Governo de Rondônia
22/11/2024

PREVENÇÃO

Brucelose humana, intoxicações externas e surdez são prioridades do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador em 2018

20 de fevereiro de 2018 | Governo do Estado de Rondônia

Carvoaria no Distrito de Triunfo, município de Candeias do Jamari integra a lista de investigação e notificações do Cerest

 

 

Cacoal, Rolim de Moura e Vilhena começaram 2018 revendo ações conjuntas e compromissos com a saúde do trabalhador em Rondônia. O apoio técnico e científico e constantes visitas técnicas levam o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) ao foco dos problemas.

Segundo o relatório de gestão referente a 2017, acidentes e doenças até então “invisíveis” nesses e noutros municípios resultam em custos sociais elevados para famílias, empresa, estado e sociedade.

A brucelose humana, por exemplo, já é considerada “endemia emergente” em Rondônia, conforme alerta feito pelo médico Heinz Jacob.

A coleta de 120 amostras de trabalhadores em um frigorífico de Rolim de Moura (Zona da Mata) foi encaminhada para análise no Laboratório Central. O Cerest ofereceu plano de tratamento.

Conhecida também por “mal de Bang”, “febre de malta”, “febre de Gibraltar”, “febre mediterrânea” ou “aborto infeccioso”, ela é uma zoonose bacteriana causada pela Brucella, um cocobacilo encontrado em cabras, ovelhas, camelos (Brucella melitensis) e bovinos (Brucella abortus), em suínos (Brucella suis) e cães (Brucella canis).

Todas as variações podem transmitir a doença ao ser humano, mas a dos bovinos é a que mais os ameaça.

“Ainda existem subnotificações de doenças diversas, e a real magnitude não é bem conhecida”, disse a gerente do órgão, enfermeira do trabalho Ana Flora Camargo Gerhardt.

Vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o Cerest tem atualmente 14 profissionais em sua equipe técnica. Com acadêmicos da Universidade Federal de Rondônia, debateram a importância da saúde do trabalhador, e com o Ministério Público em Cacoal, a saúde de caminhoneiros.

MAIS ATENÇÃO À DOENÇA

Ana Gerhardt destacou que a parceria firmada com a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho possibilitou a identificação de unidades sentinelas para agravos: Unidades de Pronto Atendimento 24h, Centro de Especialidades Médicas, Centros de Atendimento Psicossocial AD e Três Marias, Maternidade Mãe Esperança, Policlínicas Ana Adelaide, José Adelino e Rafael Vaz e Silva.

Essas unidades deverão ficar mais atentas à notificação de dermatoses ocupacionais, intoxicações exógenas, lesões por esforço repetitivo (LER), distúrbios osteomusculares (DORT), pneumoconioses, perda auditiva induzida por ruídos, transtornos mentais, câncer, acidentes graves e fatais com crianças e adolescentes.

Atualmente, 156 técnicos estão capacitados nos hospitais municipais de Colorado do Oeste, Extrema, Governador Jorge Teixeira, Ministro Andreazza, Presidente Médici, Theobroma, Vale do Anari, e nas unidades mistas de Castanheiras e Nova Mamoré.

E ainda: no Hospital de Base Ary Pinheiro, Hospital João Paulo II, Policlínica Oswaldo Cruz, Serviço de Assistência Multidisciplinar Domiciliar, e Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Porto Velho.

Cerest e Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho definem metas

“Esses técnicos cumprem a Portaria nº 204 (17/2/2016), do Ministério da Saúde, que deu nova redação à Lista de Notificação Compulsória de doenças e agravos de saúde pública em todo o território nacional, e  Portaria 205/GM (daquela mesma data), que definiu o monitoramento por meio da estratégia de vigilância em unidades sentinelas”, lembrou Ana Gerhardt.

O Núcleo de Saúde do Trabalhador (Nusat) promoveu diversas reuniões em Ariquemes, Cacoal, Ji-Paraná, Rolim de Moura, São Francisco do Guaporé e Vilhena. Recentemente chegou à fronteira brasileira com a Bolívia, em Guajará-Mirim.

