Conselho de Secretários de Educação reivindica respaldo político e transfere ensino religioso a cada estado

Secretários estaduais de Educação participam da reunião do Consed, em Porto Velho

Para o presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação (Consed), Eduardo Deschamps, cada estado brasileiro pode decidir a respeito do ensino religioso, a partir da ausência de diretrizes curriculares nacionais. No atual panorama do ensino desse tema, ele acredita  em opção não confessional por muitos estados. Lembrou que os entes federados têm regulamentado a matéria de diferentes formas. “Se não obtivermos consenso, não adianta insistir”, alertou.

Conforme o presidente, que abriu nesta quinta-feira (25) em Porto Velho a reunião do Consed,  não se deve privilegiar uma ou mais confissões religiosas, em detrimento de outras, tampouco esse ensino pode finalidade catequética de qualquer manifestação religiosa. “E não podemos abdicar de combater a intolerância religiosa”, ressalvou.

Deschamps lançou a proposta de o Consed reunir-se apenas uma vez por ano, em assembleia de três dias. Justificou que quatro reuniões anuais implicam desencontro de agendas e perda de ganho nos resultados dos debates.

O Consed posicionou-se pela relevância dos temas prioritários do setor e anunciou sua expectativa no sentido de obter “peso político forte” e maior participação dos estados na formulação de estratégias.

Eduardo Deschamps, presidente Consed

Reunido no auditório do Hotel  Golden Plaza, o Consed confirmará hoje suas decisões ao ministro da educação Renato Janine Ribeiro, que participará de uma parte do debate e inaugurará a Escola Lydia Johnson [12 salas de aulas em cinco blocos no padrão MEC].

Oito secretários estaduais participam da reunião e 11 governadores enviaram representantes. Os Institutos Natura e Unibanco, que mantêm parcerias com o setor educacional, reiteraram a oferta de de estudos e reforçaram sua participação na parte organizacional do Consed, conhecida por governança.

Em palestra feita às 11h30, a representante da Boston Consulting Group (BCG), Juliana Abreu, expôs em audiovisual o diagnóstico pretendido pelo fórum de secretários. Ao destacar as contribuições de cada um, ela explicou que o Consed deve modificar seu perfil de atuação. “O objetivo agora é criar um círculo virtuoso, obtendo-se agenda comum e de maior interesse dos estados”.

Ou seja, conforme frisou Juliana Abreu, a voz dos secretários estaduais deve ser acompanhada do engajamento político federal e estadual para que o modelo de atuação do Consed tenha realmente atuação diferenciada. “Assim, ele será maduro e propositivo no que diz respeito a políticas públicas”, assinalou.

O conselho refez suas estratégias, com o ganho proporcionado pela melhoria do nível de delegação e maior celeridade visando ao impacto de suas decisões. Na mesa, o senador Valdir Raupp lembrou ser membro da Comissão de Educação e reiterou seu apoio às decisões plenárias.