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04/11/2024

PESQUISA CIENTÍFICA

Fapero elege saúde mental, traumas, cuidados com alimentação e doenças infecto-contagiosas como prioridades para editais

12 de junho de 2015 | Governo do Estado de Rondônia

Seminario Avaliaçao Saude 11-06

Pesquisadores decidem prioridades na sede da Junta Comercial de Rondônia

Pesquisadores dedicados a trabalhos que ampliem o conhecimento público a respeito de doenças infecto-contagiosas, saúde mental e alimentação terão mais chance de aprovação nos editais do Programa de Pesquisa para o Sistema Único de Saúde (PPSUS). Trabalhos que especificarem áreas estratégicas serão prioritários.

Esse consenso foi obtido por representantes de diversas instituições reunidos quarta e quinta-feira (10 e 11) em seminário promovido pela Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas à Pesquisa do Estado de Rondônia (Fapero). “As linhas de pesquisa deverão abranger tudo  que já foi feito e está se desenvolvendo nessas áreas, desde a situação da criança, da mulher em idade fértil, à violência e aos grandes empreendimentos no Estado”, anunciou o presidente da Fundação, Francisco Elder Souza de Oliveira.

Em apenas dois anos, a Fapero obteve de fontes federais R$ 20 milhões para diversos projetos de instituições da Capital e do interior de Rondônia. “Não foi muito, porque outras fundações mais antigas na Amazônia sempre levam a maior parte dos recursos, mas para um Estado que guardava projetos na gaveta isso significou o primeiro passo para melhorar o setor”, comentou Francisco Elder.

O seminário propôs a educação permanente em saúde pública como medida reparadora a situações que se prolongam há décadas. A coordenadora nacional do PPSUS, Érica Ell, sugeriu-lhes a inclusão do item “uso racional de medicamentos”.

Além da mortalidade infantil, o item “Saúde da criança e do adolescente” implicará preocupações com obesidade e violência. O “risco nutricional” abriu-se para grupos populacionais em geral, não se limitando à infância.

“Temos mais de 30 etnias indígenas que não representam 2% da população estadual, mas todas devem ser respeitadas. O que pesquisamos deve servir para todos, inclusive para elas”, alertou a coordenadora do curso de medicina da Universidade Federal de Rondônia (Unir) e do Centro de Saúde Indígena de Rondônia,  Ana Lúcia Escobar.

A redação do item “doenças infecto-parasitárias” ganhou o adendo: “que demandam atendimento na atenção básica e especializada”. O item “impacto de grandes empreendimentos” (usinas hidrelétricas no rio Madeira, por exemplo) terá agora igual importância à de acidentes com animais peçonhentos, às consequências do uso excessivo de agrotóxicos, à qualidade da água e ao saneamento.

TRANSPLANTES, DROGAS E LEISHMANIOSE

Para Ricardo Godoi (gesticulando), um só projeto pode atender a diferentes eixos

Para Ricardo Godoi (gesticulando), um só projeto pode atender a diferentes eixos

No item “saúde do trabalhador”, os pesquisadores acrescentaram a saúde bucal e o câncer de pele, ambos em fase de constatação no Estado. Já o item “segurança do paciente” alertaram os pesquisadores, conforme fez ver o médico Alessandro Prudente, do Departamento de Medicina da Unir. “Existe um problema sério de identificação de pacientes em hospitais, e uma das consequências graves é a medicação inadequada ou trocada”, justificou.

Prudente sugeriu e foi bem recebido que o item “doação” passe a ter esta redação: “doação e transplante de órgãos e tecidos”. Um leque de itens provocou debate entre os participantes. Eles enfatizaram os efeitos do alcoolismo e de outras drogas na sociedade; a morbimortalidade das doenças crônicas não-transmissíveis, destacando-se a diabetes, obesidade, hipertensão, neoplasias; resistência microbiana; infecção hospitalar e saúde mental. Coincidentemente, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) está preparando ainda para o atual semestre do ano o atendimento domiciliar a pacientes desse tipo.

“Uma visão mais abrangente nos permitirá definir melhor as linhas de trabalho. Um só projeto pode atender a dois eixos de pesquisa”, afirmou o diretor do Centro de Pesquisas em Medicina Tropical, da Fundação Oswaldo Cruz-RO, médico Ricardo Godoi Mattos Ferreira.

Exemplo do que sugeriu Ricardo Ferreira é a pesquisa da leishmaniose, tão abrangente que implica o isolamento de cepas, ensaios in vitro (em vidro) e formação de recursos humanos. Nesse item, por exemplo, a Fiocruz-RO encontra dificuldades no acompanhamento clínico de pacientes após o término do tratamento e na formalização de parcerias com profissionais pós-graduados. A pesquisa de avaliação de fatores relevantes para a vigilância em saúde e atenção integral à leishmaniose tegumentar, que custou R$ 30,5 mil (dos R$ 61,1 mil), solicitados tem agora como perspectiva intensificar a cooperação com equipes clínicas.

Leishmaniose é uma doença infecciosa, porém, não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos. Há dois tipos de leishmaniose: leishmaniose tegumentar ou cutânea e a leishmaniose visceral ou calazar.


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Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Bruno Corsino
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Água, Capacitação, Edital, Educação, Empresas, Evento, Governo, Rondônia, Saneamento, Saúde, Servidores, Sociedade, Tecnologia, Trânsito


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