Simpósio na fronteira destaca desafios da saúde pública e propõe construção coletiva de carta por meio do controle social

Ultimo dia do evento reuniu representantes do controle social para discutir politicas publicas na fronteira

Entre os dias 13 e 15 de maio de 2025, o município de Guajará-Mirim sediou o Simpósio de Saúde na Fronteira, organizado pela Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa) e pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), com apoio do Governo do Estado de Rondônia. A iniciativa teve como foco central a articulação intersetorial frente aos desafios impostos pelas mudanças climáticas, pelos fluxos migratórios e pela necessidade de fortalecimento do controle social nas regiões de fronteira.

O evento foi realizado no auditório do Campus Jorge Vassilakis da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e reuniu representantes de instituições das esferas federal, estadual e municipal, além de forças de segurança pública, agências reguladoras e representantes do controle social. A programação foi dividida em três momentos estratégicos: o simulado de emergência em faixa de fronteira, o seminário técnico sobre saúde e mudanças climáticas e uma oficina temática voltada ao papel do controle social.

As discussões promovidas durante o simpósio demonstraram forte alinhamento com temas que compõem a agenda da COP30 – a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que ocorrerá no Brasil ainda este ano. O governador de Rondônia, Marcos Rocha, acredita que ao antecipar debates a partir da realidade vivida na fronteira entre Brasil e Bolívia, Rondônia reforça seu compromisso com estratégias preventivas, adaptativas e coordenadas para lidar com emergências climáticas que afetam diretamente a saúde das populações vulneráveis.

AGEVISA

O diretor-geral da Agevisa, Gilvander Gregório de Lima, destacou o papel histórico da agência na condução de ações contínuas na faixa de fronteira. “A Agevisa carrega não apenas a experiência técnica consolidada, mas também o sonho e a preocupação legítima de estabelecer um canal permanente de diálogo e cooperação com os territórios fronteiriços”, afirmou. Para ele, a construção coletiva da Carta de Intenções representa um avanço significativo para o Governo de Rondônia.

A presença internacional ficou marcada pela participação do médico boliviano Wilson Flores Gya, acompanhado de dois técnicos da saúde da Bolívia. Flores, que colabora com a Agevisa desde 2014, parabenizou a continuidade das parcerias e reafirmou o compromisso da saúde boliviana em fortalecer a cooperação transfronteiriça, especialmente em áreas como vacinação, vigilância de doenças e enfrentamento às ISTs, HIV/AIDS e hepatites virais.

GUAJARA-MIRIM

O simpósio contou ainda com a presença do prefeito de Guajará-Mirim, Fábio Netinho, e do secretário municipal de saúde, Márcio Brune. O prefeito ressaltou o papel histórico do município, conhecido como “a cidade dos tratados”, pela sua vocação para o diálogo e boa convivência com as cidades irmãs bolivianas. Para ele, o evento amplia as possibilidades de políticas públicas e reforça os laços institucionais e diplomáticos da região.

O simpósio culminou em um debate aprofundado sobre o papel do controle social na construção de políticas públicas em saúde voltadas ao enfrentamento das emergências climáticas. Representantes governamentais e da sociedade civil apresentaram propostas para ampliar a atuação preventiva, a vigilância ativa e a capacidade de resposta articulada diante dos impactos ambientais sobre a saúde humana.

NEIFRO

O gerente de gestão estratégica e modernização institucional da Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão – Sepog, Natan Oliveira, informou que o encerramento do evento foi marcado por um acordo para a construção coletiva da Carta de Intenções entre Brasil e Bolívia, que será encaminhada ao Núcleo Estadual para o Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira de Rondônia (Neifron) – instância responsável por articular secretarias e órgãos do Governo Estadual na formulação de ações voltadas ao desenvolvimento sustentável e à integração regional.

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