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PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Transferência de peças da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré dá novo fôlego para acervo

26 de março de 2015 | Governo do Estado de Rondônia

Peças estão sendo levadas para

Peças da Madeira-Mamoré foram transferidas para o bairro Lagoinha

Um ano depois de recolher da enxurrada peças pesadas dos trens da extinta Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, o governo de Rondônia deu como consolidado o seu apoio na salvação desse patrimônio histórico e cultural de Rondônia.

O superintendente estadual de Turismo, Júlio Olivar, informou que até a próxima sexta-feira (27) será concluída a transferência das peças grandes e pesadas do patrimônio da EFMM, do depósito da extinta Empresa de Navegação de Rondônia, para um barracão de 3,4 mil m² alugado pela Fundação Cultural (Funcultural) do Município de Porto Velho, no bairro Lagoinha, na zona Leste.

“Na enchente de 2014, quando a água subia rumo aos galpões, já providenciávamos a transferência das peças para o Prédio do Relógio”, lembrou  Olivar. Segundo ele, cabe agora à Setur, seguir zelando pelas peças de alto valor histórico e arqueológico depositadas desde a cheia de 2014 em salas e até no corredor do Prédio do Relógio.  “O cuidado com as peças mais sensíveis a mudanças é a garantia da sua conservação”, explicou o superintendente.

Apoiam diretamente a Funcultural de Porto Velho na operação: o 5º Batalhão de Engenharia e Construção, a Base Logística da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, a Superintendência Estadual de Turismo (Setur) e as Secretarias Municipais de Serviços Básicos, Trânsito e Obras. Esses órgãos oferecem caminhões e servidores que se dedicam ao remanejamento das peças pesadas.

“Militares de Logística emprestam as cintas para erguer as peças, e os do 5º BEC, os munques”, explicou a chefe da Divisão de Patrimônio da prefeitura da Capital, Arlene Bastos Lisboa.

Cadeiras fazem parte do acervo a ser preservado

Cadeiras fazem parte do acervo a ser preservado

Olivar explicou que o Complexo Madeira-Mamoré “nada tem a ver com o estado”, entretanto, exigiu especial atenção do governo pelo fato de pertencer à iconografia amazônica. O Serviço de Patrimônio da União (SPU) cedeu, até 2020, à prefeitura, a administração dos bens patrimoniais históricos da EFMM. Durante a administração do ex-prefeito Roberto Sobrinho, a revitalização de galpões, oficinas e praça custou R$ 15 milhões.

Alguns geradores pesam mais de duas ou três toneladas por unidade e exigem pelo menos meia dúzia de homens para movê-los. Lacradas por técnicos do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as peças serão desenferrujadas, limpas e, em alguns casos, terão identificadas as cores da pintura original.

Estão no barracão, cadeiras estofadas dos vagões, monotrilhos, cofres, bigornas, caldeiras, turbinas, ferramentas, aparelhos de oxigênio, entre outras ferragens.

O Prédio do Relógio, próximo ao rio Madeira, segundo Arlene Lisboa, continuará abrigando peças sujeitas a danos, caso sejam novamente remanejadas. Entre elas: armários espelhados, cristaleiras, louças, talheres, chapeleiras, fotografias sem legenda, sinos, ferramentas, medalhas, moldes de madeira, diversas peças arqueológicas, armários e utensílios domésticos.

Peças diversas fazem parte do acervo secular

Peças diversas fazem parte do acervo secular

O solo argiloso sob o galpão ribeirinho desocupado e o risco de outras enchentes, enquanto não for construído o prometido muro de contenção, justificaram o pedido do superintendente da Setur. Apoiado pelo governador Confúcio Moura, ele endereçou ofício à Confederação Nacional da Indústria (CNI) propondo parceria para a construção de uma escola tecnológica no estacionamento. Seriam necessárias 30 pilastras de aço e só com a blindagem seriam gastos mais de R$ 3 milhões de um total de R$ 7 milhões estimados para o empreendimento completo.

O prédio abrigaria sala para exibição de filmes, guarda de documentos, centro de atendimento ao turista e espaço alternativo. Tudo ao lado do prédio inaugurado pelo ex-governador Araújo Lima, em 1951, e onde também já funcionaram o Fórum da Comarca (nos anos 1970) e a sede do extinto Banco do Estado de Rondônia (anos 1980).

“Ao contrário do que pensam algumas pessoas, o estático não agrega valor”, disse Julio Olivar. Para ele, na modernidade “museu não pode mais ser visto como depósito de velharias, porque deve ter função didática”.


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Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Daiane Mendonça
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Água, Convênios, Economia, Empresas, Governo, Indústria, Infraestrutura, Legislação, Rondônia, Serviço, Servidores, Sociedade, Solidariedade, Tecnologia, Transporte, Turismo


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