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22/11/2024

SAÚDE PÚBLICA

Mais estruturado e com atendimento humanizado, Pronto Socorro João Paulo ll segue sem pacientes no chão

09 de julho de 2020 | Governo do Estado de Rondônia

O hospital que virou referência bate recorde de pacientes e agora está bem melhor

Mais estruturado e sem a conhecida superlotação, o Hospital João Paulo II segue sendo o mais completo e o mais visitado de Porto Velho. Mesmo na pandemia da Covid-19, a busca de melhor humanização encontrou guarida no grupo SOS João Paulo, criado em 2019 para melhorá-lo em todos os aspectos.

Esforços contínuos do governo de Rondônia resultaram em expressiva força-tarefa que promoveu melhorias no atendimento. Paralelamente, Governo consolida o estudo para a construção do novo Pronto Socorro de Urgência e Emergência da Capital.

A situação era crítica: pacientes “internados” na garagem, ao relento, enfrentavam maus momentos, motivando queixas e até denúncias de parentes.

A grande demanda vem do interior, como constata o grupo SOS João Paulo. Em 2015, o hospital internou 15.832 pessoas, das quais, 10.693 vindas do interior do estado de Rondônia. Em 2019, foram 16.231. Este ano, até abril, mais 4.328 passaram por suas enfermarias, laboratórios, triagem e corredores.

Na gestão Marcos Rocha, tem recebido uma série de melhorias, desde os métodos internos de trabalho, reparos na estrutura física, às condutas clínicas de enfermagem e regulação. De sua parte, desde o ano passado, o Tribunal de Contas de Rondônia comprometeu-se a doar R$ 50 milhões para a construção do novo hospital pronto socorro.

Para o secretário estadual de saúde, Fernando Máximo, o apoio do governador Marcos Rocha “foi fundamental”. Ele também elogiou as equipes da Sesau e dos hospitais: “Todos vestiram a camisa, e nada receberam a mais por isso, porque estavam empenhados em cumprir a missão estratégica que acatou sugestões de todos para a construção de ideias”, assinalou.

DORES INESQUECÍVEIS

Antes das atividades do SOS João Paulo, a alta demanda de pacientes acarretava uma situação de difícil controle no hospital. A empresária Júlia Oliveira, 49, conta que em 2018 uma amiga teve um AVC e necessitou de acompanhante. “Ela teve paralisia no lado esquerdo do corpo, não conseguia andar, não subia na maca, tinha que ir ao banheiro com o meu apoio”, relata.

“Ficamos na sala de observação, havia só duas macas pequenas na enfermagem, uma cadeira de rodas, e um suporte de soro; não havia lugar para sentar, fiquei em pé o tempo todo”, lembra-se. À noite, ela dormia sentada numa cadeira de rodas.

Vítimas de acidentes com motos resultaram em 4.088 atendimentos em 2018, e fraturas de membros superiores, 1.204. Iva Alves, 47, dois filhos, foi uma das vítimas a conhecer o Hospital. “Desloquei meu braço quando caí, no bairro Flodoaldo [Pontes Pinto], fiquei duas horas para ser atendida”, ela conta.

Para este hospital pronto socorro convergem pacientes de Rondônia e de outros estados

MELHORIAS

Pela primeira vez na condição de acompanhante, Denise Sabrina Oliveira Santos, 34 anos, ficou com o pai internado há três semanas no JPII. “Ouvi algumas pessoas que lá se encontravam, também, com parentes ou amigos, comentando que hoje a realidade é outra, apesar da antiga estrutura do pronto socorro”, contou. Ela se referia à presença de pessoas acomodadas no chão, nos corredores ou na garagem, uma situação que era preocupante e dolorosa. “Aquilo realmente não existe mais; os pacientes ocupam os leitos, ninguém mais é deixado nos corredores, o atendimento médico é de alta qualidade, feito por profissionais atenciosos”, declarou Denise Santos.

