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24/11/2024

TERCEIRA IDADE

Casa do Ancião São Vicente de Paulo, em Porto Velho, promove festa junina e alegra tarde de idosos

01 de julho de 2016 | Governo do Estado de Rondônia

Arraial do Ancião foi realizado na tarde desta quinta-feira

Arraial do Ancião foi realizado na tarde de quinta-feira

Internos da Casa do Ancião São Vicente de Paulo assistiram em silêncio à celebração da missa pelo padre Marcelo Moschini e jantaram alegremente na festa junina promovida quinta-feira (30) na sede da entidade, na rua Tenreiro Aranha, centro de Porto Velho.

Fartura de alimentos: arroz à grega, frango assado, farofa, galinha picante, vatapá e mingaus. No espaço da festa, balões, bandeirolas e outros enfeites se destacaram. Cuidadores usaram traje caipira. Às 14h20, uma hora antes da missa, eles começaram a ocupar lugares nos sofás e cadeiras de plástico. Cadeirantes também ocuparam lugar nas laterais e ao redor da mesa.

Primeiramente chegaram Luiz Matias, Samuel, Aurélio e dona Isabel Dorvalina. Depois, os demais. A assistente social, Tânia Nicolau, penteou o cabelo e fez maquiagem na “Miss Anciã”, Maria Aparecida Queiroz, 72 anos.

Outras assistentes preparam as demais, enquanto os homens se divertiram ao olhar no espelho suas gravatas coloridas e pinturas faciais. Sorriam e ganhavam abraços e afeto.

O presidente do grupo “Anjos do Bem”, Gabriel Lorenzo, 18 anos, e a vice-presidente, Carliane Barbosa, organizaram enfeites e animaram a festa, acompanhados da equipe da Pastoral da Pessoa Idosa da Igreja Católica.

“Apoiando projetos sociais em Porto Velho, o “Anjos do Bem” trabalha desde 2014 na Casa do Ancião”, contou Gabriel.

Doces e comidas típicas foram servidos

Doces e comidas típicas foram servidos

Estagiários das faculdades Iesb, Fimca, São Lucas e Unopar cuidam diariamente do atendimento fisioterapêutico e emocional dos 33 internos.

Ao lado de um banner com fotos dos internos havia outro com os dizeres: “Ser terapeuta ocupacional é acreditar que todas as pessoas são capazes, independente de sua condição”.

ESFORÇOS DE MEMÓRIA

Valdemiro Rodrigues, 74, responde convicto à pergunta a respeito do que fez na vida antes de chegar a Casa: “Sou soldado da borracha”.

Devagarinho recordou-se da viagem de navio desde o porto de Fortaleza, do trem da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, de três irmãs e cinco irmãos criados com ele na Serra da Meruoca (CE). “É a Maria Judite, a Rita, o José Rodrigues caboclinho, o Francisco Doro”, disse lembrando de alguns deles.

Gutierre Fernandes, 96, não parou um minuto. Enquanto a missa não começava, ele caminhava de um lado a outro conduzindo os repórteres às cestas ecológicas confeccionadas a mão e penduradas num varal. Mostrou documentos atestando que foi expedicionário na 2ª Guerra Mundial, em campos da Itália. Sua identidade é de Macapá-AP, mas o fluente sotaque espanhol revela suas longas andanças pela América Latina, atestou a diretora da Casa, assistente social Dejanira Silva. “Ele conhece quase todo o Brasil”, disse ela.

Arraial do Ancião fotos de ésio mendes-30.06.2016  (6)

Gutierre manuseia palhacinho ao som de forró

Ativo, embora tenha um marca-passo no coração, ele acorda diariamente às 5h, ajuda na limpeza e faz artesanato. Ex-trapezista no Circo Dandi, cujos integrantes naufragaram na costa do México, duas décadas atrás, Gutierre tem longa ficha artística: toca berimbau e dança. “No circo eu fui domador de tigres e elefantes”, disse manuseando um palhacinho que se requebra ao som do forró. Antes de chegar a Porto Velho, esteve internado um período na Santa Casa de Campo Grande (MS).

Antônio Silva Santos, 78, cearense de Coreaú, perto de Viçosa, contou que deixou aquele estado em 1958, “com a intenção de ajudar na construção de Brasília”. Não deu certo, e ele decidiu então para Porto Velho, trabalhando na roça nos tempos do governador Ênio Pinheiro” [1961-1962].

Trabalhou também na antiga Vila Rondônia, hoje Ji-Paraná; em Machadinho do Oeste e Jaru. No interior deste último, acidentou-se na fazenda de Garon Maia, quebrando uma perna, e ainda garimpou ouro no lugar conhecido por Jenipapo.

De lá para cá, Antônio conheceu outro lugar denominado Viçosa, uma colônia próxima à Colônia dos Japoneses, em Porto Velho. “Eu estava sofrido, deitado num colchão na varanda, quando dona Lurdes [então diretora da Casa do Ancião] me recolheu; não posso nunca me esquecer dela”, disse.

Lembrou-se de um filho a quem chama de Nascimento e que estaria morando em Manaquiri (AM). Dos cinco irmãos, segundo relatou, restaram ele e Ana, que atualmente mora em Brasília (DF). “Ela quer vir me buscar, mas eu quero mesmo ir pra São Paulo”.

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Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Ésio Mendes
Secom - Governo de Rondônia

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