Secretaria de Justiça doa materiais esportivos para a Penitenciária Federal de Porto Velho

A Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) entregou nesta segunda-feira (19) materiais esportivos confeccionados pelos reeducandos que trabalham na Fábrica de Bolas do Presídio Ênio Pinheiro para a Penitenciária Federal de Porto Velho. Foram doadas três redes de vôlei, uma rede de futebol de campo, dez bolas de vôlei, dez bolas de futebol de salão e cinco bolas de basquete. Os materiais serão utilizados em programas esportivos para os servidores e reeducandos da Penitenciária Federal.

Os materiais doados serão utilizados para o futebol dos reeducandos e atividades úteis dos servidores. do presídio Federal

A Fábrica de Bolas foi instalada em 1999, e o material esportivo doado faz parte do programa de reinserção social Pintando a Liberdade, que mesmo extinto proporcionou a confecção das bolas de couro e redes. Atualmente, o projeto conta com 80 reeducandos na produção no Ênio Pinheiro, mas envolve cerca de mil apenados das unidades prisionais de Porto Velho, Ariquemes, Buritis, Jaru, Ouro Preto, Ji-Paraná, Cacoal, Vilhena e Rolim de Moura no trabalho de finalização, como a costura, que é desenvolvida na carceragem.

Os reeducandos que participam do programa têm remissão de pena prevista na Lei de Execução Penal, de um dia a cada três trabalhados, e todos são remunerados pela sua produção.

De acordo com o adjunto da Sejus, Marcus Amaral, um dos objetivos do Governo de Rondônia é que os projetos de ressocialização funcionem de forma satisfatória. “A Sejus tem trabalhado no sentido de ampliar esses projetos para uma parceria com a Secretaria de Educação (Seduc) para que todos os materiais esportivos das Secretarias de Estado sejam produzidos a esta oficina. Essa parceria já aconteceu em outros momentos com a Superintendência da Juventude Cultura Esporte e Lazer (Sejucel)”, disse.

O diretor da Penitenciária Federal, Cristiano Tavares Torquato, explicou que os materiais doados serão utilizados para o futebol dos reeducandos e atividades úteis dos servidores. “Todas as atividades praticadas dentro do presídio acontecem com base em um protocolo de normas de segurança.  Assim conseguimos manter a segurança e garantir a assistência. Esta doação é fruto de uma parceria com a Sejus que já vem de longa data”, afirmou Torquato.

Reeducando e gerente da Fábrica de Bolas do Presídio Ênio Pinheiro, Cleódio Batista,  trabalha no projeto de ressocialização há sete anos,  e diz já estar ressocializado. “Consegui me ressocializar quando comecei a ocupar minha mente. Antes eu não pensava em mudar de vida, apenas no crime. Depois que entrei no projeto, minha vida mudou. Hoje sou resultado da confiança das pessoas em mim, do Judiciário e da Sejus. Estive pensando nos crimes que cometi, nas pessoas que fiz chorar, que magoei, e hoje, de todo o coração, peço perdão a todos. Sei que isso não vai mudar em nada o que eu fiz,  mas  por isso hoje eu venho trabalhando com a ressocialização para que outros  presos  também saiam ressocializados. Eu digo que tem mudança, sim,  basta querer mudar”, ressaltou.