ESPECIAL DIA DA MULHER
07 de março de 2018 | Governo do Estado de Rondônia
Há nove anos como servidora estadual, concursada na função de fiscal agropecuária, a veterinária Caroline Cadamuro é hoje um dos braços fortes da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron). Nada menos do que diretora técnica da agência, ela responde por toda a defesa agropecuária do estado, englobando desde a defesa sanitária animal, à defesa e produção vegetal, e ainda a fiscalização dos estabelecimentos que processam produtos e subprodutos de animal.
“Tem gente que pensa: ‘Ah, é só vacinar boi’. Isso é só uma das partes. Vacinar boi é como um dos ingredientes para fazer um bolo, e a gente cuida do bolo inteiro, inclusive vender o bolo depois. Da defesa vegetal, toda a produção de soja, milho, café, citrus, desde as mudas até a comercialização, trânsito dessa produção, cuidamos de todas as plantas de interesse econômico. Quanto à fiscalização percorremos frigoríficos, laticínios, entrepostos de ovos, entrepostos de mel, charque, tudo de origem animal é da nossa responsabilidade dentro do território rondoniense”, explica.
Caroline diz que os desafios de trabalhar na área, comumente estereotipada masculina, já começam na graduação. “Hoje em dia já mudou muito a Veterinária, mas para quem se formou há mais de 10 anos, como eu, ainda era uma época em que era um curso majoritariamente masculino. A minha turma tinha 60 alunos e só 10 eram mulheres. Nesse momento a pessoa já começa a sentir a diferença. Eu não vou dizer que isso seja difícil na Idaron porque não é verdade. Aqui a gestão é muito democrática, e eu nunca senti nenhum problema pelo fato de ser mulher. Temos uma harmonia muito gostosa de convivência”.
Considerando as mudanças da área agropecuária nos últimos anos, a diretora técnica diz que é mais fácil ver muitas mulheres dentro do segmento atualmente. “Em boa parte das agroindústrias que são fiscalizadas pela Idaron, são agriculturas familiares que são chefiadas por mulheres. E a gente tem um sexto sentido que os homens não têm. Eu até brinco com isso dizendo que não entramos em desvantagem, mas em vantagem por conta dessa sensibilidade. É o feeling que os homens não têm”, completa a profissional.
A inovação aplicada na gestão da diretora técnica é o investimento em pesquisa com recursos próprios. “Estamos pela primeira vez pegando recursos fruto da nossa própria arrecadação. Já este ano um recurso foi destinado à Fundação Rondônia de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa do Estado de Rondônia (Fapero), para custear projeto na área de pesquisa agropecuária, o que já é uma novidade muito importante para nós. Outra coisa que mudou é que, quando eu assumi em 2011, havia apenas 19 estabelecimentos cadastrados para fiscalização ( e isso quer dizer estabelecimentos que estão gerando emprego), e agora nós já estamos chegando a 100 indústrias, o que significa mais responsabilidade, mais produção de alimento e renda para o trabalhador da terra, e isso tem sido um desafio inenarrável”, declara Caroline.
O orgulho pela carreira em pleno fulgor fica estampado nas palavras da profissional, que carrega consigo o amor ao estado que a fez crescer. “Eu procuro nem rotular como mulher, mas como rondoniense, como alguém que nasceu e cresceu aqui, casou e teve os filhos aqui. Sou servidora pública por gosto, eu amo o que eu faço e não me imagino fazendo outra coisa, e apesar dos desafios e dificuldades de todos os dias, eu busco nisso o incentivo como algo para me fazer melhor. Esse é o meu estímulo, Que me dá vontade de acordar todos os dias e vir trabalhar. Não só como mulher, mas como mãe, isso é algo indescritível, saber que estou fazendo uma coisa que vai, de alguma maneira propiciar um lugar melhor para os meus filhos, que vai refletir no futuro deles, e isso não tem preço”, conclui Caroline Cadamuro.
