participa da comissão ajudando a fiscalizar e levar os demais alunos para votar.

A professora Joeliza Lamarão faz a listagem dos alunos aptos a votar durante a eleição

Como nunca votou – dentro ou fora da escola, Lucas vê esta eleição como forma de garantir experiências para um futuro próximo. “É importante para que a direção possa nos ouvir, e também um exercício para votar nas próximas eleições fora da escola”, diz.

Além de Lucas, funcionários da escola ajudam no dia da eleição. É o caso da professora Joeliza Lamarão, que fica responsável pela listagem dos alunos que poderão votar. “A estrutura é quase a mesma de uma eleição política – há presidente da comissão, os mesários, a lista com os nomes dos alunos que podem votar. Tudo certinho”, explana.

A professora explica que, após a verificação do nome, o estudante assina a lista, recebe a cédula de votação, marca a favor da chapa de sua preferência e deposita na urna. Se a escola apresentar chapa única, a votação continua sendo a mesma, no entanto, caso aconteça reprovação majoritária (50% + 1), a nova direção fica sob responsabilidade da indicação do titular da Secretaria de Estado da Educação (Seduc).

A votação é aberta e facultativa para alunos que têm 14 anos ou mais, aos pais de estudantes com idade inferior a 14 anos e funcionários da escola. Marilene Melo é professora de história do Instituto de Ensino Estadual Carmela Dutra, na capital, e votou nesta quarta-feira.

Marilene Melo é professora de história no Carmela Dutra e também votou

A educadora conta que conversou com os alunos durante as aulas sobre o regime democrático da escolha de diretores. “Na época das eleições para presidente do Brasil, fizemos uma apresentação estimulando o senso de democracia. Acho que a partir daquela atividade, eles puderam entender a importância e aplicarão nas eleições de hoje”, garante Marilene.

A filha da funcionária pública Alessandra Ribeiro estuda no 7º ano do ensino fundamental do Carmela Dutra, tem 12 anos e ainda não pode votar. Mas, Alessandra fez questão de ir até a escola e estar presente neste momento. “Procuro sempre estar próxima, frequentando as reuniões, participando de atividades, e não seria diferente agora. Pra mim, quem não participa, não tem o direito de reclamar depois”, comenta categoricamente.

De acordo com a presidente da comissão escolar do Carmela Dutra, Sulamita Casara, o período da tarde é quando há mais gente votando, tanto alunos como pais. “De manhã muitos pais trabalham e acabam deixando para o final da tarde, quando estão saindo do trabalho, para votar”, relata. A presidente comenta que os pais que aparecem para votar são aqueles que mais acompanham o filho durante o ano letivo e que conhecem as dificuldades da escola de perto.

Sulamita informa que a comissão eleitoral é formada por um presidente, secretário, mãe de aluno e aluno. “Essa composição é para dar veracidade ao processo de eleição e também para representar cada setor da escola”, explica. E no Carmela Dutra, a aluna do 9º ano do fundamental Victória Villar, de 14 anos, foi escolhida para representar a parte docente das eleições.

Victória Villar, do 9º ano do fundamental do Carmela Dutra, representou os alunos na comissão escolar

A garota conta que sempre gostou de interagir com a escola participando de atividades, e, após a direção indicá-la para o cargo, achou importante incentivar os demais estudantes a votar. “A participação deles acaba ajudando a saber como está o desempenho da direção”, avalia. Mesmo sendo voto facultativo, Victória diz que quem participa, quer ter um pouco de influência. “Quem vota quer fazer a diferença, quer ter expressão”, garante.

A eleição para diretores e vice-diretores acontece nesta quarta-feira (10) até às 21h nas 329 escolas estaduais de Rondônia. A equipe do setor de Gestão Democrática contabilizou 465 chapas inscritas, sendo destas 441 homologadas para concorrer à eleição.

O resultado das eleições será divulgado no dia 23 de dezembro e a posse dos eleitos no dia 16 de janeiro de 2015.