Avanços no setor de saúde estadual são destacados no plenário da Assembleia Legislativa de Rondônia

Parlamentares reconheceram nessa quarta-feira (4) os avanços obtidos na Saúde da rede estadual. A pedido do próprio titular da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Williames Pimentel, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa promoveu exposição, no Plenário da Casa, cuja sessão foi transformada em Comissão Geral para esta finalidade.

Em razão de agenda na mesma data, em Brasília, o secretário Pimentel não pode apresentar o balanço da gestão referente ao ano de 2014 e 2015, delegando ao adjunto, Luiz Eduardo Maiorquim, principais assessores e aos diretores do Hospital de Base e Pronto-Socorro João Paulo II, respectivamente, Nilson Cardoso e Carlos Alberto Caieiro, a tarefa de prestar contas do período. O evento foi coordenado pelo deputado Dr. Neidson, presidente da Comissão de Saúde.

Luiz Maiorquim:  investimento de R$ 22 milhoes em dois anos

“Rondônia, como os demais estados do País, tem várias dificuldades na saúde pública, mas o estado, com a dedicação da equipe que veste a camisa do Sistema Único de Saúde, e que tem nos dois últimos anos seguramente se dedicado diuturnamente a avanços nessa área, que são prioritárias para a população, nos faz dizer e nos dá a segurança que em muitos pontos desse País estamos na vanguarda, à frente de muitos estados”, disse inicialmente Luiz Maiorquim.

Enquanto no País os leitos hospitalares têm demanda decrescente, em número relativo e absoluto, Rondônia, segundo o adjunto da Sesau, é um dos poucos a ter aumento dos leitos hospitalares de forma significativa e impactante. “Somos o estado que mais cresceu em termos de leitos hospitalares de UTI, proporcionalmente neste Pais. É um orgulho para o estado nosso, para a equipe da Sesau”, declarou.

O incremento de leitos de UTI, de 2010 a 2014, segundo Maiorquim, foi de 49,47%. No mesmo período, o incremento de leitos comuns foi de 57,09%.

No item de indicadores hospitalares, Luiz Maiorquim disse que a internação nos maiores hospitais do estado saltou de 34.115 mil em 2012, início da gestão Pimentel, chegando em 2014 a 52.355, e a previsão para 2015 é bater em número superior a 60 mil internações com o pronto-socorro de Cacoal sendo ativado.

Houve também nos procedimentos cirúrgicos um aumento expressivo. Em 2012 foram 12.103 mil cirurgias, passando para um total de 18.223 mil em 2014 e a expectativa é de pouco mais de 20 mil para este ano, com o implemento do novo pronto-socorro e com as cirurgias que estão sendo realizadas em hospitais de menor porte de São Francisco do Guaporé, Extrema e Buritis.

HOSPITAL DE BASE

 O secretário-adjunto disse que o histórico do Hospital de Base, com 35 anos de fundação, mudou. “Conseguimos mudar um pouco a cara do HB. Quem entra lá nos dois últimos anos para cá verá que aqueles corredores que pareciam malcuidados, antigos, com janelas caindo praticamente, hoje estão revitalizados, com ambiência climatizada, com todos os corredores com manta vinílica apropriada para hospital de grande porte, no qual vem sendo realizadas quase 900 cirurgias por mês”, destacou, acrescentado que se faz transplante renal como rotina, e foram registrados 150 transplantes de córnea.

Ele destacou que o número crescente de cirurgias, com os mesmos leitos de antes, é porque o tempo de permanência de um paciente está em torno de sete a nove dias, extremamente aceitável e razoável para hospital de grande porte, e isso faz com que o leito hospitalar gire mais pacientes e a unidade se torna mais efetiva, melhorando a qualidade hospitalar.

Maiorquim disse também que a gestão do secretário Pimentel é responsável por praticamente dobrar o volume de recursos para a alta complexidade em quatro anos, com salto de R$ 50 milhões para R$ 100 milhões. “Essa é a intenção, ele está lutando por isso agora mesmo em Brasília”, revelou.

A capacitação dos profissionais da saúde é permanente, atendendo à orientação do governador Confúcio Moura. Foram investidos, nos últimos dois anos, R$ 22 milhões em capacitação. “A Sesau criou um sistema de educação e capacitação permanente, dando folego de novidade  e de saber que na saúde nada é estático. Nossos profissionais têm de acompanhar a evolução cientifica, e todo semestre fazemos de seis a sete cursos”, informou.

JOÃO PAULO II

“É um hospital que as vezes é mal compreendido”, disse Luiz Maiorquim sobre a unidade que mais recebe pessoas no estado. “É o que mais salva gente em Rondônia, e que tem sempre na sua existência um número percentual acima de suas possibilidades. Nunca tivemos de dizer que a taxa de internação fosse de 100%. Funciona sempre com taxa acima de 120%. E é o que mais salva vida neste estado”, ressaltou.

O secretário disse que fazer com que tenha uma condição de superlotação é uma fragilidade do sistema, não é culpa do João Paulo II. “Muito pelo contrário. A fragilidade da rede, onde os entes pactuados (municípios) não fazem minimamente o dever de casa, é que faz com que a maior célula de salvar vida deste estado fique nesta situação”.