O hospital dispunha de 70 leitos alugados no Hospital Santa Marcelina, 30 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Samar e 30 leitos de UTI do Ambulatório Médico de Especialidades (AME). Depois, outros dois hospitais privados reforçam o atendimento com médicos, enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas e medicamentos incluídos.

Para o secretário Fernando Máximo, a contratação de novos leitos possibilitou de vez o desafogamento no pronto-socorro. Outro elogio, desta vez, à consultoria do Hospital Sírio Libanês de São Paulo: “Tudo para conter a superlotação”.

Em 2019, mutirões resultaram em 2.234 cirurgias de ortopedia e exames de ressonância magnética em 2,2 mil pessoas, o que permitiu o desafogamento da lotação no JPII, quando muitos pacientes ficavam aguardando em internações no hospital até o momento da realização dos procedimentos.

Pacientes psiquiátricos também se beneficiaram dessa celeridade. A Sesau alterou o fluxo para eles. Dessa maneira, no JPII, após avaliado e medicado, o paciente já pode voltar para casa e, em extrema necessidade, ser encaminhado para internação na Ala de psiquiatria do Hospital de Base. Atualmente, conforme o secretário, evita-se internações desnecessárias. Ele próprio, em visita ao hospital, conversou com pacientes e conheceu a realidade de cada um. “A gente se emociona com os depoimentos deles, pois grande parte conheceu aquela realidade do chão, da garagem, expostos ao sol e a chuvas, e se sujeitavam a infecções”, comentou Fernando Máximo.

O QUE CONSEGUIU O SOS JOÃO PAULO

O grupo melhorou as condições de atendimento ao paciente, diminuindo a superlotação. O tempo de internação e liberação do paciente diminuiu e os servidores tiveram melhores condições de trabalho.

Fazem parte do grupo 30 profissionais Sesau, HP JP II, Hospital de Base, Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), entre eles enfermeiros, técnicos em enfermagem, médicos, fisioterapeutas e assistentes sociais.

O ambulatório de traumato-ortopedia no Hospital de Base passou a atender pacientes do JPII com pequenos traumas. Anteriormente, o fluxo padrão pedia que o paciente entrasse no pronto socorro, e na detecção de necessidade de cirurgia, aguardasse, ficando exposto à infecção e ocupando leito.

O funcionamento do ambulatório possibilitou ao paciente com trauma de leve proporção iniciar o atendimento no JPII e, após a radiografia e a confirmação de cirurgia ou outros procedimentos, ser encaminhado ao HB. Dessa maneira, se houver necessidade de cirurgia, o paciente é conduzido ao centro cirúrgico e, em seguida, liberado para casa.

Além das pequenas fraturas e outras lesões que não precisam de cirurgia, o ambulatório atende pacientes em acompanhamento pós-operatório. Esse atendimento demorava até 30 dias.

No fluxo de exames, a reorganização também foi essencial: pacientes de diversos municípios vinham para Porto Velho, em busca de atendimento no Hospital de Base, porém, davam entrada no JPII em finais de semana e feriados. Ou seja, ali permaneciam internados sem necessidade. O grupo SOS ajustou para que o paciente deixe sua cidade já regulado para atendimento direto no HB, onde, após o atendimento, retorna para casa.

Tuberculose e meningite – O fluxo no atendimento inicial com pacientes em suspeita de tuberculose e meningite foi alterado. Anteriormente, eles passavam pelo JPII e, quando confirmada a suspeita dessas doenças, seguiam para o Cemetron. Agora, eles seguem diretamente para o especialista, fazendo todos os exames. Ao JPII são encaminhados apenas aqueles que não confirmarem as suspeitas e estiverem com outros sintomas.

Importa destacar que o Hospital João Paulo II e o Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro estão atendendo apenas casos de urgência e emergência, nesse período de pandemia, sem a realização de sem cirurgias eletivas.

 

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Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Daiane Mendonça e Arquivo Secom
Secom - Governo de Rondônia

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