Indígenas trocam culturas em curso

Projeto Açaí: multicultura

O intercâmbio cultural por meio da música e da dança foi o tema da aula interdisciplinar e multicultural do Projeto Açaí 3. O curso destinado à formação de professores indígenas, ministrado pelo governo estadual teve apresentações ontem (28), no auditório do Hotel Fazenda Minuano, em Ji-Paraná, onde ocorreu a primeira fase do Projeto Açaí, iniciado no dia 12 deste mês.

“Cada etnia vive os próprios costumes. Aqui temos oportunidade de conhecer mais cada parente nosso”, afirmou o coordenador da Organização dos Professores Indígenas de Rondônia (Opiron) Anderson Suruí. Ele atribui grau de parentesco aos participantes do Projeto Açaí. “Nossa luta agora não é mais com flechas, mas com documentos”, bradou.

O Projeto Açaí tem o objetivo de preparar os participantes, de várias etnias para que eles assumam as salas de aulas nas próprias aldeias. O curso dura em média três anos e é realizado em etapas pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc). “A qualidade da educação indígena em Rondônia é diferenciada em relação aos demais estados brasileiros”, assegura o professor Alécio Valois, que representou o coordenador estadual de educação indígena Flávio Luiz Gonçalves dos Santos.

Para o coordenador, a atividade multicultural é importante, porque se trata de uma troca de conhecimento entre os povos. De Guajará Mirim, o líder Gevanildo Orowaram avalia o projeto como fundamental para a própria defesa dos povos indígenas. “Com conhecimento somos mais fortes na luta em favor dos nossos interesses”, disse. Ele propõe a defesa da língua, cultura e costumes, assim como o conhecimento da cultura dos outros povos.

Gevanildo Orowaram