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CORONAVÍRUS

Famílias se adequam à quarentena e criam atividades para rebater o ócio e a ansiedade em Rondônia

09 de abril de 2020 | Governo do Estado de Rondônia

Família De Paula trabalha com atividades lúdicas para entreter a criançada

O isolamento social neste período de pandemia de Covid-19 em Rondônia é um dos principais meios de prevenção e combate ao contágio da doença, e tem motivado muitas famílias a criarem novas perspectivas sobre tarefas e brincadeiras a serem desenvolvidas em casa para evitar o ócio e a ansiedade.

De quarentena com a esposa e mais quatro filhos, o funcionário público Cristiano de Paula, diz que a rotina em casa mudou completamente. “Nós temos filhos nas idades de 3, 4, 10 e 13 anos e desde o início da quarentena temos feito o isolamento social inclusive dos parentes. As atividades escolares continuam, porque a escola tem encaminhado as tarefas online, e eu e minha esposa estamos em home office. Estamos conciliando o trabalho, com as atividades dos meninos e as domésticas”, conta.

Segundo o casal o trabalho aumentou, já que dispensaram a diarista para que ela também fique em isolamento social.

“Logo no início ficamos muito preocupados, três dos nossos filhos são do grupo de risco porque tem asma, e um deles no ano passado teve três pneumonias devido a uma imunodeficiência para essa doença”, disse Thais  Francine de Paula, esposa de Cristiano, e também servidora pública.

 

“Estamos tomando todos os cuidados em casa, e a partir do momento em que começamos a filtrar as notícias e aplicar atividades lúdicas para entretê-los tudo ficou bem mais tranquilo”, diz Thais.

 

Resumindo o período de quarentena, Thais declara que tem sido muito mais intenso do que a rotina normal. “Estamos nos revezando entre as crianças e o trabalho, e ainda todo o serviço doméstico”. Cristiano acrescenta a importância dos casais se ajudarem. “Não deixar o trabalho de casa e das crianças só para a esposa é fundamental para manter o equilíbrio. E isso nós publicamos em nossas redes sociais para trocar ideias e ajudar as demais famílias com dicas de como o comportamento familiar pode ser harmonioso quanto todos se adaptam à essa realidade com tranquilidade”, completa.

Matheus Gabriel Dantas tem 9 anos e está em casa desde a segunda quinzena de março, quando as aulas foram suspensas por conta da pandemia. “Eu também fiquei sem poder ter aula de música e brincar na rua com os meus colegas. Estou com saudade de ir para a escola e de fazer as coisas que eu fazia todos os dias, mas ficando em casa eu faço as tarefas da escola, jogo pela internet, assisto séries e vídeos, e quando eu quero gastar mais energia, ando no meu skate no pátio de casa ou de bicicleta no quintal”.

Matheus gasta energia andando de skate no quintal de casa.

 

Às vezes enjoa ficar só em casa, mas minha mãe falou que é para o nosso bem, e logo isso vai passar”, disse Matheus.

 

A idosa Hilma Santana, 68 anos, é aposentada e diz que o isolamento não é fácil, porém necessário. “Para quem está acostumado a ter uma rotina ativa, não é assim tão simples, mas para passar meu tempo eu leio a Bíblia, faço palavras cruzadas, faço exercícios que pesquiso na internet e são possíveis de fazer em casa, sem muito ‘avexamento’. E eu meu esposo estamos vivendo assim, tipo ‘detidos’, mas temos que nos prevenir porque já estamos numa idade avançada e tenho fé em Deus que vamos vencer esse vírus”.

Com o esposo, Manoel José Monteiro de Almeida, 61 anos, a idosa diz que faz bolos, biscoitinhos e tudo que pode para ocupar a mente. “Assistimos um bom filme, não ficamos aperreados com as notícias, cremos que tudo isso vai passar e logo, logo poderei voltar a fazer minhas caminhadas e hidroginástica. Estando em casa, estamos mais protegidos”, enfatiza Hilma.

A servidora estadual Mayana Jakeline Costa de Carvalho, está em home office juntamente com o esposo, considera o período peculiar e diz que está tentando se adequar da melhor forma à quarentena. “Acostumada a trabalhar em meio a muita gente, com grande circulação de pessoas o tempo todo, é um pouco estranho, mas temos conseguido desenvolver nossos trabalhos, até porque todos os nossos serviços são eletrônicos, de modo que as contratações e processos públicos continuam tramitando regularmente e ao mesmo tempo conseguimos nos prevenir e cumprir a quarentena que os órgãos de saúde estão recomendando”, conclui.

Segundo a psicóloga Janaína Sampaio, a necessidade do isolamento social está provocando novas configurações na convivência em sociedade.  “Diante dos dados da realidade observa-se sim, um movimento positivo: são profissionais se reinventando para permanecer ativos no mercado de trabalho, uma latente preocupação com a saúde em geral, principalmente com os idosos, pais descobrindo habilidades nos filhos que antes não eram perceptíveis, pela falta de tempo, pessoas buscando investir no auto cuidado físico e mental”.

Janaína destaca ainda que uma grande parcela da população se tem se mobilizado para ajudar pessoas que vivem em estado de vulnerabilidade e um reconhecimento das profissões essenciais que antes não eram tão valorizadas.

“A situação, por mais dolorosa que seja, nos traz uma reflexão que pode gerar um aprendizado, e penso que o atual momento é uma boa oportunidade para meditarmos sobre nosso papel no mundo e o legado que deixaremos para as próximas geração. Temos hoje, uma chance de imprimirmos uma nova dinâmica de cooperação, empatia, acolhimento e cuidado com os nossos, pois nunca precisamos tanto uns dos outro como agora e quando desenvolvemos essas atitudes, estamos intervindo diretamente na prevenção de saúde mental”, conclui a psicóloga.

 

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Fonte
Texto: Vanessa Farias
Fotos: Vanessa Farias e Cristiano de Paula
Secom - Governo de Rondônia

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