Luiz Maiorquim disse que a Sesau está no processo de reorganização da rede de saúde. Onde tiver um hospital de médio porte referenciado a equipe trabalha para que ele passe a “ter de forma objetiva e concreta o seu destino funcional”.

“Não queremos nada mais do que o destino funcional dos hospitais municipais, dos nossos estaduais, para que as pessoas que cheguem ao pronto-socorro cheguem de fato com a necessidade do pronto-socorro. Isso faria com que o João Paulo fosse excelência na qualidade porque excelência na produtividade ele já é. São poucos hospitais no Brasil iguais a esse pronto- socorro, trabalhando como trabalha, salvando vidas, com um corpo clinico, médico e de serviços de saúde gerais invejável; e eu falo isso porque trabalho sete dias da semana dentro do João Paulo, durante o mês”, disse.

Sobre o Hospital Regional de Cacoal, o secretário-adjunto disse que saiu de 1.600 cirurgias para quase 3.000 e que foi a unidade que a Sesau potencializou nos dois últimos anos. “Vamos chegar a mais de quatro mil cirurgias lá. São cirurgias de alta complexidade, um lugar que já está salvando muitas pessoas que morriam na BR-364”, destacou, dizendo que foi implementada a neurocirurgia. “São cerca de seis mil internações, e vamos aumentar em 15% a produção dessa unidade neste ano”, adiantou.

Ele disse também que no município de Cacoal vai ser iniciado o procedimento de cateterismo cardíaco na porta do Pronto Socorro, atendendo pacientes com infarto de imediato. “Aqui em Porto Velho devido a interesses de segmentos privados não conseguimos fazer isso ainda. Mas se quebramos paradigma em Cacoal, vamos quebrar aqui também, espero que no curto espaço de tempo”.

Para Maiorquim, a unidade hospitalar de Extrema merece ser replicada por outros municípios de pequeno e médio porte. A rede pública do estado estaria bem assistida, segundo ele. “Os gestores têm de entender a limitação de sua estrutura, não podem fazer neurocirurgia em estrutura de pequeno porte, mas têm de reconhecer a potencialidade do que pode ser feito nessas estruturas, e com certeza absoluta não é a transferência de pacientes em ambulância que se faz saúde pública, nem aqui nem em lugar algum do mundo”, observou.

O hospital de Extrema está chegando a 450 cirurgias neste ano, enquanto o Hospital Regional de São Francisco chega a mais de 600. E o número de internações em unidades de pequeno porte chega a duas mil neste ano.

POC

Na Policlínica Oswaldo Cruz (POC), segundo Maiorquim, foram mais de 80 mil atendimentos em 2014, e neste ano espera-se superar a marca de 90 mil, com a oferta de 38 diferentes especialidades. “É uma referência ambulatorial importante. E o Centro de Diálise de Ariquemes é uma estrutura que os senhores devem conhecer porque é uma unidade que faz inveja a qualquer serviço de nefrologia do Brasil”.

O deputado Lebrão disse que sem dúvida nenhuma a saúde pública em Rondônia recebeu transformação grande. “Nós que éramos motivo de vergonha, hoje somos orgulho no Brasil”, declarou, acrescentando que fica feliz em ter a oportunidade de acompanhar a construção e pavimentação dessa estrada, para que possamos cada vez mais melhorar a saúde, para que funcione à altura do que o povo merece.

O vice-líder do governo na Assembleia, deputado Cleiton Roque, disse que está há dez meses no cargo e pode por diversas vezes presenciar deputados das mais variadas regiões reconhecer o acerto do governador Confúcio Moura na escolha do comando da Sesau, o corpo técnico e direção dos hospitais.

“Tivemos, sim, diversos avanços, o HB e a POC são alguns, e temos de reconhecer a eficiência da equipe técnica. Contra fatos não há argumentos. A competência, seriedade e profissionalismo de vocês – referindo-se ao adjunto e a Pimentel – são transmitidos à equipe”, reforçou Cleiton Roque.

“Ouvia, quando vereador, reclamações da demora, da ineficiência, da saúde de alta complexidade. Estou ouvindo hoje elogios sobre casos resolvidos. De eficiência. Isso se deve à competência do Pimentel e do Maiorquim. Muitas vezes estamos cobrando, porque a saúde não espera. Mas é preciso fazer justiça, e na medida do possível sei que estão fazendo um excelente trabalho. Parabéns pela garra e transparência que sempre tem conosco”, manifestou o deputado Alex Redano.

Maiorquim também disse que não é mais realidade o que foi encontrado pelo atual diretor do João Paulo II, de ter 600 pacientes à espera de cirurgia de urgência, em casa, “deixando a população à mercê da sorte”, e ressaltou que em Rondônia a neurocirurgia é, “senão a melhor da região Norte, uma das melhores”, e que está funcionando inclusive em Cacoal, importante polo que atende a pacientes de várias regiões do entorno.

Ele abordou ainda sobre convênios, procedimentos administrativos, Hospital Infantil Cosme e Damião, médicos para Guajará-Mirim, Hospital de Buritis, Hospital de Emergência e Urgência (Heuro), cujas obras devem ser retomadas no ano que vem, com o processo licitatório atual sob a responsabilidade do DER; Hospital Regional de Vilhena, sobre possível instalação de um hospital em Ji Paraná e outros assuntos da área da saúde.