SAÚDE
26 de março de 2021 | Governo do Estado de Rondônia
O Fórum On-Line de Tratamento Profilático da Covid-19 foi transmitido pela página do Governo de Rondônia nesta sexta-feira (26) com a missão de orientar prefeitos e secretários municipais de saúde sobre o tratamento imediato para conter o avanço da doença em Rondônia. A iniciativa é do governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha, na busca contínua de salvar vidas nesta pandemia.
‘‘Eu quis fazer essa reunião, pois não existe um único protocolo para a doença, e estava conversando esses dias com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, sobre a necessidade de protocolo para salvar vidas. Tenho visto o bom exemplo do município de Porto Seguro, e quero que tenhamos o direcionamento do que fazer em conjunto. Estamos adquirindo vacinas, mas precisamos seguir protocolos até que elas cheguem completamente’’, afirma o governador.
Rondônia tem sofrido com alto número de pessoas em busca de leitos de UTI nos hospitais estaduais e crescente número de óbitos, apesar de todos os esforços para garantir manutenção e ampliação da estrutura de assistência hospitalar, mas há exemplos em outras partes do Brasil que com uma Atenção Básica feita com eficiência pelas prefeituras consegue-se conter a doença na fase mais leve, sem necessidade de internação, e assim evitando mortes.
O secretário-chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves, destacou a importância neste momento difícil da pandemia de que todos os líderes escolhidos pela sociedade se posicionem para defender a sociedade. ‘‘Que cada prefeito e secretário fiquem atentos, pois essa iniciativa do governador é muito nobre. Não podemos ter receio de discutir tratamentos para avançar no combate a essa doença, que possa haver transformação em cada município a partir desse fórum’’, avalia.
O secretário de Estado da Saúde (Sesau), Fernando Máximo, destacou que o governador não tem medido esforços para que a Saúde atenda a população da melhor forma possível e disse que o fórum vem para somar a partir do compartilhamento de boas práticas.
NINGUÉM PRECISA MORRER DE COVID
O fórum teve como palestrantes a secretaria municipal de saúde de Porto Seguro, a médica especialista em Clínica Médica, Raíssa Soares, que discorreu sobre tratamento imediato contra Covid-19 para os municípios com base em evidências que deram certo e fazem parte do Protocolo de Tramento Precoce do município; e ainda o diretor do Serviço de Assistência Multidisciplinar Domiciliar (Samd), Antônio Marcos de Souza Nóbrega juntamente com o médico Sérgio Melo que explicaram sobre o êxito em Rondônia no atendimento de pacientes com Covid-19 no âmbito do Samd.
A médica Raíssa Soares defendeu por meio de evidências exitosas o uso de medicamentos para salvar vidas nesta pandemia. O município baiano de Porto Seguro tem atualmente 0,3 de taxa de mortalidade, um impacto considerado baixo. ‘‘Entendo hoje com um ano de tratamento dos casos que a Covid-19 não tem que matar ninguém. Essa é uma doença tratável’’, assegura.
A doutora Raíssa Soares explicou ainda que considerando o período de incubação da Covid-19 que é de dois a 14 dias até a pessoa manifestar os sintomas, que nos casos leves, a duração é de quatro a cinco dias, podendo chegar a 20 dias para os que apresentam inflamações, toda medida adotada contra a doença tem impacto de 15 a 30 dias. ‘‘Se a gente compreender que essa doença tem uma contaminação viral e eu consigo usar medicamentos, que ainda que não tem na bula recomendação contra Covid, mas tenho publicações com evidências da diminuição do tempo de replicação viral dentro do corpo, então podemos imediatamente ao surgimento dos primeiros sintomas entrar com a medicação que vai impedir o mecanismo de replicação do vírus’’, explica.
CONDUTAS ASSERTIVAS NAS FASES INICIAIS
Conforme consenso internacional, a Covid-19 possui três fases, sendo a primeira a de replicação viral, a segunda quando há sinais de inflamação como cansaço extremo, perda de apetite, frequência cardíaca alta, desconforto ao respirar, e a terceira que é fase de terapia intensiva. Os prefeitos precisam entender que medidas devem ser adotadas nas fases iniciais para evitar a intubação de pacientes.
Na fase 1, há evidências de que uma série de medicamentos ajudam a impedir a replicação do vírus. Segundo a médica, a Ivermectina e hidroxicloroquina atuam com essa finalidade de impedir o mecanismo de replicação do vírus, e a azitromicina potencializa os dois, e o zinco também compõe o tratamento. Ela citou que a hidroxicloroquina tem evidência 1-A, considerado referência ao nível mais alto da hierarquia de evidências em Medicina.
