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23/12/2024

PISCICULTURA

Agência de Defesa Sanitária de Rondônia será responsável pela qualidade do peixe criado em cativeiro

28 de julho de 2015 | Governo do Estado de Rondônia

Secretário Padovani: Idaron tem recursos para controlar cadeia produtiva do peixe

Secretário Padovani: Idaron tem recursos para controlar cadeia produtiva do peixe

Feitas as projeções de safras pesqueiras para os próximos três anos, caberá à Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron) a tarefa de controlar carregamentos de peixes vendidos para indústrias frigoríficas locais e de outros estados. A medida foi anunciada nesta terça-feira em reunião do Conselho de Sanidade Aquícola, na sede da Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri).

A agência Idaron deverá observar o vazio sanitário, quarentena e rodízio de espécies, a fim de quebrar o ciclo de parasitos. Esse tema também foi exposto em palestra durante o Rondônia Rural Show, em Ji-Paraná, pelo médico veterinário Santiago Benites de Paula.

Até o início do ano, piscicultores vinham utilizando autorização de despesca e transporte (ADT), obedecendo a instrução normativa do Ministério da Pesca. A partir de 1º de setembro, o piscicultor terá obrigatoriamente que apresentar licenciamento específico.

Segundo a diretora da Divisão de Recursos Pesqueiros da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental, Marli Lustosa Nogueira, a ADT deverá ser substituída pela guia de trânsito animal (GTA), mediante convênio com o Ministério da Pesca.

Das doenças encontradas em peixes criados no estado, a Acanthocephala [no município de Vale do Paraíso] serviu de alerta: em audiovisual, a engenheira de pesca da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Mirtes de Lima Pinheiro, mostrou vesícula biliar e intestino de peixes, para demonstrar efeitos da intoxicação alimentar. “O peixe não se alimenta, o parasito sim”, advertiu.

O Ministério da Agricultura ainda não dispõe de estudos de doenças nas espécies pirarucu e tambaqui.

PARCERIAS

O estado busca parceiros para impulsionar o setor que estima, até 2018, a movimentação comercial de 250 mil toneladas de peixes. A sanidade é agora o maior desafio para o êxito dos negócios que envolvem pequenos e grandes produtores.

“Infelizmente, a Unir (Universidade Federal de Rondônia) ainda está bloqueada judicialmente, o que a impossibilita de apoiar o setor”, lamentou o professor do curso de medicina veterinária, Klaus Casaro Saturnino.

Essa restrição, segundo Saturnino, implica a não obtenção de recursos até na Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Ele queixou-se da “despadronização” na atividade de pequenos criadores, os quais usam indiscriminadamente formol e outros produtos químicos águas de tanques suspensos. “Parasitos nunca acabarão, nem nos animais, nem no ser humano, por isso, identificá-los e combatê-los evitará situações catastróficas”, ponderou.

“Piscicultores têm adquirido ração e medicamentos em casas agropecuárias, sem pedir o auxílio e a orientação de técnicos, o que compromete o controle da atividade”, queixou-se o conselheiro Elisafan Batista Sales, especialista em peixes na Emater, que exemplificou o perigo, mencionando a situação do município de Urupá, aonde 50% de pequenos criadores reduziram a produção de 3,8 mil toneladas em 2014 para 1,5 mil toneladas este ano.

Segundo ele, Vale do Paraíso vive situação semelhante. “Houve um retrocesso, a cooperativa regional fechou, daí a necessidade de o governo determinar o mais rapidamente possível a devida inspeção, evitando que o peixe chegue ao mercado sem boas condições de sanidade”, assinalou.

criadouro de peixe

Criadouro de peixe

Elisafan elogiou a pujança rondoniense na piscicultura, tanto no aspecto ambiental quanto na comercialização, contudo, alertou para que não se repita o caso de rejeição à compra de tambaqui esviscerado no gelo, por comerciantes de Goiás.

Entre 2014 e 2015, a Emater pesquisa a criação de peixes em diversos municípios, principalmente em Alvorada do Oeste, Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste, Urupá e Vale do Paraíso.

Termo de cooperação técnica firmado pela Emater com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) possibilitará o levantamento sanitário, a elaboração de um vídeo com cenário de necrópsias. Uma cartilha de campo deverá editada e impressa até agosto próximo.

LABORATÓRIO, A META

O secretário estadual de agricultura, Evandro Padovani, informou que a agência Idaron recebeu cerca de R$ 2 milhões para aplicar em ações de sanidade animal. O peixe deverá incluído nessa rubrica.

“Tenho certeza que vamos obter mais recursos do governo federal; já fizemos pleitos com a Embrapa”, ele disse.

Mesmo com maior atividade pesqueira, a região norte não dispõe de laboratórios especializados. Eles se concentram nas regiões sul e sudeste, informou a superintendente da Pesca e Aquicultura de Rondônia, Ilce Santos. Assim, a Seagri poderá negociar com a Assembleia Legislativa, com vistas à instalação de um laboratório em Porto Velho. “O custo não é alto”, resumiu Ilce Santos.

Em três dias de aulas teóricas e dois dias de aulas práticas, com visitas a propriedades rurais, a Emater-RO capacitou 44 médicos veterinários, entre os quais, 11 de Ji-Paraná, dez de Porto Velho e cinco de Ariquemes, e outros 15 profissionais, informou a engenheira Mirtes Pinheiro. Na reunião, ela apresentou o relatório de capacitação em ictiologia, que contou com o apoio da cientista Ana Lúcia Silva Gomes, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.


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Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Dhiony Costa e Ésio Mendes
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Agricultura, Agropecuária, Água, Capacitação, Convênios, Cursos, Distritos, Ecologia, Economia, Empresas, Governo, Indústria, Infraestrutura, Legislação, Meio Ambiente, Piscicultura, Rondônia, Saneamento, Saúde, Servidores, Sociedade, Solidariedade, Tecnologia, Transporte


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