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APERFEIÇOAMENTO

Médicos intensivistas estudam infarto agudo e eletrocardiograma com especialistas do Incor

16 de março de 2015 | Governo do Estado de Rondônia

Participantes atentas às explicações, no curso de formação continuada em  Síndromes Coronárias Agudas

Participantes atentas às explicações, no curso de formação continuada em Síndromes Coronárias Agudas

O infarto agudo do miocárdio (IAM), responsável por 60 mil óbitos por ano no país, é considerado a principal causa isolada de morte. Por isso, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) motivou novamente o debate do tema, oferecendo no sábado (14), em Porto Velho, um curso que tornou bem claras as situações de pronto socorro.

Os médicos cardiologistas Willy Akira Nishizawa e Jullian Muniz – da equipe do Instituto do Coração (Incor), de São Paulo – explicaram para 38 médicos o tema emergência cardiovascular e eletrocardiograma. Uma animada gincana possibilitou o aprendizado técnico, com ênfase para alterações mais comuns e diagnósticos.

Dores localizadas entre a linha da mandíbula ao umbigo da pessoa indicam infarto. “E o por que do eletrocardiograma?”, indagou o médico Jullian Muniz. “Porque existe a dúvida”, ele mesmo respondeu.

O Incor é o 7º maior centro de transplante cardíaco do mundo e o maior de transplante pulmonar do Brasil. Há dois anos a Sesau mantém a educação continuada para médicos de diversos hospitais.

O número de infartos anualmente no Brasil é estimado entre 300 mil e 400 mil e, na média, de cinco a sete casos ocorre um óbito. A doença tem a mais elevada taxa de mortalidade, embora sejam notáveis os avanços terapêuticos obtidos pela medicina. No entanto, a dupla ácido acetilsalicílico (aspirina) e betabloqueadores segue firme nas indicações de tratamento, respeitando-se contraindicações.

Todo paciente com suspeita de IAM recebe rotineiramente aspirina. Já os betabloqueadores servem para inibir competitivamente os efeitos das catecolaminas circulantes, diminuindo a frequência cardíaca, a pressão arterial e a contratilidade miocárdica. Com isso, reduzem o consumo de oxigênio pelo miocárdio.

PROVEITOSO

Eletrocardiograma normal, sobrecargas e bloqueios foram exaustivamente debatidos no curso. Os palestrantes ensinaram o sistema de condução elétrica, fenômenos de polarização e despolarização (atrial e ventricular); explicaram o correto posicionamento dos eletrodos, projeção de vetores, registro de traçado das ondas, e orientaram a respeito do que é normal ou complexo em pessoas brevilíneas (de estatura baixa) ou longilíneas (altas, com o coração mais “em pé”).

O aprendizado a respeito da síndrome coronariana aguda centrou-se na análise detalhada do eletrocardiograma, que aponta ataques com supra (obstrução total), sem supra (parcial) e esquisito, cujas causas exigem estudos ainda mais minuciosos.

Hipertensão arterial e diabetes melittus causam o chamado infarto silencioso (20% dos casos estudados), sem aquelas características dores no peito. O ataque cardíaco ocorre, mas a pessoa só tem os sintomas de pós-infarto, já que o organismo se defende, de uma maneira ou de outra.

Dr. Luís Eduardo Maiorquini, adjunto da Sesau, fala aos participantes do curso de formação continuada sobre o Infarto Agudo do Miocárdio

Dr. Luís Eduardo Maiorquini, adjunto da Sesau, fala aos participantes do curso de formação continuada sobre Síndromes Coronárias Agudas

“Não adianta ter medicamentos na prateleira, se o atendimento não for aceitável”, disse o secretário estadual adjunto de saúde, médico Luís Eduardo Maiorquim. Para ele, o estado só terá condições de enfrentar a realidade, adotando outra performance. “Tudo o que investimos, deve ser revertido para salvar vidas”, explicou.

Maiorquim destacou a entrega do novo pronto socorro de Cacoal (a 500 quilômetros de Porto Velho) como fator determinante para diminuir a demanda no Hospital João Paulo II, em Porto Velho”.

Segundo o clínico intensivista Nestor D’Andrea, formado na Faculdade de Medicina de Campos (RJ) e hoje na equipe do Hospital de Base Ary Pinheiro, na Capital, a maioria dos pacientes de IAM por ele atendida é constituída por vítimas do tabagismo, com ou sem histórico na família, e chega acompanhada de parentes ou é transportada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência(Samu). “Chegam-me também muitos dependentes químicos, principalmente de cocaína”.

“Alguns pacientes chegam conversando e morrem dentro ou fora da UTI. Este curso é bom, porque demonstra a prática da emergência para riscos baixo, alto e intermediário”, opinou D’Andrea.

A médica Keliana Franco Bucar passou pelo Serviço de Clínica Médica do Hospital de Base de São José do Rio Preto (SP) e graduou-se em UTI com reconhecimento pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Trabalha atualmente na Assistência de Medicina Intensiva 24 horas no Hospital João Paulo II, em Porto Velho, onde funcionam 25 leitos.

“Novos e antigos necessitam respaldo para lidar com diversos tipos de estresse; se máquinas exigem manutenção, seres humanos precisam sempre se reciclar, porque também se cansam e esquecem”, elogiou a médica.

“Lidamos com situações de risco iminente de morte, no qual o raciocínio e a ação rápida se impõem. Um choque hipovolêmico, por exemplo, significa pouco tempo de vida, e a carência no atendimento pré-hospitalar nos exige rapidez”, acrescentou Keliana Bucar.

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Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Bruno Corsino
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Capacitação, Governo, Rondônia, Saúde, Servidores, Sociedade, Tecnologia


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