INCUBADORAS
05 de abril de 2017 | Governo do Estado de Rondônia
Ter uma ideia e não conseguir tirar do papel. Estar em um negócio há anos e não conseguir expandir. Esses sãos obstáculos comuns para o empreendedorismo avançar, mas em Rondônia este cenário começa a mudar com a implantação da Rede de Incubadoras de Empresas (Redinova) lançada em dezembro do ano passado e que agora realiza inscrições e seleção de propostas.
A iniciativa dos campi do Instituto Federal de Rondônia (Ifro), que dão o suporte necessário para os empreendedores desenvolverem negócios inovadores, tem a parceria do governo estadual.
De acordo com o reitor do Ifro, Uberlando Tiburtino Leite, a proposta da Rede de Incubadoras de Empresas era o que faltava para que o empreendedorismo ganhe força no estado. ‘‘Fizemos um levantamento e percebemos que diferente de outros estados, Rondônia não tinha incubadoras de empresas. Há um número baixo de empresas e talvez esta seja uma das razões. Então trouxemos este espaço para dentro do Ifro para estimular o empreendedorismo’’, afirmou o reitor.
Como promotor e indutor de ações nas áreas econômica, social e cultural, o governo colabora por meio da Fundação Rondônia de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa (Fapero).
O coordenador da Incubadora do campus Calama em Porto Velho, Cleudson Vieira, destacou que o instituto já tem em sua grade de disciplinas o empreendedorismo. ‘‘Todos os cursos têm esta disciplina e os alunos desenvolvem vários projetos. Eles montam um plano de negócio com orientação e apoio dos professores e com essas incubadoras eles poderão acompanhar como realmente são concretizados os planos de negócios, inclusive a parte administrativa e fiscal’’, citou.
COMO FUNCIONA?
De acordo com o reitor, a ideia é que todos os campi do Ifro tenham incubadoras de empresas, mas nesta primeira etapa já estão prontos para receber os empreendedores apenas o da Calama e da zona Norte, em Porto Velho. Uma sala de vidro, com imobiliários confortáveis, decoração moderna e espaço para funcionar escritórios, inclusive para receber clientes, é assim a incubadora instalada no campus Calama.
‘‘É aqui que iremos acolher essas empresas para oportunizar que elas avancem e contribuam para o desenvolvimento do nosso estado’’, destacou o diretor-geral do campus Porto Velho Calama, Marcos Aparecido Atiles Mateus. Segundo ele, além desse laboratório de empreendedorismo, todos os outros laboratórios da instituição poderão ser utilizados pelos empreendedores.
Estudantes das redes pública e privada, universitários e a sociedade em geral podem participar dessa iniciativa. ‘‘As incubadoras do Instituto Federal estão abertas para qualquer pessoa da sociedade. Se já tem a empresa, ela irá incubar esta empresa, mas se é alguém que só tem uma ideia, a gente faz a parte chamada pré-incubação, na qual iremos auxiliá-lo até ser uma empresa incubada’’, contou o reitor.
Ainda segundo o diretor, um servidor capacitado estará à disposição dos empreendedores diariamente para fazer a consultoria. Além disso, conforme o coordenador de Inclusão Social e Produtiva do Ifro, Jairo Tschurtschenthaler Costa, representantes de instituições parceiras serão convidados para apresentar orientações relevantes para quem quer começar ou ampliar os negócios.
‘‘Toda semana nós teremos uma capacitação de parceiros para dar suporte aos empreendimentos. Por exemplo, o governo do estado pode ceder por um dia um servidor da Sefin [Secretaria de Finanças] para esclarecer dúvidas em relação à arrecadação, enquanto o Sebrae pode explicar como abrir o próprio negócio. Então esse é um espaço para capacitação envolvendo os parceiros que fazem parte da Redinova’’, pontuou Jairo.
‘‘A incubadora será o ambiente de trabalho deles durante um ano, podendo prorrogar por mais 12 meses. O Ifro colocará à disposição deles tanto os profissionais para fazer a consultoria quanto a estrutura física, computadores, impressoras, o acesso ao telefone, entre outros”, disse o reitor.
As consultorias devem sanar “gargalos” do empreendedorismo. ‘‘A pessoa tem uma proposta e não tem recurso suficiente para desenvolver esse produto ou serviço, e o Instituto Federal vai mostrar como conseguir esse investimento. Então, estaremos auxiliando desde a documentação necessária para criar a empresa até o encontro de parceiros. No caso da empresa que já exista e precisa de um espaço maior, ela ficará com o escritório funcionando no Ifro e buscaremos parceiros, inclusive o próprio governo do estado, para que ceda um espaço que possa desenvolver a proposta dessa pessoa’’, exemplificou Uberlando .
