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23/11/2024

RESSOCIALIZAÇÃO

Reeducandos do sistema prisional de Porto Velho concluem curso de instalação hidráulica

28 de setembro de 2015 | Governo do Estado de Rondônia

Os 19 reeducandos concluíram o curso de instalador industrial.

Os 19 reeducandos concluíram o curso de instalador industrial

Pelo menos 19 reeducandos da Casa de Detenção Dr. José Mário Alves da Silva (Urso Branco) concluíram neste mês o curso de instalador hidráulico, que teve duração de 200 horas, totalizando aproximadamente dois meses e meio. A ministração dos cursos dentro das unidades prisionais faz parte do projeto de ressocialização feito pelo governo estadual em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Conforme o secretário estadual de Justiça, coronel Marcos Rocha, a parceria com o Senai tem dado certo, proporcionando aos reeducandos atingir o foco principal trabalhado dentro do sistema prisional do Estado de Rondônia, que é a ressocialização. Sobre o curso, o titular da Sejus disse que o importante é que os cumpridores de pena aprendam a respeitar o próximo e saiam do sistema com uma profissão.

Segundo a articuladora de mercado do Senai na construção civil, Andreia Lourenço, o principal objetivo do projeto é   posteriormente, quando os reeducandos saírem do sistema  prisional, estarem reingressando ao mercado de trabalho.

Andreia explicou que a direção da unidade é que seleciona os reeducandos que poderão participar do curso, e diante da documentação o Senai alinha com o instrutor que ministrará dentro da unidade.

“A motivação do curso é para que quando eles saírem do sistema prisional não retornem à vida do crime, mas, sim, terem uma profissão. Os reeducandos demonstram bastante interesse em ter uma formação para não voltar à vida do crime. O intuito é dar continuidade ao projeto para não parar.  Este projeto atua dentro de todas as unidades prisionais de Porto Velho”, ressaltou Andreia.

TROCA DE EXPERIÊNCIA

Para o professor de construção civil do Senai, José Luiz Ximenes de Souza, ministrar curso para os reeducandos foi uma troca de experiência. “Eu me sinto feliz em estar ministrando cursos aos reeducandos e os ajudando a se reintegrarem à sociedade. Fui o mais simples possível, dando atenção para todos. Eles me receberam muito bem. Sempre os aconselhei a aproveitar o tempo dentro do sistema prisional para estudar, pois quando saírem vão precisar de uma profissão. Eles demonstraram interesse, e todos estão aptos para trabalhar na profissão”, afirmou o professor.

José Oliveira disse que nunca teve oportunidade de fazer um curso profissionalizante quando estava fora do sistema prisional.

José Oliveira disse que nunca teve oportunidade de fazer um curso profissionalizante, quando estava fora do sistema prisional

 

Dentro do sistema prisional desde 2006, José Oliveira de Lima, 35 anos, diz que nunca teve oportunidade de fazer um curso profissionalizante quando estava fora do sistema. “Estou sentindo muita alegria em ter recebido o diploma de um curso, e de ter sido tratado com todo respeito, carinho e atenção. Eu Admiro muito o caráter do meu professor, uma pessoa do bem, da paz. Ele nos entende, conversa, abraça e nos ensinou muito. O que ele sabia, nos transmitiu e hoje posso dizer que sou capaz de fazer meu trabalho confiante. Posso dizer que sou um instalador hidráulico com toda a confiança”, comemorou o reeducando.

José de Lima ainda relatou que se envolveu com drogas pensando que iria enricar e se dar bem. Estava atrás de aventura e se deu mal. ”Passei por várias humilhações, apanhei muitas vezes pela minha ignorância. Tenho marca de tiro no meu corpo, foi quando aceitei Jesus dentro da cadeia,  fui para a igreja e tive oportunidade de fazer esse curso dentro do presídio. Fui acolhido pelos professores e através disso tive uma mudança de vida no meu coração e pensamento. Agora meu pensamento é sair daqui e me empregar. Em agosto de 2016 sairei do regime fechado para o regime aberto, gostaria que alguma empresa me desse a oportunidade de trabalhar. Sou pai de sete filhos, quatro moram comigo, sustento minha família através  do auxílio reclusão  e do artesanato que faço dentro do presídio. Assim que entrei no sistema prisional fui abandonado pela minha família, mãe, irmão e quase que a minha esposa também, por que eu só arrumava confusão, discutia com os agentes, aí foi quando fui tocado por Deus, e deixei de usar drogas, tive a capacidade de fazer um curso e hoje deixo um conselho para meus colegas que também estão dentro do sistema prisional: que pensem em suas famílias que estão necessitadas da sua presença. O crime não oferece nada. Têm muitas promessas, porém não ganhamos nada. Devemos aproveitar todas as oportunidades de estudar, se formar e se tornar um profissional”, reforçou.


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Fonte
Texto: Cíntia Xavier
Fotos: Cíntia Xavier
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Assistência Social, Capacitação, Cursos, Educação, Governo, Justiça, Rondônia, Sociedade


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