Adolescentes da Unidade de Internação Masculina Provisória de Porto Velho participaram nesta semana do “Dia da Família”, numa programação que contou com apresentações de dança, músicas e ministração da palavra de Deus.

No “Dia da Família” os socioeducandos se envolvem em atividades que os fazem pensar, refletir e ter consciência de que quem realmente os apoia são os familiar

Segundo o diretor Alexandro Lopes Geber, o “Dia da Família” é o dia para que os sócio educandos pensem, reflitam e tenham consciência de que, quem realmente os apoia são suas famílias, e não os amigos da rua. Alexandro ressalta que as atividades realizadas neste dia refletem diretamente no comportamento positivo dos internos.

“Eles ficam interessados e perguntam quando terá novamente. No geral a maioria das famílias comparece no dia do evento, ajudam e auxiliam. Apenas a família dos adolescentes vindos do interior do estado, que não comparece”, explicou o diretor.

Atualmente a unidade tem 23 internos, com média de faixa etária entre 16 e 17 anos, a maioria preso por assalto a mão armada. Pelo menos 80% deles se envolvem em assalto para extorquir celulares, segundo Alexandro Geber.

De acordo com o idealizador do projeto, o socioeducador, Welinton Teles Ribeiro, o evento é realizado a cada 40 dias e é voltado para fins pedagógicos, onde são agregadas família e religião. “Diante disso, temos parcerias com algumas associações de bairros e igrejas que dão o suporte para que o evento aconteça. Já idealizamos várias temáticas e neste dia trabalhamos com temas referentes à família. Os adolescentes costumam ter um comportamento muito amigável e saudável antes e após o evento. A resposta que eles dão ao comportamento é positiva e em cima disso podemos trabalhar com a ressocialização”, disse.

Preso por homicídio, há mais de um mês, um dos internos relata que após chegar à unidade começou a ter consciência que só existem dois caminhos: o de Deus e do diabo. “Continuar nessa vida não vale a pena. Só existem dois caminhos para quem está na vida do crime: a cadeia ou o cemitério. Então eu prefiro seguir o caminho de Deus. É muito importante quando meus pais vêm me visitar, sinto muita falta deles. Quando chega o final de semana fico mais feliz, pois sei que vou receber a visita dos meus pais, que estão sempre do meu lado”, afirmou o adolescente.

Sirlene Bandeira dos Santos, mãe de cinco filhos, entre eles um adolescente interno, lamenta a falta do filho e diz que sempre quando pode vai visitá-lo. ”Ele faz muita falta em casa. É o meu filho caçula, quando ele cometeu o ato tinha 16 anos, estudava e trabalhava. Em momento nenhum vou abandonar meu filho. Sinto mais falta dele quando eu chego em casa do serviço e não o vejo, meu coração fica apertado”.