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AVALIAÇÃO CIENTÍFICA

Tratamento da malária P.vivax ainda desafia pesquisadores em Rondônia

15 de junho de 2015 | Governo do Estado de Rondônia

Coleta para exame de sangue

Coleta de sangue para exame

O risco de agravamento da malária P. vivax em Rondônia mobiliza o  Grupo de Estudos em Parasitologia Tropical a aprofundar análises que possibilitem a separação de internamentos hospitalares que atendam à Organização Mundial de Saúde (OMS) e às condições amazônicas. No Brasil, onde ocorre cerca da metade dos casos de malária das Américas, o P. vivax produz quase 80% das infecções maláricas no país; as demais espécies prevalentes são a Plasmodium falciparum e Plasmodium malariae.

Projeto do médico Dhélio Pereira, apresentado no 1º Seminário de Avaliação Parcial do Programa de Pesquisa para o Sistema Único de Saúde (PP SUS), promovido pela Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa do Estado de Rondônia (Fapero), visa a elaboração e validação do fluxograma de classificação de risco da malária Plasmodium vivax grave.

Equipes de pesquisa clínica do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (Cepem) da Fundação Oswaldo Cruz-RO e do Centro de Pesquisas René Rachou (Fiocruz-MG) estudaram 176 pacientes de P.vivax não grave e agora têm o desafio de incluir 88 com malária grave.

“É uma vitória para nós todos a apresentação dos primeiros resultados dos projetos da chamada de 2013”,  disse o diretor científico da Fapero, Andreimar Soares.

Dos R$ 49,5 mil solicitados para o projeto da P. vivax,  o médico Dhélio Pereira obteve R$ 24,7 mil. Ele  explicou que o atraso inicial permitiu alterações epidemiológicas e sobreposição de projetos. “Isso resultou na demora de obtenção de amostras”, disse. Mas apontou conquistas: equipe bem treinada e com bom ambiente de trabalho, classificação de fatores de risco, manejo de pacientes febris agudos (malária, dengue, zica), expectativa de melhor custo benefício e eficácia de ações dos serviços em Rondônia.

Dhelio Batista Pereira - Médico

Dhelio Batista Pereira, médico

Segundo dados da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), no biênio 2013-2014 garimpos e enchentes influenciaram o aumento dos casos de malária falcíparum, causadora de 80% das infecções e 90% das mortes pela enfermidade. Mesmo assim, a Incidência Parasitária Anual (IPA) 2010-2014 revelou queda de casos desse tipo da doença: 27,5 em 2010, 18,9 em 2011, 15,2 em 2012, 9 em 2013 e 5,9 em 2014. IPA expressa o número de exames positivos por mil habitantes, em determinado lugar no período de um ano.

Em 1987, Rondônia respondia por 50% dos casos ocorridos no país. Falcíparum faz parte dos objetivos do milênio. A Organização Mundial de Saúde pretende erradicá-la dentro de 30 anos. Na Amazônia, onde se concentram 99,6% dos casos de malária, foram identificados mais de 177 mil em 2013, enquanto em 2012 eles totalizavam 241 mil. Sessenta pessoas morreram em 2012 e 36 em 2013.

FÁRMACOS

É plenamente possível a aplicação de modernas tecnologias para a descoberta de fármacos contra patógenos endêmicos em Rondônia, opinou o físico, doutor em biologia experimental e pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz/RO,  Fernando Berton Zanchi, do Centro de Estudos  de Biomoléculas Aplicadas à Saúde (Cebio), da Universidade Federal de Rondônia.

Fernado Berton Zanchi - Médico

Fernado Berton Zanchi, doutor em biologia experimental

Zanchi lembrou a diminuição dos casos de malária Falcíparum no mundo e a necessidade de clonar e purificar as proteínas alvo desse tipo da doença, analisando-se a atividade perante os ligantes naturais. Na ampliação da luta de alvos proteicos, ele disse que mais de 20 enzimas da malária estão disponíveis para uso pela comunidade científica, na descoberta de novos compostos. “Eles podem ser extrapolados para outros patógenos, entre os quais, leishmaniose e tuberculose.

Zanchi coordenou o projeto Prospecção e Avaliação in sílico aplicados à identificação de potenciais fármacos contra alvos enzimáticos de P. Falcíparum. Nas pesquisas, utilizou as mesmas ferramentas da bioinformática da indústria farmacêutica mundial, observando que a técnica de análise de interação in vitro, que se pretende aplicar (TSA stabily assays) é relativamente barata aos atuais métodos de calorimetria.

Segundo Zanchi, a equipe conseguiu identificar o modelo farmacofórico baseado no sítio ativo da enzima, aliando técnicas de simulação por dinâmica molecular. “Os 20% restantes a completar representam 90% do nosso trabalho”, afirmou.


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Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Adimilson Knightz e Maicon Lemes
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Água, Capacitação, Convênios, Ecologia, Governo, Inclusão Social, Infraestrutura, Legislação, Meio Ambiente, Rondônia, Saneamento, Saúde, Servidores, Sociedade, Solidariedade, Tecnologia


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