Governo de Rondônia desenvolve parceria com comunidades indígenas; projetos voltados à saúde são reforçados

Todo o conhecimento dos povos da floresta vem sendo transmitido e preservado, de geração em geração

Atendendo ao convite de Naraiamat Surui, coordenador do Centro de Plantas Medicinais  Olawatawa, o secretário executivo regional do Governo em Cacoal, José Moura, visitou a Aldeia Paiter Linha 09  com o objetivo de conhecer um projeto, que ganhou vida por meio dos indígenas da etnia Paiter Surui. A visita visa desenvolver mais parcerias com a comunidade, que já conta com a estrutura educacional da rede estadual de ensino na localidade.

De acordo com Naraiamat, a criação do Centro Olawatawa, além de uma estratégia na busca pela saúde do povo Paiter, é uma importante forma de preservar o conhecimento indígena. “Este Centro foi criado a partir da necessidade de utilização de plantas medicinais, conhecimento que vem de gerações passadas e busca sobreviver por gerações futuras. O corpo dos indígenas às vezes é frágil para receber os medicamentos industriais. Então, fomos em busca de resgatar a cura pela floresta, para que os mais jovens também recebam os ensinamentos, de como medicinar as plantas da nossa floresta e como usá-las para a saúde do nosso povo. Onde tem floresta, tem saúde, tem planta medicinal”, destacou Naraiamat.

“O que eles tem aqui é de uma riqueza enorme e precisa ser preservada. Viemos para conhecer este projeto e estimular o fortalecimento da cultura e do conhecimento indígena. O Governo é parceiro dos povos indígenas e por isso estamos à disposição para consolidar e fortalecer este projeto”, disse o secretário regional do Governo, José Moura.

Sobre a visita de um representante do Governo de Rondônia à aldeia e ao Centro de Plantas Medicinais, Naraiamat comemora. “Com certeza ter essa parceria do Governo vai ser um grande avanço para o Centro Olawatawa. Receber o representante do Governo aqui e saber que querem apoiar o nosso projeto é uma grande vitória para nós, porque às vezes é difícil encontrar parceiro aqui no nosso país. Muita gente de fora, de outro país vem até nós, oferecer ajuda e agora o nosso Governo veio oferecer ajuda. Então isso será um grande avanço para continuar em busca do nosso objetivo. Vai ser muito importante para a nossa caminhada e estamos muito felizes”, conclui.

Naraiamat Surui, coordenador do Centro Olawatawa, “Lugar de Cuidar de Mim”, fez questão de falar da felicidade de saber que o Governo de Rondônia quer contribuir para a preservação e valorização da cultura e da sabedoria dos indígenas rondonienses

Hoje, mais de 50 plantas medicinais são cultivadas dentro do Centro, na Aldeia Paiter Linha 09, que abriga 60 famílias. Do viveiro, as mudas são plantadas em meio à floresta e quando chega o momento certo, são usadas para combater os mais variados sintomas e doenças. Todos os moradores da Aldeia se beneficiam da medicina da floresta.

“A floresta tem todos os medicamentos que a gente precisa. O povo indígena é forte, porque as plantas fortalecem o corpo. Todos usam a floresta para ficar mais forte”, enfatiza Napdjan Surui, pai de Naraiamat.

ESCOLA INDÍGENA

Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Isidoro de Souza Meirelles atende 54 alunos indígenas dentro da Aldeia Paiter Linha 09

Além de oferecer apoio ao Centro de Medicina da Floresta, o Governo de Rondônia já está presente na Aldeia Paiter Linha 09 com a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Isidoro de Souza Meirelles. A tecnologia está presente na aldeia e em tempos de pandemia tem sido aliada da educação.

Hoje, 54 alunos indígenas estão matriculados e participando das aulas de forma online, através da plataforma utilizada em todo o território de Rondônia pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc). Entre os professores da Escola Isidoro de Souza Meirelles, cinco deles são indígenas, entre eles Mopidaor Surui, professor de matemática que garante que a tecnologia tem sido grande aliada da educação também nas aldeias.

“A tecnologia está presente entre o nosso povo. Cada aluno assiste a aula da sua casa, faz as atividades e participa, assim como tem sido para os outros alunos. Além disso tem os professores por perto, aqui dentro da aldeia, para ajudar quando precisa”, ressalta Mopidaor.