No planejamento de 2018 constam os seguintes programas que abrangem prioridades da coordenação geral:

AGROTÓXICOS – Inspeciona procedimentos adotados por diversas instituições parceiras sobre políticas do setor. Duas campanhas educativas para prevenção foram feitas no ano passado, na Feira da Emater e na Feira do Incra.

BRUCELOSE HUMANA – Investiga casos e atende vítimas em frigoríficos do estado.

CÂNCER RELACIONADO AO TRABALHO – Ações no tratamento de trabalhadores doentes internados no Hospital de Base, Hospital do Câncer da Amazônia e Hospital São Pelegrino. Para notificação do câncer ocupacional.

INTOXICAÇÃO EXÓGENA – Esclarece ações relacionadas ao benzeno. Componente do petróleo, o benzeno (benzene em inglês) é um líquido incolor, inflamável, de doce aroma, que se evapora rapidamente em contato com o ar. Está presente na gasolina, na fumaça do cigarro e na fabricação de plásticos, lubrificantes, borrachas, tintas, detergentes, medicamentos e agrotóxicos.

LER/DORT – Ações que detectam essa situação em escolas estaduais e municipais, polícia e noutros órgãos públicos. Em 40 eventos e palestras, 800 pessoas foram capacitadas.

MATERIAL PERFUROCORTANTE E BIOLÓGICO – Capacita servidores de unidades de saúde em relação a acidentes.

RADIAÇÃO IONIZANTE – Conhecimento de procedimentos adotados por unidades hospitalares de Porto Velho, para proteger trabalhadores em raio X diagnóstico. Ações conjuntas são feitas com o Centro de Medicina Tropical.

SAÚDE AUDITIVA – Orienta professores na prevenção de distúrbios auditivos e o devido encaminhamento a serviços especializados de fonoaudiologia e otorrinolaringologia para diagnóstico. Houve nove reuniões em 2017.

SAÚDE MENTAL – Acolhe todo trabalhador no âmbito da “saúde-sofrimento mental-trabalho”.

SAÚDE VOCAL – Palestras educativas em parceria com a Secretaria Estadual de Educação e Polícia Militar. Ao todo, 16 palestras e reuniões para educadores ocorreram em 2017, com 650 pessoas capacitadas.

TRABALHO INFANTIL – Apoia a proteção de crianças e adolescentes.

VIGIPELE – Para conhecer o perfil epidemiológico dos agravos da pele.

No ano passado, em seu livro Coletânea em Saúde do Trabalhador, o médico Heinz Jacob homenageia ceresteiros (com C), modo com o qual se refere aos servidores especialistas do Cerest, e também os profissionais da Agência Estadual em Vigilância Sanitária (Agevisa), especialmente em Cacoal, Porto Velho e Vilhena.

REUNIÕES TÉCNICAS

No ano passado, o Cerest fez 45 reuniões técnicas interinstitucionais e seis eventos, dos quais participaram 1.100 pessoas de diversas categorias, entre as quais, bancários, comerciários, industriais e urbanitários.

Para este ano, um dos mais significativos será a 2ª etapa do curso de multiplicadores, em junho próximo. A 1ª foi realizada em Rio Branco (AC). Ambos têm a participação direta da Fundação Oswaldo Cruz-RO.

No Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, em 28 de julho de 2017, o Cerest e o Serviço Especializado de Segurança de Medicina do Trabalho (Sesmt) orientaram e distribuíram folhetos no HB, POC e na Feira do Produtor na Emater.

Em Vilhena, o 4º curso básico de vigilância mobilizou 35 servidores de saúde, sindicatos e prefeituras, abrangendo Cabixi, Cerejeiras, Colorado do Oeste, e Chupinguaia.

Ji-Paraná sediou em dezembro de 2017 o encontro para debater propostas e fortalecer ações com o Sistema Único de Saúde. Ao todo, o Cerest fez 41 visitas a instituições parceiras.

Leia mais
Cerest avalia doenças do trabalho em bombeiros, PMs e professores
Livro de médico do trabalho relata 13 anos de histórias e desafios


Leia Mais
Todas as Notícias

Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Cerest
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Assistência Social, Governo, Rondônia, Saúde, Servidores, Sociedade


Compartilhe


Pular para o conteúdo