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Educação

Abaitará evita êxodo rural em Rondônia

09 de dezembro de 2014 | Governo do Estado de Rondônia

O curso profissionalizante de nível médio em Agroecologia e Meio Ambiente do Instituto Estadual de Educação Rural Abaitará começa a mudar antigos hábitos no campo, na região Centro Sul de Rondônia. A revolução silenciosa, baseada na pedagogia da alternância, incentiva os alunos a divulgar fora do meio escolar os benefícios para a saúde da produção de alimentos sem uso de defensivos agrícolas.

Criado pela Lei 732, de 3 de outubro de 2013, o instituto forma  técnicos para atuar em empreendimentos do setor de sustentabilidade em agroecologia, a partir de uma metodologia de ensino teórico e prático que promove o desenvolvimento econômico no campo e reduz o êxodo rural ajudando na fixação do homem no sítio.

A metodologia associa métodos de pesquisa e extensão tecnológica relacionada aos sistemas de produção orgânica, fortalecimento da agricultura familiar, empreendedorismo, associativismo e promoção do desenvolvimento rural harmônico e sustentável.

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Núbia Barbosa, aluna

Segundo a orientadora educacional, Patrícia Santos Schefer, a metodologia reforça ainda a consciência ambiental entre os filhos dos produtores que estudam na instituição.  A aluna Núbia Viana Barbosa, de 19 anos, e no 2º ano do curso de agroecologia é um dos mais de cem alunos, integrante do grupo que começou a difundir entre os parentes e amigos o conhecimento que aprende na sala de aula.

“Revolução” começa em casa

Idealista, Núbia aprova a pedagogia da alternância que intercala folgas a cada 15 dias de estudo em regime de semi-internato para que os alunos pratiquem e façam seus experimentos em casa ou na propriedade rural.  Por aprender a produzir com adubos orgânicos e sem usar defensivos agrícolas, está confiante e aposta num futuro profissional garantido e bem-estar da humanidade.

Antes mesmo de concluir o curso, sempre que visita o avô José Rolim conversa com ele sobre os prejuízos causados à saúde com o uso de defensivos agrícolas. “Não consegui mudar tudo na cabeça dele, mas aos poucos ele está entendendo muitas coisas boas”.

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Patrícia Santos Schefer, orientadora educacional

A notícia da reabertura do instituto, após dez anos de paralisação das atividades do antigo modelo de Escola Agrícola, motivou Núbia a se inscrever para o teste seletivo para ingresso no curso. Agora faz planos para não deixar a zona rural e diz pretender depois de formada retornar para o sítio, em São Felipe, Linha Projetada, lote 102, km 8.

Núbia também pretende cursar a faculdade de engenharia de alimentos. “Aí sim, eu estarei realizada e pronta para conquistar minha independência”, diz. Ela tem consciência do desafio que é sair da zona rural para prestar vestibular numa faculdade pública de engenharia, mas está confiante. Em 2010, segundo o IBGE apenas 9% dos jovens e adultos residentes em Rondônia tinham acesso ao ensino público de nível superior. O Estado ficou em 3º lugar no ranking da região Norte atrás do Pará e Amazonas.

70% dos alunos são da zona rural

Cerca de 70% alunos moram na zona rural dos municípios criados a partir de antigos projetos de assentamento rural demarcados pelo Incra, na década de 1970. Período em que o governo federal incentivou milhares de brasileiros de outras regiões a migrar para Rondônia durante a execução da política de expansão da fronteira agrícola para o Centro Oeste e o Norte brasileiro.

O instituto recebe alunos de 15 municípios. A maioria mora nas regiões de Pimenta Bueno, Cacoal, Espigão do Oeste, Rolim de Moura, São Felipe, Nova Estrela, Primavera de Rondônia e Cujubim, este último o mais distante.  Com três turmas, uma de 1º e duas de 2º ano do ensino médio e profissionalizante, o instituto abriga ainda em suas instalações o ensino fundamental das séries infantil ao 5º ano para cumprir um acordo com a prefeitura de Pimenta Bueno, que transferiu para o domínio do Estado as terras da antiga fazenda.

A área total do instituto é de 272 hectares, dos quais 153 ha de floresta com nascentes e matas ciliares preservadas e funcionando atualmente como um centro de difusão do conhecimento agroecológico e consciência ambiental. Estima-se agora o aumento da sua capacidade de atendimento dos atuais108 para 228 alunos.

A primeira turma de técnicos em agroecologia concluirá os estudos no final de 2015. Mesmo ano em que o sistema do ensino passa a ser integral e encurtará o tempo de formação de quatro para três anos.

Com a adoção do período integral as aulas práticas passam a ser feitas nos próprios laboratórios da instituição em fase de construção. No primeiro mandato, o governo Confúcio Moura liberou R$ 3,6 milhões para construção da quadra poliesportiva, adequações de espaços das salas de aulas, alojamentos masculinos e femininos, lavanderia, refeitório, espaços de convivência, laboratórios, além da construção de unidades técnicas para aulas práticas, como curral, aprisco, pocilga e aviário.

São esses novos aparelhos e laboratórios que darão suporte à das aulas práticas nos pavilhões e áreas de cultivo do próprio instituto. O diretor Administrativo, Expedito Gonçalves Queiroz disse que uma emenda parlamentar de cerca de R$ 70 mil será aplicada na compra de 18 matrizes de vacas leiteiras e um touro reprodutor.

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O diretor Administrativo, Expedito Gonçalves Queiroz

Com o projeto de manejo de pastagem e produção de leite derivados serão industrializados e comercializados, pois o grande desafio dos atuais gestores é tornar o instituto de ensino autossuficiente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Fonte
Texto: Abdoral Cardoso
Fotos: Daiane Mendonça
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Agricultura, Agropecuária, Educação


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