Outra expectativa da Redinova em Rondônia é que aqueles que tiveram os projetos selecionados sejam multiplicadores do conhecimento adquirido ao longo do período que participaram das incubadoras. ‘‘Esperamos que esses empreendedores futuramente compartilhem o que aprenderam, as experiências que tiveram aqui com os novos participantes da rede’’, citou.
INOVAÇÃO
As ideias podem ser de âmbito comercial ou social de diversos ramos. Pode ser um serviço ou produto, mas uma coisa elas têm que ter em comum: a inovação. ‘‘A ideia não é criar uma empresa que vai desenvolver um produto que já tem no mercado. É contribuir para a inovação. A iniciativa precisa trazer algo novo ou melhoria para um produto ou serviço já desenvolvido no estado’’, pondera o reitor.
O processo seletivo acontece por meio de edital. Segundo o reitor, dois editais já foram lançados. Um para o campus Calama e outro para o da zona Norte. Para o campus Calama foram pré-aprovados quatro propostas. Entre eles ideias para a reciclagem de pneus e de eficiência energética direcionada para indústria e residência.
‘‘Agora essas propostas terão os planos de negócios avaliados para sabermos se realmente atendem aos critérios estabelecidos no edital’’, salientou o reitor. A expectativa é que ainda neste mês sejam iniciados os trabalhos dentro da incubadora do campus Calama.c
SELEÇÃO
Para a incubadora do campus zona Norte, as inscrições podem ser feitas até esta sexta-feira (7), com possibilidade de prorrogação. Para enviar propostas acesse o site do instituto. ‘‘Qualquer um pode participar, basta você ter uma ideia inovadora e saber responder duas perguntas: Quanto custa e como faço para realizar? Isso você vai colocar no plano de negócios’’, afirmou o coordenador de Inclusão Social e Produtiva do Ifro.
Também é critério para a seleção das propostas a preocupação com a sustentabilidade e preservação do meio ambiente e o impacto do projeto na economia local ou regional.
O coordenador explicou também que neste primeiro momento foram abertas duas linhas de atuação: Startup e Spinoff. A primeira são empresas recém-nascidas e com grande potencial de crescimento, que buscam explorar atividades inovadoras no mercado. Já a Spinoff é uma empresa nascida a partir de um grupo de pesquisa acadêmica ou industrial, também com o objetivo de explorar um produto ou serviço inovador. ‘‘Futuramente iremos abrir editais para cooperativas sociais’’, adiantou Jairo.
‘‘Inicialmente não existe custo para participar das incubadoras. Se for a fase de pré-incubação quando não tem CNPJ, ela não paga nada porque não tem arrecadação, mas a partir do momento que ela passa para incubação e tem o CNPJ, ela pode ficar dois anos aqui dentro. No primeiro ano, ela não contribui com nada, até porque no início as empresas costumam ter dificuldades financeiras, já no segundo ano ela pagará um valor simbólico que será revertido para a própria rede de incubadoras. Aqueles que faturam até R$ 1 mil, por exemplo, contribuirão com 1%, que dará R$ 10 por mês’’, acentuou Jairo.
‘‘Esperamos contribuir com os arranjos produtivos, com melhor profissionalismo das empresas e assim ter empresários bem sucedidos em nosso estado. Esperamos também que esta seja uma oportunidade para que nossos jovens despertem a atenção para o empreendedorismo e apresentem produtos e serviços que a sociedade precisa’’, avalia o diretor.
Esta também é uma oportunidade para o estado crescer em número de empresas que beneficiem as matérias-primas locais. ‘‘Rondônia é um estado que tem uma produção de alimentos significativa, mas a de processamento desses alimentos é muito baixa. Então é preciso induzir esses novos arranjos em nosso estado’’, considera o reitor.
Além do governo de Rondônia e do Ifro, também fazem parte da Redivida o Banco do Povo, a Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Rondônia (Sebrae), a Associação Rondoniense de Municípios (Arom), Instituto Luterano de Ensino Superior – ILES/Ulbra Porto Velho, Sindicato dos Administradores no Estado de Rondônia (Saero) e o Instituto Norte Amazônia de Apoio ao Terceiro Setor (Inats).
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Fonte
Texto: Vanessa Moura
Fotos: Jeferson Mota
Secom - Governo de Rondônia
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