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22/11/2024

Especial – Cheia do Madeira

Hospital Regional de Extrema atende também população de cidades acreanas

09 de maio de 2014 | Governo do Estado de Rondônia

IMG_3454O distrito de Extrema de Rondônia  encontra-se na luta para transformar-se no 53º município do Estado. O plebiscito consultando a criação do novo município já foi realizado, resultando em 170.004 eleitores votando pelo “sim” e apenas 18. 853 pelo “não”.

Caso seja realmente criado, o município será formado pelos distritos de Extrema (sede), Nova Califórnia, Vista Alegre do Abunã e Fortaleza do Abunã. Possui uma área de 5.515,87 km², cerca de 2,32% da área total do Estado e sua população estimada é de 9.847 habitantes.

Extrema está localizada há mais de 300 km da sede do município Porto Velho pela BR-364, sentido Acre sendo que a sede do distrito fica localizada a apenas 180 km da cidade de Rio Branco.

Durante a cheia do rio Madeira que obstruiu a passagem de veículos pela BR-364, o distrito sofreu com o desabastecimento de vários gêneros alimentícios, remédios e pacientes mais graves da localidade tinham de ser encaminhados para o estado vizinho a fim de receber os devidos cuidados.

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Mas segundo a vice-diretora do Hospital Regional de Extrema, Maria Alixandre Vasconcelos Vedana, os helicópteros da Defesa Civil estadual não deixaram a unidade se desabastecer dos principais medicamentos necessários ao andamento dos atendimentos. “Os dias foram difíceis mas já estamos entrando na normalidade”.

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Segundo ela, a alimentação servida aos pacientes e funcionários do Hospital é terceirizada, e tiveram de adaptar o cardápio, pois durante alguns dias o distrito ficou desabastecido de legumes e vegetais. “mas alimentação boa e de qualidade nunca faltou para ninguém”.

Os atendimentos aumentaram em comparação com o ano anterior. Em 2013 foram 25.671 por especialidades e 99.339 gerais. Para este ano, pela demanda até agora apresentada, a previsão é de se chegar a mais de 30 mil por especialidade e 125 mil gerais.

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O servidor do HRE, Delvanir Leonardelli, disse que estes atendimentos são referentes a pacientes da Ponta do Abunã e também de moradores do estado vizinho, Acre. “E com a interrupção da BR, muitos vieram buscar socorro aqui pois não conseguiam chegar a Porto Velho”.

Os médicos que atendem no HRE são oriundos do estado do Acre, que atendem em regime de plantão. Com isso, a unidade consegue atender nas especialidades de Ginecologia, clínica geral, pediatria, cirurgia geral, ortopedia, anestesia, além da equipe de apoio, formada por nutricionista, psicóloga e assistente social.

Somente em 2014 o hospital já realizou 112 cirurgias, sendo 26 pacientes do Acre, 80 de Ponta do Abunã e 6 de outras localidades. A região também recebeu nesta semana os médicos cubanos, o que segundo a vice-diretora, deverá reduzir um pouco a demanda do HRE. Extrema, Nova Califórnia, Abunã e Vista Alegre contam agora com um médico na atenção básica de saúde.

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O hospital possui conta também com uma farmácia básica de saúde para distribuição gratuita de medicamentos, que se manteve ativa devido o governo do estado enviar helicópteros com carregamento de medicamentos para atender o hospital. O HRE possui ainda uma unidade da Fhemeron, que recebe sangue de Guajará-Mirim (durante a cheia, por dois meses o fornecimentos veio do Acre) e 33 leitos para internação hospitalar.

Segundo Mari Alexandre, o HRE recebe muitos pacientes vítimas de acidentes oriundos do setor das serrarias. Muitos destes pacientes, devido a gravidade dos ferimentos, “são encaminhados a capital, mas em geral são atendidos aqui. Por isso, nosso diretor já solicitou uma ambulância com UTI para atender esta demanda”.

