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SAÚDE PÚBLICA

Acidentes de trânsito representam cerca de 70% dos atendimentos de traumas no João Paulo II; demanda chega a dobrar no período carnavalesco

07 de fevereiro de 2018 | Governo do Estado de Rondônia

Hélio Reis, 36 anos, passou por 15 cirurgias depois da fratura exposta na perna esquerda devido acidente de trânsito

As vítimas de acidentes de trânsito representam cerca de 70% dos atendimentos de traumas no Pronto-Socorro João Paulo II, referência no atendimento de alta complexidade em Rondônia. Neste período carnavalesco, os atendimentos chegam a dobrar. Só neste fim de semana o hospital atendeu 42 casos deste tipo, 30 deles envolvendo condutores de motocicletas.

De acordo com o diretor-geral da unidade de saúde, Carlos Eduardo Araújo, as vítimas têm perfis diversos, mas se observa um número significativo de jovens e que muitas vezes são os responsáveis por prover a família. É o caso do Leonardo Carvalho Siqueira, 23 anos. Era ele o responsável pelo comércio que gerava renda para família, mas desde sexta-feira (2) quando se envolveu em um acidente ficou impossibilitado de desempenhar a função.

O acidente ocorreu em Humaitá (AM), onde Leonardo mora. Ele relata que estava conduzindo uma motocicleta e ao tentar entrar em uma rua lateral foi atingido por um automóvel. ‘‘O motorista deu sinal para eu passar, então acelerei, mas veio outro carro atrás e me atingiu. Eu levantei, mas quando fui pegar o capacete percebi que não conseguia, tinha quebrado a clavícula’’, conta Leonardo.

No leito ao lado ao do Leonardo, Hélio Reis contabiliza as cirurgias que já passou desde que sofreu um acidente no município de Machadinho do Oeste e teve fratura exposta em uma das pernas. ‘‘Foram 15 cirurgias. O acidente aconteceu há mais de um ano. Estava subindo o morro de moto quando veio outro veículo de encontro comigo, tentei desviar dele, mas ele estava com muita velocidade e bateu em mim’’, disse Hélio.

Para os que não pensam nas consequências da imprudência no trânsito, Hélio faz um alerta. ‘‘É preciso pensar em como um acidente de trânsito muda a vida de uma pessoa. A minha mudou de um jeito que não esperava. Perdi minha capacidade de trabalhar e minha família’’, desabafa. Com cerca de 10 centímetros a menos na perna esquerda, Hélio se locomove com o apoio de muletas.

REFERÊNCIA

O Hospital João Paulo II atende pacientes da capital, do interior, assim como o Hélio, e até de estados vizinhos como é o caso do Leonardo. ‘‘Por ser um Pronto-Socorro de alta complexidade, o João Paulo II acaba por ser responsável por atender a maioria dos acidentados no trânsito, pacientes que apresentam tanto lesões simples até lesões severas, como aqueles com traumatismo craniano, torácico; fraturas expostas e com necessidade de amputações de membros’’, afirma o diretor.

O diretor também esclarece que o João Paulo II é para atendimentos de alta complexidade, enquanto que os de baixa complexidade devem ser encaminhados as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A triagem e encaminhamento correto dos pacientes as unidades é importante para garantir o fluxo e atendimento adequado na Saúde Pública.

Os pacientes recebem no Pronto-Socorro atendimento especializado. ‘‘Esses pacientes vítimas de trânsito necessitam de atendimento com uma série de especialistas como ortopedistas, cirurgião-geral; neurocirurgião; cirurgião vascular. Quanto maior a gravidade, maior a quantidade de profissionais envolvidos’’, disse.

ALERTA

O Pronto Socorro, segundo o diretor, funciona o ano inteiro com toda a capacidade operacional para atender a população e está pronto para atender inclusive a demanda do período de Carnaval. ‘‘Embora a gente tenha feito campanhas de conscientização para que evitem ou diminuam esses acidentes, nem sempre isso é possível, então nós observados uma demanda de 40% a 50% a mais nestes períodos festivos, como é o caso do Carnaval’’, avalia o diretor.

Diante desse cenário delicado dos problemas de trânsito que impacta diretamente a Saúde Pública, o diretor traz algumas orientações. ‘‘É preciso redobrar os cuidados, sigam as regras de trânsito; observem as sinalizações; obedeça à lei de beber e não dirigir para podermos minimizar os acidentes de trânsito e as sequelas deixadas por eles’’, considera o diretor.

O diretor do João Paulo II, Carlos Eduardo Araújo, destaca o reflexo da imprudência no trânsito na Saúde Pública

Evitar que esses acidentes aconteçam também é uma preocupação da Companhia de Trânsito da Polícia Militar do Estado de Rondônia, que deste a última sexta-feira (2) deu início a operação especial para o período carnavalesco com a mobilização de mais de 800 policiais militares. Uma preocupação que se mantém durante todo o ano. Em janeiro, na operação Lei Seca realizada pela Companhia de Trânsito, foram abordados 985 veículos, destes 604 resultaram em autos de infração.

Entre elas, foram removidos 115 carros e 58 motos. Também foram recolhidos 174 CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e 100 CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos).Dos 962 testes de etilômetro, 101 apresentaram embriaguez. Segundo o sub comandante da Companhia de Trânsito, capitão Luiz Carlos Garibaldi, a euforia do período de Carnaval é um agravante a mais para os acidentes de trânsito.

‘‘Levem a sério as regras de trânsito porque assim como uma arma pode tirar a vida de pessoas, o veículo mal utilizado também pode causar traumas profundos e tirar a vida de muitas pessoas’’, considera o sub comandante.

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Fonte
Texto: Vanessa Moura
Fotos: Jeferson Mota
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
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