“Não abram mão da felicidade”, diz palestrante a professores de 80 escolas de Porto Velho

Professores da rede estadual são estimulados por especialista em treinamento e vendas

Felicidade, lições de voluntariado, solidariedade, e a arte de ouvir o próximo quando ele mais necessita deram o tom da palestra motivacional feita pelo professor universitário Jaques Grinberg para representantes de aproximadamente 80 escolas de Porto Velho, nesta sexta-feira (18), no auditório da Escola Estadual Major Guapindaia.

Durante três dias em que permaneceu na Capital a convite da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), Grinberg, que também é escritor e especialista em vendas, propôs a troca de experiências para o melhor desempenho de educadores.

“Perguntei muitas vezes às mães o que seus filhos seriam quando crescer? Já ouvi de tudo, menos que eles seriam professores”, disse. Lembrou que na troca de maçãs entre duas pessoas, cada uma leva uma, mas na troca de ideias, cada um fica com várias.

“O conhecimento é para a vida toda, não ocupa espaço. Professor tem o dom, ou está na profissão”, estimulou.

“Felicidade”, música de Fábio Júnior, ecoou no auditório. Abraços se sucederam, a pedido do palestrante. Descontraiu a todos. Ao mencionar “sete leis para ser feliz”, destacou a importância de se ouvir as pessoas, dentro da necessidade de cada uma em desabafar problemas.

“Não permitam que terceiros influenciem a sua felicidade, não abram mão dela, porque existem atitudes que temos que tomar logo e não adiá-las”, ensinou.

Segundo o professor, a felicidade surge no próprio dia a dia corrido na escola: “Quando nos esquecemos de abraçar quem está do nosso lado, um gesto simples e sempre possível nos proporciona a felicidade, porque temos que entrar na sala como se fôssemos dar a melhor aula de nossa vida”.

Grinberg falou da lição de solidariedade recebida de sua avó, de 94 anos, na semana em que viajou com ela para a cidade de Águas de Lindoia (SP). Na estrada, indignado ao não ver o mínimo agradecimento de um mendigo à esmola que lhe ofertou, ouviu da avó: “Você fez por você, e não deve exigir muito obrigado”.

Segundo o palestrante, as palavras da avó, que morreu quatro anos depois, mudaram a sua vida. “Quando comecei a dar palestras, ninguém me contratava, aí decidi estudar a felicidade, e percebi que ela não é dinheiro, nem status: tem gente que trabalha para ter um carro importado, mas não aproveita a vida”.

Grinberg defendeu práticas de voluntariado

VOLUNTARIADO

Dono de um automóvel avaliado em R$ 18 mil, notou que o veículo o atendia, em São Paulo, “por onde circulou diversas vezes em regiões de pobreza”.

“As pessoas mais felizes são as que praticam o voluntariado. Na rua, ao encontrar a pessoa cega, procurem auxiliá-la a atravessar a rua, e ao ver que outra pessoa derrubou algum objeto, abaixem-se e lhe entreguem, porque isso muda a sua vida, e a vida passa diante de nossos olhos, exigindo que a gente faça ela valer a pena”, disse.

Grinberg homenageou o amigo de infância, professor João Faria, educador na Seduc: “Ele já morou em diversos estados brasileiros, e trabalha para mudar o mundo com cultura e conhecimento”, brincou: “Eu o conhecia João Faria, hoje ele faz”.