Governo de Rondônia
22/12/2024

SAÚDE PÚBLICA

Secretaria de Saúde alerta população e estimula servidores para diagnosticar hepatites virais, aids e sífilis em Rondônia

18 de julho de 2016 | Governo do Estado de Rondônia

Palestra sobre Hepatite_HB_15.07.06_Foto_Daiane Mendonça (3)

Funcionários do Hospital de Base participam da abertura da programação do Julho Amarelo, de prevenção a hepatites virais

 

Durante a campanha de prevenção do Julho amarelo, a Secretaria Estadual de Saúde Sesau), a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) e o Núcleo Estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Hepatites Virais incentivarão servidores do setor para detectar sintomas da doença. O Dia Mundial de Luta contra Hepatites é 28 deste mês.

Eu me previno, eu me testo, eu me conheço é o lema da campanha. Na internet: #partiuteste

“Não podemos pensar apenas no paciente, mas, principalmente, nos funcionários, porque temos um grande número deles adoecidos. Vamos reativar uma enfermaria no HB [Hospital de Base] para atendê-los permanentemente”, anunciou a diretora-adjunta do hospital, Joelma Sampaio do Nascimento.

O tratamento das hepatites virais [infecções que atacam o fígado] é um direito de todo cidadão assegurado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A Sesau pretende assegurar qualidade de vida no trabalho de suas equipes hospitalares, de unidades básicas e postos.

Os testes rápidos das hepatites B e C são gratuitos, confiáveis, com resultado em até 30 minutos, e estão disponíveis nas unidades básicas de saúde. Existe vacina contra a hepatite B [zero a 49 anos de idade].

Pessoas que fizeram sexo sem preservativo, compartilharam agulhas, seringas, escova de dentes, alicates de unhas, lâminas de barbear ou de depilar, submeteram-se a tatuagens, colocaram piercing ou receberam transfusão de sangue antes de 1993 devem procurar imediatamente uma unidade de saúde. É que anteriormente a essa década não havia teste para garantir que o sangue transfundido estava livre do vírus.

A hepatite B é uma infecção sexualmente transmissível. Também pode ser transmitida por sangue e por materiais perfurocorantes contaminados. Joelma Nascimento exemplificou o perigo de contaminação, mencionando uma situação ocorrida no manuseio de um lençol e nos cuidados do fisioterapeuta com a perna de uma paciente internada. “A pessoa feriu-se com instrumento perfurocortante e contraiu a doença”, disse.

O médico Natanael da Costa Arruda, chefe do Núcleo Estadual de DST/Aids e Hepatites Virais alertou em palestra servidores do HB a respeito dos tipos de hepatite e a disseminação da sífilis [que tem cura se for imediatamente tratada]. “Precisamos chacoalhar pessoas para receber atendimento, e nisso temos que envolver famílias, servidores e até o Ministério Público se preciso for”, observou.

Palestra sobre Hepatite_HB_15.07.06_Foto_Daiane Mendonça (6)

Natanael Arruda, chefe do Núcleo Estadual de DST/Aids e Hepatites Virais

Fulminante

Natanael explicou hepatites, genótipos [conjunto formado pelos genes de um indivíduo que não são modificados naturalmente] e manifestações clínicas.  Alertou para a hepatite fulminante, que em 60% dos casos leva a pessoa à sonolência, coma e a óbito.

Lembrou que 500 mil pessoas morrem de hepatite a cada ano, no mundo, “muito mais que por HIV”, enquanto 400 milhões de pessoas tiveram ou estão em contato com a hepatite B.

“A hepatite A tem média de cinco casos a cada cem mil habitantes. Em Rondônia, 82% dos casos concentram-se em 15 municípios, abrangendo a faixa acima dos 35 anos. Porto Velho está à frente, com a metade desse percentual”, informou.

“E a hepatite Delta, que só ocorre em Rondônia e no Acre, mas já exporta casos, também preocupa”, comentou Natanael.

Parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz Rondônia (Fiocruz-RO), Programa de Pós-Graduação em Biologia Experimental da Universidade Federal de Rondônia (Unir) e Laboratório de Virologia Molecular do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (Cepem) permitiu a conclusão de 50% das investigações.

A equipe coletou 100 amostras de pessoas com hepatite D, 30 amostras de doadores de sangue, cinco amostras de hepatite C e cinco amostras negativas do tipo B.

O médico mencionou o trabalho da coordenadora do Projeto Padronização e Implantação de Diagnósticos Moleculares para Identificação de Quantificação do vírus da Hepatite Delta (D), bióloga Alcione de Oliveira Santos, que usou o método PCR [reação em cadeia da polimerase, que amplifica o DNA in vitro] em tempo real.

Aids

Natanael mostrou estatísticas revelando que 0,4% da população mundial acima de 15 anos é infectado pelo HIV positivo [sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana, causador da aids]. Lamentou a rejeição a tratamento e ao uso de preservativos, e o descuido ainda muito comum com o uso compartilhado de seringas, escovas de dentes, toalhas, alicates de unha e equipamentos de beleza.

Quanto à forma de transmissão entre os maiores de 13 anos de idade, prevalece a sexual. Nas mulheres, 86,8% dos casos registrados em 2012 decorreram de relações heterossexuais com pessoas infectadas pelo HIV. Entre os homens, 43,5% dos casos se deram por relações heterossexuais, 24,5% por relações homossexuais e 7,7% por bissexuais. O restante ocorreu por transmissão sanguínea e vertical [infecção ou doença a partir da mãe para o seu feto no útero ou recém-nascido durante o parto].

“Se antes pensávamos apenas no usuário, hoje podemos também pensar mais no coletivo e assim resgatar pacientes com elevada carga viral”, opinou.

Desde o início da epidemia, em 1980, até junho de 2012, o Brasil tem 656,7 mil casos de aids [condição em que a doença já se manifestou], aponta boletim epidemiológico do DST/Aids. Em 2011, foram notificados 38,7 mil, com taxa de incidência de 20,2 por 100 mil habitantes.

Palestra sobre Hepatite_HB_15.07.06_Foto_Daiane Mendonça (2)

Diretora-adjunta do HB, Joelma Nascimento, anuncia apoio a servidores doentes

Na região Norte, à qual pertence Rondônia, elevou-se de 14,3 para 17,5 mil. Ainda há mais casos entre os homens do que entre as mulheres, mas essa diferença vem diminuindo ao longo dos anos.

Em 1989, a razão de sexos era de seis casos de aids no sexo masculino para cada um caso no sexo feminino. Em 2011, o mais recente dado disponível, chegou a 1,7 em homens para cada um em mulheres.

A faixa etária em que a aids é mais incidente, em ambos os sexos, é a de 25 a 49 anos de idade. Chama atenção a análise da razão de sexos em jovens de 13 a 19 anos. Essa é a única faixa etária em que o número de casos de aids é maior entre as mulheres.

CALENDÁRIO DO JULHO AMARELO

►A coordenadora do Núcleo de Educação Permanente do Hospital de Base Ary Pinheiro, Patrícia Caldeira Costa, informou que nesta segunda (18) e terça-feira (19), servidores serão sensibilizados a participar, e na quarta-feira (20) poderão se submeter ao teste rápido.

► Na quinta-feira (21) haverá ação educativa com apresentação do fluxograma de atendimento com acidentes perfurocortantes e segregação correta de resíduos.

► Na sexta-feira (22) haverá teste rápido.

LEIA MAIS
Avançam pesquisas de hepatite D, gastroenterite e doenças respiratórias em Rondônia


Leia Mais
Todas as Notícias

Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Daiane Mendonça
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Agricultura, Agropecuária, Água, Assistência Social, Capacitação, Distritos, Ecologia, Educação, Empresas, Governo, Inclusão Social, Indústria, Infraestrutura, Legislação, Meio Ambiente, Previdência, Rondônia, Saneamento, Saúde, Serviço, Servidores, Sociedade, Solidariedade, Tecnologia, Terceiro Setor


Compartilhe


Pular para o conteúdo