Alunos de técnica de alimentos do Senai aprendem a tirar pele de peixe e gastronomia durante 4ª RO Rural Show

Retirada da pele de pirarucu é exibida em televisores

Às 9h30, o consultor do Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa (Sebrae) em Ariquemes, Cláudio Brandão, ergue um enorme exemplar de pirarucu e começa a retirar-lhe o couro. Ao mesmo tempo, explica como isso deve ser feito. Filmado, ele é visto em telas de TV instaladas no recinto da Vitrine do Peixe. Na sequência da cuidadosa retirada de escamas sem ferir o couro [que servirá para a confecção de bolsas e cintos], a chef Cleo Ressetti ensina como preparar o peixe para o consumo.

Acomodados na arquibancada dessa vitrine, na praça central da 4ª Feira Rondônia Rural Show, 60 alunos de três turmas do curso de técnicas de alimentos do Serviço Nacional da Indústria (Senai) em Ji-Paraná assistiram hoje (28) aulas específicas de tecnologias de processamento de pescado e elaboração de pratos gastronômicos. A vitrine tem equipamentos modernos, câmaras frias, alto padrão de higiene e tem atraído muitos visitantes desde a abertura da feira.

Formadas por alunos de Ji-Paraná, Nova Colina, Nova Londrina e Presidente Médici, as turmas do Senai são apoiadas pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). “Aliamos as partes teórica e prática, e com isso ampliamos o aprendizado informou a coordenadora Talita Regina Dal Magro. Migrante nascida em Maravilha (SC), ela estudou na Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá, trabalhou em Sinop [norte daquele estado], de onde veio para  Ji-Paraná, a 367 quilômetros de Porto Velho.

Durante as aulas, a professora Talita Dal Magro informou que o mercado já absorve a mão de obra formada em Ji-Paraná. O curso tem a duração de dois anos. “Imagine que a situação mudou muito, porque há cinco anos não havia esse incentivo hoje dado pelo governo do estado à piscicultura e a diversos setores que carecem de mercado”, ela comentou.

De acordo com Talita, os primeiros formandos em Ji-Paraná buscaram emprego em outros estados e alguns de seus alunos já deixaram de ser auxiliares para se tornar chefs de cozinha. “Estão distantes daqui, mas a gente tem contato com familiares e sabe que saíram felizes ao se encontrar de verdade com a profissão”, disse.

Professora Talita com seus alunos

O governo estadual apoia diretamente técnicas de manejo e construção de viveiros.  A Secretaria de Agricultura editou um fôlder que resume normas de conduta para piscicultura sustentável e responsável, enfatizando a eficiência alimentar, produção regular e redução da carga de resíduos do efluente. Incentiva também aos piscicultores a requerer o registro de aquicultor, licenciamento ambiental e outorga de uso da água.

Em parceria com o Sebrae, especialistas em piscicultura oferecem ao Senai métodos ideais para construção de empreendimentos que garantam a redução da infiltração de água e seu uso eficiente, com adução e drenagem, e do tratamento do efluente. Assuntos que os alunos se inteiram a cada dia, pois sua matéria-prima principal sai das ricas nascentes que, felizmente, são conservadas em Rondônia.