Governo de Rondônia
24/12/2024

SAÚDE PÚBLICA

Agevisa chama atenção para aumento da ocorrência de casos de leptospirose em Rondônia

15 de abril de 2020 | Governo do Estado de Rondônia

Mesmo em tempos da pandemia instalada do coronavírus, a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) redobra esforços para evitar o descontrole nas ocorrências de outras doenças não menos perigosas, como leptospirose, causada por uma bactéria presente na urina dos ratos, que se proliferam rapidamente em época de chuvas, e infestam casas, quintais e outros lugares insalubres.

O risco de contaminação pela leptospirose aumenta bastante no período de chuvas com as enxurradas e a lama que se formam nos limites das casas pelo esgoto a céu aberto

De acordo com a médica veterinária Luzimar de Souto Amorim, coordenadora do Programa de Vigilância e Controle da Leptospirose e Pragas Sinantrópicas da Agevisa, pelos dados tabulados na Agência, em 2019 foram registrados 25 casos de leptospirose em todo Estado de Rondônia, dos quais sete em Porto Velho, o maior número de ocorrências entre os municípios, o que se justifica pelo maior contingente populacional e pela falta de saneamento básico.

Nos três primeiros meses do ano a Capital já registrou três dos cinco casos da doença no Estado. A médica chamou a atenção para os riscos de contaminação com a incidência das chuvas e as consequentes enxurradas e enchentes que carregam a bactéria dos esgotos e bueiros (habitat dos ratos) para as ruas e casas, tornando-se ambiente propício para a contaminação das pessoas. “Dessa forma qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama contaminadas poderá se infectar”, disse.

O QUE É LEPTOSPIROSE?

Enfermidade que atinge principalmente as camadas mais desassistidas da sociedade, a leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que resulta da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bactéria leptospira. Seu contágio ocorre através da pele com lesões (arranhões e feridas), com a imersão de parte do corpo por longos períodos em água contaminada (andar pelas enxurradas, esgotos) ou através de mucosas (ingestão de alimentos contaminados pela urina do rato), que ainda é muito comum.

Nunca é demais lembrar que no Brasil, a leptospirose é uma doença endêmica, tornando-se epidêmica em períodos chuvosos, principalmente nas capitais e áreas metropolitanas, devido às enchentes associadas à aglomeração populacional de baixa renda, às condições inadequadas de saneamento e à alta infestação de roedores infectados. As inundações propiciam a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos, geralmente comuns em áreas pobres e sem saneamento básico.

AGEVISA ORIENTA CUIDADOS

A Agevisa montou uma espécie de manual para orientar as comunidades em todo Estado de Rondônia, e de acordo com este manual, as orientações são as seguintes: “Manter os alimentos armazenados em vasilhames tampados e à prova de roedores; acondicionar o lixo em sacos plásticos em locais elevados do solo, colocando-o para coleta pouco antes do lixeiro passar; retirar e lavar os vasilhames de alimento dos animais de estimação todos os dias antes do anoitecer, – caso existam animais no domicílio (cães, gatos e outros); manter limpos e desmatados os terrenos baldios; manter roçados (limpos) a grama e mato do quintal para evitar que sirvam de abrigo para os ratos; e manter as caixas d’água, ralos e vasos sanitários fechados com tampas pesadas”.

Também consta do manual da Agevisa a orientação de “jamais jogar lixo à beira de córregos, pois além de atrair roedores, o lixo dificulta o escoamento das águas, agravando o problema das enchentes; fechar buracos de telhas, paredes e rodapés para evitar o ingresso dos ratos para dentro de sua casa; e rechaçar a presença de roedores no ambiente do lar, lembrando que uma vez instalados num determinado local, os ratos começam a se reproduzir, multiplicando-se rapidamente, o que dificulta o seu controle e aumenta o risco de transmitir doenças”.

A Agevisa orienta, por fim, que no ambiente rural, os cuidados devem ser os mesmos, ressaltando a importância e a necessidade do correto armazenamento de grãos, as colheitas no paiol, bem como os alimentos e rações para os animais que são altamente atrativos para roedores.

SINTOMAS E SOCORRO

Por outro lado, é preciso esclarecer que pela elevada incidência de contaminação em áreas insalubres, a taxa de letalidade, por incrível que se apresente, é de 40% nos casos mais graves, dado que exige a atenção de todos. Os sintomas mais frequentes são parecidos com os de outras doenças, como a gripe, podendo apresentar febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas (batata-da-perna), náuseas, vômitos, falta de apetite. E ainda podem ocorrer icterícia (coloração amarelada da pele e das mucosas).

Importa ressaltar, por oportuno, que nas formas mais graves são necessários cuidados especiais, inclusive internação hospitalar ante o risco de insuficiência renal (paralisação dos rins) e hemorragia, mais comumente pulmonar, que exigirá internação da pessoa infectada para tratamento. Dessa forma, diante da manifestação dos sintomas da leptospirose, a pessoa deve procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo de sua residência para se consultar.

 

Leia Mais:

 Agevisa realiza barreiras sanitárias de enfrentamento à Covid-19 na entrada fluvial de Porto Velho

 Agevisa apoia municípios em dificuldade no combate ao mosquito anofelino, transmissor da malária

 Equipes da Agevisa orientam população sobre forma correta de agir em caso de sintomas do coronavírus

 


Leia Mais
Todas as Notícias

Fonte
Texto: Cleuber Rodrigues Pereira
Fotos: Jeferson Mota
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Governo, Rondônia, Saúde


Compartilhe


Pular para o conteúdo