DESENVOLVIMENTO
28 de fevereiro de 2018 | Governo do Estado de Rondônia
O distrito de Surpresa, em Guajará-Mirim, é considerado um bom lugar para se viver para mais cerca de dois mil moradores que residem na localidade. A margem do rio Guaporé, predomina a tranquilidade e o amor pelo local que acolhe indígenas, descendentes de bolivianos, gente que está há muito tempo e outros que estão chegando agora atraídos pelos investimentos que o distrito recebeu do governo de Rondônia nos últimos anos.
Investimento na Saúde, Educação e apoio a agricultores e pecuaristas são considerados os principais avanços no distrito. ‘‘O governo de Rondônia fez um posto de saúde excelente, construiu uma escola municipal muito moderna com telhado com controle da temperatura que é administrada pelo município e agora mais recentemente uma nova Idaron [Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia]’’, afirma o chefe EAC da Idaron do distrito de Surpresa Jeferson Guedes e morador do local há 10 anos.
Jeferson destaca que o distrito recebeu um olhar humanizado na gestão Confúcio Moura. ‘‘O governador tem vindo constantemente no distrito. Ele se comprometeu com a comunidade em fazer o máximo que ele pudesse por essa comunidade para que o distrito não ficasse abandonado como era. Ele teve vontade mesmo de trabalhar por todos nós aqui. Surpresa deu passos muito grandes, as coisas se organizaram inclusive temos ambulanchas para o transporte de pacientes’’, conta Jeferson.
Um dos pilotos das ambulanchas é o marinheiro fluvial Gean Torres Lopes que também concorda que o distrito mudou para melhor nos últimos anos. ‘‘Antigamente o posto de saúde era de madeira, hoje em dia temos uma estrutura moderna e tem um médico cubano do Programa Mais Médicos para atender a comunidade e ainda enfermeiros e técnicos de enfermagem. Com isso o número de viagens pelas ambulanchas diminui de sete para três ou quatro por mês’’, afirma Gean.
AGROPECUÁRIA
O distrito tem 49 mil hectares, destes apenas 17 mil são de lotes, outros 32 mil é a região conhecida como ‘‘baixadão’’, a margem do rio, imprópria para moradia, ela é usada para plantação de cultivos de ciclos curtos como o da banana. A agricultura e a pecuária avançam no distrito como apoio de órgãos do governo.
Há cerca de dois anos foi introduzida a cultura do inhame no distrito. O casal Juliana e Adriano Santos é o responsável pela novidade. ‘‘Meu marido veio visitar o distrito e viu que era boa para plantar inhame. Lá em São Francisco do Guaporé onde morávamos as terras já estão muito fraca e contaminada, então aqui encontramos a situação ideal’’, afirma.
O casal tem incentivado outros moradores a também investir na cultura como o agricultor Edilson Guilherme Schulz. Além do inhame, ele também possui plantações de Urucum, banana e uma horta orgânica. ‘‘Trabalho junto com o pessoal da Emater que sempre me dão dicas porque só trabalho com compostagem orgânica na minha horta. Esse apoio faz a diferença’’, considera Edilson.
A presença da Idaron na região também traz impactos positivos para a pecuária da região. No órgão há 110 proprietários rurais cadastrados e o rebanho é de cerca de 7 mil cabeças de gado. O pecuarista Sebastião Pereira do Nascimento, 62 anos, lamenta não ter conhecido o distrito antes. ‘‘Conquistei aqui o que não consegui em outro lugar: sossego e ter minha criação de gado’’, afirma Sebastião. Quando ele começou a criação de gado há oito anos eram só seis novilhas, agora são cerca de 25 cabeças.
‘‘Vendo de oito a 10 cabeças todo ano. Antigamente não vinha comprador de fora e a gente tinha que vender até a prazo, agora eles vem e pagam até um preço melhor. Tá ficando bão’’, afirma Sebastião. O gado de Surpresa tem como destino Costa Marques, São Francisco e São Domingos. Sebastião também investe na produção de leite. São 45 litros por dia que ele sai pelas ruas do distrito vendendo juntamente com os queijos produzidos.
‘‘Agora com esse prédio novo da Idaron ficou muito melhor. Isso mostra que o governo está valorizando o distrito. O pessoal da Idaron está sempre nos apoiando, vem corrigir o que estamos fazendo, vacinar o gado porque temos que ter animais saudáveis’’, conta Sebastião.
HISTÓRIA
Os moradores dos distrito de Surpresa sobrevivem da pesca, agricultura, pecuária; são funcionários públicos ou aposentados. É forte no distrito a presença de descendentes de indígenas e bolivianos devido à proximidade com o país vizinho. A região é cercada pelas aldeias indígenas Sotério, Sagarana; Baia da Coca; Ricardo Franco e ao fundo do distrito tem o parque Serra da Cutia.
O aposentado João Sesari, 73 anos, nasceu no distrito de Surpresa. Acompanhou a evolução da comunidade desde a época que nem dinheiro circulava pelo local, o que existia era a troca de mercadorias. As casas eram de palhas. ‘‘Dr. Confúcio nos ajudou muito e está ajudando. Esse distrito mudou muito. Antes aqui quando a gente adoecia era só a fé em Deus, tomava remédio do mato. Agora temos posto de saúde, escola e a Idaron que ficou bonitinha e eu me alegro muito’’, considera João.
Como muitos na região, ele é descendente de bolivianos e relata a história da ocupação do distrito. O pai dele contava que 35 famílias bolivianas estavam trabalhando extraindo seringa no tempo da guerra do Paraguai com a Bolívia e o patrão ficou sabendo da guerra e disse que única solução para eles não irem para guerra era irem a localidade onde na época só havia um homem paulista, o Tancredo Farias de Matos, que morava com a esposa dele boliviana e precisa de gente para trabalhar para ele.
‘‘Alguns preferiram ir para guerra e nunca mais voltaram, entre os que ficaram estava meu pai. Aqui eles trabalhavam tirando lenha. Tinha muita massaranduva na região’’. João também revela o motivo do nome do distrito. ‘‘Os rapazes que passaram a morar aqui foram andar pelo distrito para procurar o tinha e encontraram castanha, poalha que é uma planta medicinal e madeiras. Para eles foi uma surpresa e esse ficou sendo o nome do distrito’’, revela João.
Uma terra que surpreende até hoje pela força e amor dos moradores que acreditam no potencial do distrito. João, por exemplo, já chegou a morar em Porto Velho e Guajará-Mirim, mas foi mesmo em Surpresa que decidiu fixar raízes. ‘‘Aqui é muito calmo e muito bom. Aqui é um paraíso’’, garante.
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Fonte
Texto: Vanessa Moura
Fotos: Ésio Mendes
Secom - Governo de Rondônia
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