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TRADIÇÃO

Definido calendário da Festa do Divino de 2018, no Vale do Guaporé

08 de junho de 2017 | Governo do Estado de Rondônia

O Conselho Geral da Irmandade do Divino Espírito Santo e membros das 15 diretorias que representam comunidades ribeirinhas de Rondônia e da Bolívia, no limite com o Vale do Guaporé, região onde há 123 anos é realizada a Festa do Divino Espírito Santo, aprovaram em reunião, em Surpresa, distrito de Guajará-Mirim, o calendário para a Festa do Divino de 2018. Foram discutidos o tempo que a romaria vai ficar em cada localidade a ser  visitada e qual será a comunidade que recepcionará a coroa no final do evento.

Maria Isabel e Orlando se dedicam à irmandade desde 2003

O coordenador do Conselho Geral da Irmandade do Espirito Santo, Orlando Ibanez Cuellas, disse que é tradição em cada localidade onde se encerra a festa religiosa, após 50 dias, aproveitar a oportunidade em que as lideranças de regiões longínquas estão presentes para discutir a jornada que se encerra, seus contratempos e acertos, e iniciar a organização da próxima edição.

O grupo se reuniu na sexta-feira (2) e sábado (3) nas dependências da Escola Estadual Salomão Melgar, onde funciona turmas do ensino fundamental, duas salas para mediação tecnológica e o Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (Ceeja).

Em 2018, a Festa do Divino Espírito Santo será iniciada no dia 4 de abril, na comunidade de Surpresa, com cerca de 1.500 habitantes, e concluída na localidade boliviana de Versalhes, onde as atividades ocorrerão de 16 a 20 de maio. Serão ao todo 38 localidades a receber os romeiros.

Membro da Irmandade do Divino Espírito Santo desde 2003, Orlando Cuellas, natural de Costa Marques, encontrou em Minas Gerais Maria Isabel Rodrigues, com quem se casou há 30 anos. Ele é formado em administração de empresas, trabalhou mais de três décadas em uma multinacional e voltou a morar em Costa Marques, onde coordena a festa, que apesar das dificuldades de logística, acontece anualmente.

“A maior dificuldade que a gente tem é prover a romaria do combustível necessário. A parte da alimentação é fornecida pelas próprias comunidades ribeirinhas. O grande dilema, todos os anos, é o combustível para vencer mais de dois mil quilômetros entrando pelo rio Guaporé e seus afluentes. Para atender à romaria, entre a catequese (preparação dos membros da irmandade) e o final  dela, são 50 dias”, disse, completando que são 2.300 litros de diesel.

Conforme Maria Isabel, a despesa inclui lubrificantes, gasolina para suporte do motor e polpa e para uma situação de emergência identificada pelo “mensageiro” que atua anunciando a chegada da coroa em cada localidade a ser visitada, para que os moradores se preparem para receber o cortejo religioso.

“A dificuldade de transporte, graças a Deus, é sempre vencida. Muitas diretorias representam regiões mais humildes, que não têm condições de ter o combustível total que procuramos determinar para cada uma. Essa cota estipulada é igual para todos. Por isso é preciso começar a trabalhar com antecedência”, explicou.

Orlando ressaltou que a assembleia é autônoma, decide quantos dias a romaria vai ficar em cada lugar para que a diretoria da comunidade trabalhe com antecedência. “Fazemos no Conselho Geral da Irmandade um link com as 15 diretorias para que observem a aplicação do estatuto”, afirmou.

As diretorias estão instaladas nos municípios de Costa Marques, São Miguel do Guaporé e Pimenteiras, e as localidades de Surpresa, Forte Príncipe, Pedras Negras, Porto Murtinho, do lado brasileiro, além de Cafetal, Piso Firme, Bela Vista e Versalhes, do lado boliviano.

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Fonte
Texto: Mara Paraguassu
Fotos: Bruno Corsino
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Cultura, Distritos, Evento, Governo, Rondônia, Sociedade, Turismo


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