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23/12/2024

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Comitê Integrador e empresários debatem a Ferrovia Binacional Brasil-Peru

25 de setembro de 2015 | Governo do Estado de Rondônia

A China constrói uma ferrovia em três anos, a exemplo da Xangai-Pequim, enquanto o Brasil demora 30 anos para alcançar essa meta. Apenas uma empresa chinesa mobiliza 200 mil trabalhadores e dois mil engenheiros.

Fórum reuniu empresários governo

Encontro reuniu empresários, políticos e governo

O fato foi lembrado nesta sexta-feira (25) pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO), ao fazer palestra  durante o 2º Encontro do Comitê integrador Ferrovia Binacional, no auditório da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero).

“Em pouco tempo, Porto Velho será um grande centro de logística, mas nós não temos recursos; sem investimentos chineses, por muito tempo essa ferrovia ainda seria um sonho”, alertou o senador.

O trecho de 3,5 mil quilômetros dessa projetada ferrovia ligará o Rio de Janeiro a Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Acre e Peru. Dentro de Rondônia, ela terá 760 quilômetros. Ele defende a licitação de 300 em 300 quilômetros, atendendo a diferentes polos de produção de grãos, calcário, madeira e outros produtos.

Segundo Raupp, autoridades e empresários chineses avaliaram as obras em US$ 53 bilhões. “Senti que o interesse é verdadeiro, ao constatar dois fatos: 120 empresários e autoridades da China estiveram em Brasília, e o embaixador percorreu cidades de Rondônia e Mato Grosso, de ônibus”, disse.

Os secretários da Agricultura e de  Planejamento, Evandro Padovani e George Braga; o vice-governador Daniel Pereira; e o superintendente da Suder, Rubens Nascimento, participaram do encontro.

NOVA ROTA ANIMA EMPRESÁRIOS

Autoridades estaduais, empresários e representantes comerciais e diplomáticos da Bolívia, Peru e do Panamá Ferrovia Bioceânica [ou Transcontinental] comemoraram o início do funcionamento da nova rota de escoamento de produtos de Rondônia e da Amazônia pela Mediterrânea Shipping do Brasil Ltda. (MSC), considerada a segunda maior empresa de navegação do mundo.

Desde o mês passado, as cargas exportadas por Rondônia chegam em menos de 40 dias ao destino. “Não há mais passeio da carga, depois da chegada ao porto de Manaus (AM)”, disse o empresário Gilberto Maciel, diretor da empresa SC, operadora da MSC.

A MSC tem 17 serviços semanais entre Manaus e o porto Cristobal-Balboa, na Cidade do Panamá, movimenta 470 navios, tem mais de dois mil funcionários e atua em Rondônia desde 2010, informou seu presidente, Elber Alves Justo.

“As mercadorias rondonienses são embarcadas imediatamente, passando pelo porto de Belém e dali, rumam para o Panamá, originando essa economia de tempo para chegar aos grandes portos mundiais”, explicou.

“Rondônia tem matéria-prima e investidores, mas ainda depende do bom funcionamento da logística; ela é fundamental para dar competitividade aos nossos produtos”, afirmou o presidente da Federação da Fiero, Marcelo Thomé.

Thomé reivindicou paradas do trem, além de Porto Velho e Vilhena, extremos da ferrovia. “O êxito competitivo da nossa região com o mercado mundial também depende delas, e essa defesa deve ser feita em bloco”, sugeriu.

UNIÃO DE ESFORÇOS PELA HIDROVIA

“Na crise é que se cresce. A solução está em nós mesmos, nessa união de potencialidades regionais [referindo-se aos estados do Acre, Amazonas e Mato Grosso]”, proclamou o chefe da Casa Civil Emerson Castro.

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Encontro foi promovido pela Fiero

Ele lembrou o funcionamento de câmaras temáticas que já cuidam da área tributária e da produção agrícola, entretanto, espera que o governo estadual possa antecipar-se aos gargalos da hidrovia. Mencionou, por exemplo, a existência de sítios arqueológicos e meio ambiente.

O custo médio de um quilômetro da hidrovia está avaliado em US$ 34 mil, enquanto o da ferrovia sobe para US$ 1,4 milhão. Já o custo de uma rodovia é de US$ 440 mil, estima a Fiero. Outros números fornecidos pela entidade: a vida útil de uma embarcação pode chegar a 50 anos, enquanto o trem dura 30 anos, e o caminhão, apenas dez.

Ainda conforme a Fiero, na hidrovia é de R$ 9 o valor do frete por quilômetro, para o transporte do volume de mil toneladas; na hidrovia ele custa R$ 16, e na rodovia, R$ 56 – o mais alto e não recomendado para distâncias superiores a 300 quilômetros.

“Com toda essa importância, a sinalização do rio Madeira ainda é artesanal e a dragagem não pode mais ser adiada; tem que acontecer na hora certa”, apelou o deputado Marcos Rogério (PDT-RO).

O vice-governador Daniel Pereira propôs urgência na integração comercial entre Rondônia e Bolívia. “Já estamos a rodovia até Guajará-Mirim, a nossa parte está pronta, agora temos que deixar o isolamento”.

Ele informou no encontro que esteve em Trinidad [Departamento do Beni, Amazônia Boliviana] e constatou a existência de um mercado consumidor de aproximadamente 4 milhões de pessoas. “Somando-se aos nosso, que chega a 1,7 milhão, o que estamos fazendo para deixar o isolamento?”, questionou. Pereira retornará em outubro à cidade boliviana, para participar de uma feira de negócios.

A hidrovia transportará grãos, pescado, carne bovina, madeira, entre outros produtos, rumo aos portos europeus e asiáticos.

“Nosso dever de casa vem sendo feito, do alfandegamento do aeroporto internacional à perspectiva de duplicação da rodovia BR-364”, disse o titular Superintendência de Desenvolvimento de Rondônia (Suder), Rubens Nascimento.

Lembrou a possível ampliação dos incentivos fiscais do estado, que já subiu de dez para 15 anos, e voltou a defender o asfaltamento de um trecho de 400 quilômetros da BR-319 [Porto Velho-Manaus]. “Precisamos desse trecho para completar os modais de transporte na região”, justificou.


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Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Assessoria Fiero
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Agricultura, Agropecuária, Água, Distritos, Economia, Empresas, Governo, Indústria, Infraestrutura, Legislação, Meio Ambiente, Obras, Rondônia, Sociedade, Transporte


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