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O atendimento à população de Raio X é feito por uma empresa terceirizada. Mas o HRE já recebeu um novo e moderno equipamento para realizar o atendimento diretamente. A vice-diretora informou que uma equipe técnica está para chegar a Extrema para verificar local de instalação e “em breve iremos oferecer também esta agilidade no serviço”.

Uma das maiores demandas do hospital é no setor de ortopedia. Para se ter uma ideia da importância deste profissional para a região, basta verificar os números. Semanalmente ele atende cerca de 70 pacientes. “isso reduz muito a demanda sobre Porto Velho”, diz Maria Alixandre.

Este pensamento é compartilhado pelo diretor clínico do HRE, o médico Rafael Araújo, que enaltece o apoio do governo do estado em descentralizar a saúde pública, criando unidades hospitalares fora da Capital. “No Acre se faz o contrário”, com isso, segundo ele, a demanda na capital por especialistas é muito grande.

Segundo ele, esta atitude, sai caro para o estado manter equipe grande de especialistas, mas isso gera satisfação na população e “quase não há filas para o atendimento”. Ele afirma que este é o hospital do interior com melhor estrutura da região amazônica.

Isso demonstra o respeito que o governador tem com a população, “levando serviços de saúde a todos, facilitando o acesso”, disse. Assim, disse, “se quebra um dos maiores paradigmas do Sistema Único de Saúde, que são as filas de espera”. O tempo de espera, disse, para uma cirurgia no HRE é de no máximo 30 dias. Em outras localidades, “a espera chega a ser de até dois anos”.

Ele ressalta a importância da distribuição do medicamento gratuito à população, pois isso melhora a “adesão do paciente ao tratamento, respeito ao paciente e a integralidade no atendimento do paciente do sistema único”. Complementa dizendo que nenhum hospital após a balsa realiza este tipo de serviço.

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O agricultor Valdir Freitas Viana, diz que não tem do que reclamar do atendimento. “A gente chega aqui, passa pela triagem e é atendido”. A também agricultora Magna Martins de Souza diz que os médicos do hospital, quando chegam dão até bom dia aos pacientes. “onde que você vê isso?” pergunta dando a resposta com um sorriso no rosto.

Agropecuária

Com a invasão dos campos pelas águas dos rios amazônicos, muitos animais acabaram morrendo por não ter terra firme para buscar segurança. Segundo técnicos do Idaron, a região não teve, até agora, notificação de morte de animais devido a cheia.

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O produtor rural Sideonil de Lazari, que estava informando a vacinação de 1.400 cabeças de bovinos, disse que a região não foi muito atingida. “Na minha fazenda alagou uma região de um igarapé, cerca de uns 100 metros de campo, mas já secou e está normal”.

Frigorífico

Na entrada do distrito de Extrema, está abandonada uma estrutura que seria um grande frigorífico. Com financiamento do BNDES, a unidade foi, segundo moradores da região, adquirida pelo grupo JBS que abandonaram a obra.

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Segundo moradores, que pediram para não ter o nome revelado, se pronta, a unidade poderia gerar, além de muitos empregos, recursos e poder aquisitivo melhor para a população de Extrema, o que iria melhorar muito a qualidade de vida na região.

Movimento fraco

Raquel Toledo Vieira, proprietária de um restaurante na entrada de Extrema, se lamenta muito com a cheia. “Tinha dia que a gente não tirava para pagar a gasolina da moto”. Segundo ela, em dias normais seu faturamento girava em torno de R$ 400,00/dia. Agora, “quando a gente tira R$ 120,00 acha é bom”. Foram quase 60 dias praticamente sem trabalhar.

Mas segundo ela está voltando ao normal, “aos poucos, muito devagar”. Isso se explica, segundo ela, pois os motoristas nem param mais para “recuperar o tempo perdido”. Segundo ela, “são muitos pais de família que precisam honrar suas contas e estão correndo atrás”.


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Fonte
Texto: Geovani Berno
Fotos: Ésio Mendes
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Governo, Saúde


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