HUMANIZAÇÃO
Com a entrega de 34 anos de serviço público, a doutora Stella Zimmerli, há sete anos é diretora do Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron). Aos 60 anos, a médica infectologista, especialista em doenças tropicais, chegou de São Paulo e logo já foi trabalhar no hospital. São anos dedicados à unidade, trabalhando como médica, passando pela direção algumas vezes, e voltando a gerir a unidade nos últimos sete anos.
“Fiz parte das comissões de discussão sobre a construção do hospital, sobre a planta da obra. É uma vida dedicada à esta unidade. Na época que foi inaugurado, o Dr. Confúcio (governador), era o secretário de saúde, e eu vim trabalhar aqui como médica. Já nesses últimos sete anos nós conseguimos aumentar nosso efetivo de pessoal, instalamos o Núcleo de Segurança do Paciente, que é altamente eficiente na melhoria da qualidade de assistência e atendimento”.
Muitas ações marcaram a gestão, que segundo a diretora é de maioria feminina. “Modernizamos o nossos raios-x, implementamos o laboratório, que era terceirizado e agora é próprio, instalamos o Núcleo de Nutrição Enteral, não precisando mais de empresa terceirizada para fazer as dietas por sonda, agora tudo é feito no hospital. Renovamos também as nossas ambulâncias, e existe um projeto em andamento, faltando só o licenciamento ambiental, para fazermos uma grande reforma no hospital, e que para ser licitada precisa desse documento. Estamos aguardando apenas isso, porque já temos até o financiamento de R$ 3 milhões para cobrir a construção de uma nova UTI com 10 leitos e a reforma do prédio”, conta.
Apenas na gerência de manutenção, direção clínica e laboratório, o hospital conta com liderança masculina. São mulheres as gerentes de todos os demais setores, além de serem também maioria no efetivo do hospital, o que para a diretora da unidade, é o que garante mais humanização. “A mulher é mais sensível, tem mais jeito para dar a assistência que os pacientes precisam. Como mulher eu me sinto muito orgulhosa de estar à frente da unidade, e poder contribuir com o crescimento da assistência com qualidade, de participar da história desse hospital, que faz parte da minha essência, afinal é uma vida o tempo que estou aqui”, considera.
E por falar em tempo, a médica infectologista lembra o quanto foi difícil quando os filhos ainda eram pequenos, e por ficar muito mais no trabalho do que em casa, foi preciso muita força para dar conta de tudo. “Tive a ajuda do meu marido e dentro das possibilidades a gente dava a atenção que eles precisavam, fazendo tarefas escolares à noite, enfim. É complicado, mas a gente consegue. A mulher de hoje tem que ser independente, trabalhar, ter vida própria, se realizar. Agora eu já estou na época de me aposentar. Vou terminar esse compromisso até o final dessa gestão, e depois eu vou me aposentar. Mas parar não dá. Vou continuar com a docência até quando Deus quiser. Não quero ficar parada também de uma vez. Trabalho com os casos de Aids, e tenho pacientes que estão comigo há muitos anos, que eu vi os filhos deles crescerem, acompanho tudo por 20 ou 25 anos, a gente cria vínculos. Tem quer ser gradativo”.
Por fim, Stella Zimmerli agradece e reconhece a importância do trabalho das funcionárias, que com comprometimento trabalham para dar o atendimento humanizado. “Já que o hospital é terciário, essas pessoas já chegam aqui encaminhadas de todo um processo de busca pelo tratamento, então que façamos sempre o melhor. Esse nosso efetivo feminino, que é maioria, é muito forte, e se não fossem elas não teríamos os resultados positivos no acolhimento dos nossos pacientes, de forma que eles possam se recuperar para voltar á vida normal deles. É isso que a gente ambiciona”, finaliza.
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Fonte
Texto: Vanessa Farias
Fotos: Daiane Mendonça
Secom - Governo de Rondônia
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