Agricultores indígenas de Rondônia se destacam na produção de café agroecológico

Agricultores indígenas do povo Suruí sendo atendidos por técnico em extensão rural da Emater Rondônia, em Cacoal

O crescimento da atividade rural em Rondônia está diretamente ligado às iniciativas da agricultura familiar, e também pelo engajamento das populações tradicionais, ribeirinhas e seringueiros que mudaram de atividade, deixando o extrativismo para priorizar a agricultura. Inicialmente impulsionada pela força dos migrantes que colonizaram o Estado, hoje, as populações indígenas também estão envolvidas na produção agrícola de escala econômica, inclusive ganhando prêmios de qualidade na produção.

Na pecuária, Rondônia cresceu e possui um grande rebanho, que atende todos os requisitos para a exportação. Outro destaque está na lavoura cafeeira, que tem referência em concursos nacionais e internacionais, tanto pela qualidade do produto quanto pelo cuidado agroecológico das lavouras.

PREOCUPAÇÃO SUSTENTÁVEL

Muitas propriedades se destacam na produção sustentável na cultura do café, além da produção de cacau, criação de peixes, e ainda contar com a produção de grãos e outras culturas de menor escala.

Todo esse desenvolvimento se deve à aceitação da tecnologia por parte dos agricultores, e neste ponto, cabe destacar os agricultores indígenas, que conservam suas tradições, mas não deixam de buscar informações na Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia – Emater/RO, para melhorar suas lavouras,  principalmente para o cultivo do café clonal.

Orientados pelos técnicos da extensão rural pública, os indígenas plantaram suas lavouras seguindo os princípios da agroecologia, e pelo segundo ano consecutivo (2020 e 2021), o café produzido pelo cacique Valdir Aruá conquistou os 3º e 2º lugares na classificação geral do concurso “Concafé”, na prova qualidade de bebida. 

DESTAQUE NO CULTIVO CAFEEIRO

A lavoura do café entrou para o cabedal de cultura dos povos indígenas e praticamente em todas as etnias mais populosas de Rondônia tem agricultores indígenas plantando café. O escritório local da Emater em Nova Colina, em Ji-Paraná, assiste várias famílias indígenas, dos povos Gavião e Arara, no cultivo do café.

Em Cacoal, há muitos anos, agricultores da tribo Suruí também cultivam café, com orientação da Emater. Nos últimos anos, o cacique Valdir Aruá, da Terra Indígena Rio Branco – no município de Alta Floresta, tem roubado a cena nos concursos  “Concafé”, realizado pela Secretaria de Estado da Agricultura –  Seagri, e também na Semana Internacional  do Café; evento que se realiza anualmente em Belo Horizonte e Minas Gerais, com seu café de bebida especial – cultivado segundo os princípios da agroecologia.