Governo de Rondônia
24/04/2024

Agevisa reforça divulgação sobre prevenção durante a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose

10 d agosto d 2022 | Governo do Estado de Rondônia Publicação

Mosquito palha ou asa dura é mais encontrado em lugares úmidos, escuros e onde existem muitas plantas

Todos os anos na semana que incluiu o dia 10 de agosto celebra-se a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose. A data instituída pela Lei Federal n° 12.604/2012 também está sendo lembrada em Rondônia pela Agência Estadual de Vigilância em Saúde – Agevisa, com a divulgação de informações sobre prevenção à doença.

De acordo com o diretor-geral da Agevisa, Gilvander Gregório de Lima, “o objetivo desta semana é justamente estimular ações educativas e preventivas, além de promover as políticas públicas de vigilância e controle da leishmaniose; apoiar as atividades de prevenção e combate à leishmaniose”, destacou.

A Organização Mundial de Saúde – OMS estima que 350 milhões de pessoas estejam expostas ao risco das leishmanioses em diferentes partes do globo, responsáveis por 12 milhões de casos no mundo, com registro aproximado de 2 milhões de novos casos das diferentes formas clínicas, e que, por ano, cerca de 60 mil mortes acontecem devido às leishmanioses.

TIPOS DE LEISHMANIOSE

As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por mais de 20 espécies de leishmania (um gênero de protozoários). Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos. Há dois tipos de leishmaniose: tegumentar ou cutânea e visceral ou calazar.

Objetivo da Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose é estimular ações educativas e preventivas

A leishmaniose visceral em humanos é considerada pela Organização Mundial de Saúde, uma das essenciais doenças negligenciadas do planeta, pois ocorre com maior frequência em populações socialmente mais vulneráveis, principalmente em crianças. É uma doença grave e que pode levar à morte se não for tratada oportuna e adequadamente.

Por esses motivos, caracteriza-se como um desafio à saúde pública mundial e um dos principais problemas de saúde veterinária para os cães, com alta relevância à saúde pública no Brasil.

Ainda segundo o diretor da Agevisa, não há registro de casos autóctone da Leishmaniose Visceral em Rondônia, somente da forma tegumentar, que, em nível de mundo, apresenta ampla distribuição geográfica e atinge 85 países, distribuídos em quatro continentes: Americano, Europa, Ásia e África, com registro anual de 0,7 a 1,3 milhão de casos novos. No Brasil – está presente em todo seu território, tendo sido notificada nas cinco regiões brasileiras. “Aqui em Rondônia, não tem sido diferente, a doença é endêmica, com registro de casos nos 52 municípios que compõem o Estado”, alertou o diretor da Agevisa.

TRANSMISSÃO

A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Os flebótomos medem de 2 a 3 milímetros de comprimento e devido ao seu pequeno tamanho são capazes de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas. Apresentam cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas quando estão em repouso. Seus nomes variam de acordo com a localidade; os mais comuns são: mosquito palha, tatuquira, birigui, cangalinha, asa dura e palhinha. O mosquito palha ou asa dura é mais encontrado em lugares úmidos, escuros e onde existem muitas plantas.

As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico e o cavalo.

Transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado

Na leishmaniose cutânea, os animais silvestres que atuam como reservatórios são os roedores silvestres, tamanduás e preguiças. Na leishmaniose visceral, a principal fonte de infecção é a raposa do campo.

Embora alguns canídeos (raposas, cães), roedores, tamanduás, preguiças e equídeos possam ser reservatório do protozoário e fonte de infecção para os vetores, nos centros urbanos, a transmissão se torna potencialmente perigosa por causa do grande número de cães, que adquirem a infecção e desenvolvem um quadro clínico semelhante ao do homem.

A doença não é contagiosa, nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal ao outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado. Na maioria dos casos, o período de incubação é de 2 a 4 meses, mas pode variar de 10 dias a 24 meses.

SINTOMAS DA LEISHMANIOSE VISCERAL

– febre intermitente com semanas de duração;

fraqueza; 

– perda de apetite;

emagrecimento;

anemia;

– palidez;

– aumento do baço e do fígado;

– comprometimento da medula óssea;

– problemas respiratórios;

– diarreia;

– sangramentos na boca e nos intestinos.

SINTOMAS DA LEISHMANIOSE CUTÂNEA

Duas a três semanas após a picada pelo flebótomo aparece uma pequena pápula (elevação da pele) avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta, bordas avermelhadas, que demoram para cicatrizar. A doença também pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca.

Outra forma da doença é a mucocutânea, em geral transmitida pelo Leishmania braziliensis. A ferida primária tem as mesmas características da cutânea simples. A diferença é que, ao mesmo tempo, ou meses depois, surgem metástases nas mucosas da nasofaringe que destroem a cartilagem do nariz e do palato provocando deformações graves.

A presença de nódulos espalhados pelo corpo, sobretudo nos membros, é a principal característica da leishmaniose cutânea difusa. Já na leishmaniose disseminada, o paciente apresenta inúmeras lesões ulceradas espalhadas por todo o corpo, que surgem de repente e podem vir acompanhadas de febre, calafrios e mal-estar.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

A detecção e tratamento precoce da leishmaniose devem ser prioritários, pois a doença pode levar à morte

O diagnóstico da leishmaniose é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais e, assim como o tratamento com medicamentos, deve ser cuidadosamente acompanhado por profissionais de saúde. Sua detecção e tratamento precoce devem ser prioritários, pois ela pode levar à morte.

Para os cães acometidos pela doença, já existe tratamento autorizado no País, devendo ser prescrito e acompanhado por médico veterinário.

PREVENÇÃO

Não há vacina contra as leishmanioses humanas. As medidas mais utilizadas para a prevenção e o combate da doença se baseiam no controle de vetores e dos reservatórios, proteção individual, diagnóstico precoce e tratamento dos doentes, manejo ambiental e educação em saúde, como também:

– evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à mata;
– fazer dedetização, quando indicada pelas autoridades de saúde;
– evitar banhos de rio ou de igarapé, localizado perto da mata;
– utilizar repelentes na pele, quando estiver em matas de áreas onde há a doença;
– usar mosquiteiros para dormir;
– usar telas protetoras em janelas e portas.

Outras medidas importantes podem ser elencadas, como: manter sempre limpas as áreas próximas às residências e os abrigos de animais domésticos; realizar podas periódicas nas árvores para que não se criem os ambientes sombreados; não acumular lixo orgânico, objetivando evitar a presença de mamíferos próximos às residências, como roedores, que são prováveis fontes de infecção para os flebotomíneos.

 

  • Publicação autorizada de acordo com o Processo n° 0600299-38.2022.6.22.0000 do Tribunal Regional Eleitoral – TRE/RO

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