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24/11/2024

SAÚDE PÚBLICA

Equipes do SAMD percorrem 500 quilômetros por dia para ‘desafogar’ hospitais e recuperar pessoas, em Porto Velho

01 de abril de 2015 | Governo do Estado de Rondônia

Atendimentos em domicilio do samd fotos Ésio Mendes  (5)

Paciente Adriana está satisfeita com o atendimento frequente após o atropelamento

Atenção e eficácia do Serviço de Assistência Multidisciplinar Domiciliar (SAMD) levam os beneficiados a desejar continuidade no tratamento. A saúde da maioria dos pacientes evolui e eles são encaminhados para o Programa de Saúde da Família.

“Vou ter alta? Não quero deixar vocês, não!” – desabafa Adriana Rodrigues de Souza, 27 anos de idade, paulistana criada no bairro Parelheiros até os 12 . Frases assim, ouvidas constantemente pelas equipes, refletem a satisfação das pessoas com esse tipo de serviço fundamental para melhor qualidade de vida.

Apesar da persistência das sequelas neurológicas, pois o acidente afetou-lhe a parte cognitiva, Adriana se recupera do atropelamento sofrido em outubro de 2014. Nesta terça-feira (31), ao visitá-la na casa de tijolos da Rua Grêmio, no bairro Três Marias, zona Leste de Porto Velho, integrantes das equipes multidisciplinares Açaí e Buritis a encontraram sorridente.

Depois do acidente, Adriana recebeu diversas vezes remédios controlados, DuoDerm [fibra cirúrgica] para curar escara [feridas de difícil cicatrização] nas costas e andou em cadeira de rodas. Agora, movimenta braços, pernas, limpa casa, lava louça e arruma cama. Parou de estudar na quinta série, mas sabe que tem chance de voltar à escola. “Eu quero fazer faculdade”, diz.

Há dois anos no serviço, a gerente de enfermagem e integrante da equipe de referência Flora Lemos de Farias Filha, lembra do início do atendimento e da situação vista ao chegar à casa de Adriana, que mora com a mãe, Ana Rodrigues. “Cada família tem uma história, e aqui temos uma história de amor ao próximo”, ela resume.

Uma das três irmãs de Adriana veio do Rio de Janeiro para ser sua cuidadora. No momento da visita, dona Ana Rodrigues não estava em casa; ela cuida de idosos na cidade. “Desde São Paulo, essa senhora tem esse hábito, e aqui encontrou famílias carentes dos seus serviços”, comenta Flora Filha.

 

“Há pouco tempo chegamos a 250 pacientes, todos tratados com muito carinho. Infelizmente, poucas pessoas conhecem nossa rotina e até nas redes sociais me deparei com indagações desairosas a respeito do SAMD, que funciona e trabalha 24 horas para o bem-estar das pessoas” – Kysy da Hora Lima, fisioterapeuta

 

Sob sol, chuva, poeira ou no atoleiro, diariamente a partir das 7h, dez carros do SAMD percorrem cerca de quinhentos quilômetros em Porto Velho, transportando equipes médicas para o tratamento de aproximadamente 180 pessoas com diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, cardiovasculares, respiratórias, sequelas de AVC (derrame), escaras e câncer terminal.

“Há pouco tempo chegamos a 250 pacientes, todos tratados com muito carinho. Infelizmente, poucas pessoas conhecem nossa rotina e até nas redes sociais me deparei com indagações desairosas a respeito do SAMD, que funciona e trabalha 24 horas para o bem-estar das pessoas”, emenda a fisioterapeuta Kysy da Hora Lima.

“Dezenas de pedidos espicham a fila, em sua maioria constituída por idosos”, comenta o médico coordenador do programa, Leonardo Moreira Pinto. Segundo a pesquisa nacional de saúde do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgada em dezembro de 2014, 11,1% da população brasileira envelhece e grande parte entra em depressão.

Cada equipe médica tem previsto o atendimento à população limitada de 100 mil pessoas. O serviço de qualidade ganhou fama rápida e interestadual, conta a técnica em enfermagem Jociane Pozzobom: “Uma vez, tivemos dificuldades em explicar a modalidade de atendimento a um numeroso grupo de índios do sul do Amazonas. Eles vieram para cá e exigiram atendimento”.

Atendimentos em domicilio do samd fotos Ésio Mendes  (1)

Equipe do SAMD chega à casa de Adriana, no bairro Três Marias em Porto Velho

HUMANIZAÇÃO

A cidade está dividida em quatro bases territoriais atendidas pelas equipes Açaí, Buritis, Jatobá e Samaúma (45 pessoas). O maior número de pacientes fica na zona Leste. A chamada territorialização só não contempla a zona rural.

Agentes administrativos, assistentes sociais, psicólogos, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e motoristas se revezam para fazer o melhor, dentro de critérios enquadrados na humanização da saúde pública.

“Queremos desafogar o Hospital João Paulo II de pacientes da área urbana de Porto Velho e, dessa forma, aumentar a rotatividade de leitos”, explica o médico Leonardo Pinto.

Em 2012, numa das fases críticas de superlotação nesse hospital, pacientes cirurgias ortopédicas foram transferidos para o Hospital Santa Marcelina, enquanto alguns se recuperavam do pós-operatório e outros aguardavam mutirões, sob acompanhamento diário do SAMD.

As equipes saem da sede do SAMD, na rua Geraldo Siqueira (bairro Cidade Nova, zona Sul), transportando diversos tipos de kits de antibióticos, anti-inflamatórios, soros (hidratação parenteral), gaze, luvas, compressas, ataduras e tocas para curativos. Aos sábados e domingos funciona um plantão.

Paciente que exigir cuidados intensivos não se beneficia do serviço.  A situação de exclusividade causaria prejuízos e reclamações do serviço, alerta documento elaborado pela Secretaria Estadual de Saúde.

Pacientes recebem kits

Pacientes recebem kits

DOSE CERTA

Os kits têm o nome do paciente, endereço, telefone e dosagem a ser aplicada ou ingerida. Segundo Jociane Pozzobom, os horários são rigidamente obedecidos por cuidadores, da família ou não, preferencialmente quando eles conhecem claramente as condições psicológicas e econômicas da família do paciente, e zelam também pela higiene e situação sanitária da casa.

Desde novembro de 2011, inspirado no programa federal “Melhor em Casa”, o SAMD busca corresponder às expectativas do Departamento de Atenção Básica e da Coordenação de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde, enfatiza o médico Leonardo Pinto: “É possível economizar até 80% no custo de um paciente, comparando-o ao custo que ele daria se fosse internado num hospital”.

Segundo o coordenador, isso já fora anteriormente percebido quando o governador Confúcio Moura era prefeito de Ariquemes, onde criou e fez funcionar com êxito o Centro de Internação Domiciliar.

Veja fotos do atendimento


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Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Ésio Mendes
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Assistência Social, Capacitação, Educação, Governo, Inclusão Social, Rondônia, Saneamento, Saúde, Servidores, Sociedade, Solidariedade, Trânsito, Transporte


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