Emoção na festa para as mães do Abrigo Único

Maria de Nazaré Almeida emocionou suas companheiras no Abrigo Único, na manhã de domingo (11), quando decidiu animar famílias que, como a dela, tiveram suas vidas afetadas pela enchente recorde do rio Madeira. Recém-chegada, Nazaré manifestou solidariedade às mães que recebiam homenagens da Defesa Civil Estadual. “Ainda quero conhecer todas vocês, mas sei que são guerreiras por enfrentarem com coragem esta situação. Mas, o melhor ainda está por vir. Deus vai mostrar o caminho”, afirmou diante de mulheres e crianças que não contiveram o choro.

A homenagem no Dia das Mães foi organizada pela Defesa Civil Estadual e animada pela banda de música da Polícia Militar. Oficiais do Corpo de Bombeiros levaram suas esposas e filhos para prestigiar o evento. Tudo foi organizado com apoio da gestora do abrigo, a psicóloga Maria de Fátima Oliveira, para quem a rápida cerimônia foi mais uma das inúmeras atividades que ainda teria que coordenar durante o dia.

Sob uma tenda de lona, as mães e filhos pequenos foram saudadas pelo comandante geral do Corpo de Bombeiros e coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Lioberto Caetano. Ele disse que, ali, todos estavam empenhados em oferecer o melhor para reduzir os transtornos causados pela enchente àquelas famílias. “Estamos aqui para amenizar o sofrimento de vocês e valorizar este dia”, afirmou.
Grávida

Cada uma das mães presentes recebeu lembranças, mas para uma delas, o dia era ainda mais especial. Maria Jacy Almeida tem três filhos (está grávida do quarto, que nasce nos próximos dias) e estava aniversariando. A banda da PM tocou “Parabéns prá você” e Jacy se emocionou. “É muito importante participar de uma festa como esta, ajuda a esquecer um pouco os nossos problemas”, admitiu com lágrimas nos olhos. Ela está no Abrigo Único há pouco mais de 10 dias. Desabrigada pela enchente, passou mais de dois meses alojada numa escola da capital.
Redes
Após a entrega das lembranças foi anunciado que as gestões da juíza Sandra Silvestre resultaram na doação de 60 redes, que serão utilizadas por crianças nas tendas maiores durante a tarde, quando o calor é mais forte. A magistrada visitou o Abrigo Único na semana passada e revelou que tentaria amenizar o impacto do calor para as crianças.
A gestora do abrigo, psicóloga Fátima de Oliveira, disse que enchente do rio Madeira, por sua amplitude, continua produzindo ensinamentos. É ela quem lida diretamente com os abrigados e ouve seus anseios. Ali, diz Fátima, não pode ser mãe. “Aqui tenho que ser técnica, é preciso ter firmeza e buscar o melhor para eles”, concluiu.
A festa para as mães do Abrigo Único foi prestigiada por oficiais do Corpo de Bombeiros e, segundo o coronel Caetano, foi um evento realizado com carinho como parte das ações para que o impacto da enchente seja menor. “Vamos continuar fazendo melhorias, mas, naturalmente, o ideal é que esta situação não se prolongue”, afirmou.