‘‘Eu não trato Covid-19 com uma substância, a gente trata a Covid-19 na fase viral de quatro a oito substâncias dependendo da condição do paciente. Se for paciente com mais chance de complicar, então tem que usar de tudo nesta fase 1. A reprodução viral é exponencial em horas, então é preciso agir rápido, por isso tem que ter tratamento imediato aos primeiros sintomas, pois quando apresenta os sintomas o vírus já está de dois a 14 dias no corpo’’.
Enquanto que na fase 2, além do relato dos pacientes, é importante que os Municípios adotem marcadores inflamatórios que permitem enxergar o quão grave a doença vai se manifestar, sendo os básicos: hemograma, LDH, PCR e o exame que mede a coagulação. E dependendo do caso, a tomografia. E conforme o quadro clínico, já amplia a terapêutica.‘‘Nessa fase 2 tem que monitorar o paciente, aqui em Porto Seguro nós fazemos isso a cada 48 horas ou três dias, isso até receber alta’’, explica.
Raíssa acrescentou ainda que também é preciso adotar a profilaxia das pessoas que tiveram contato com os pacientes.‘‘Nós já temos trabalhos que comprovaram que de cada 10 pessoas que tiverem contato íntimo com uma pessoa com Covid, 92% não adoecem se usam Ivermectina sem estar doente’’, destaca. Ela ainda pontuou a eficácia de sessões diárias de VNI [Ventilação Não Invasiva] nas UPA´s.
‘‘Se agirem antecipadamente, vocês vão reduzir a necessidade por internação’’, conta ela ao informar que só uma média de 24% dos leitos UPA em Porto Seguro foi ocupado em março. A médica finalizou a palestra fazendo um apelo para que a adoção do tratamento profilático da Covid-19 tenha o amparo do Poder Público, e destacou que já há jurisprudência no país contra a perda de dar chance aos pacientes a tratar à doença, ou seja, quando é negado o tratamento.
‘‘Eu entendo que como Poder Público quando não oferecemos a chance de tratar a doença, estamos sendo omissos em não dar o direito a população a tentar, pois já temos evidências que funciona. Temos evidência 1-A para hidroxicloroquina que ela trata precocemente a Covid-19 e de 1-B para Ivermectina que atua na profilaxia e tratamento. Se o argumento era evidência, esse argumento já está dado. Então se as pessoas não querem usar o medicamento, são livres para não usar, vivemos uma democracia, mas ao Poder Público cabe proteger o povo. Cabe a cada município estabelecer o seu protocolo e a sua intervenção’’, considera.
Em Rondônia, apesar da competência pelo tratamento na Atenção Básica ser das prefeituras, o Governo de Rondônia tem ajudado a população com a entrega de kits de medicamento aos que testam positivo para Covid-19 nas ações de drive-thru.
PRÁTICA EXITOSA EM RONDÔNIA
Durante o fórum, o diretor do Serviço de Assistência Multidisciplinar Domiciliar (Samd), Antônio Marcos de Souza Nóbrega juntamente com o médico Sérgio Melo explicaram como por meio do Samd foi desenvolvido um trabalho com servidores diagnosticados com Covid-19 tendo como resultado a alta taxa de recuperados por meio do tratamento medicamentoso. Ao dar entrada no atendimento, o paciente passa por consulta, exame de Swab, e dependendo da classificação clínica são ofertados os tratamentos.
Conforme o médico Sérgio Melo, a ideia partiu do titular da Sesau, Fernando Máximo, e a partir de junho servidores passaram a ser atendidos no Ambulatório para Covid-19 na Policíclica Oswaldo Cruz (POC). O diretor do Samd apresentou os resultados. De junho até dezembro foram atendidos na POC 8.902 servidores, sendo que 631 foram acompanhados pelo Samd, destes 627 foram recuperados, e houve quatro óbitos, sendo três idosos com comorbidades e uma mulher de 45 anos com lupo. Em 2021, já foram atendidos 333 pacientes, sendo 223 já recuperados, 103 ativos e sete óbitos. Para o médico, resultados positivos como esses podem ser alcançados na Atenção Básica pelos Municípios adotando práticas semelhantes.
O Fórum, além de ter a participação de prefeitos, secretários municipais de saúde e integrantes do Ministério Público, também foi aberto a população. Ele foi organizado pela coordenadora de Assuntos Municipais da Casa Civil, Priscila Felipe, e teve a mediação da coordenadora do Comitê de Soluções para Melhoria e Alcance de Resultados (Somar), vinculado à Casa Civil, Flávia Beatriz.
A discussão recebeu significativa interação da população rondoniense pelo chat da página do Governo de Rondônia, parabenizando o Poder Executivo pelo compartilhamento de importantes conhecimentos necessários para o enfrentamento da doença.
Fonte
Texto: Vanessa Moura
Fotos: Frank Néry/Daiane Mendonça
Secom - Governo de Rondônia
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