Recém-criada, Polícia Técnica de Rondônia adquire equipamentos e capacita profissionais

Técnicos trabalham no IML

Com autonomia administrativa e financeira, a Polícia Técnica e Científica de Rondônia projeta entrar para no seleto grupo das melhores do país em pouco tempo. Os setores que realizam a coleta e análise de vestígios obtidos em locais de crimes e confeccionam os laudos periciais estão reunidos na Superintendência de Polícia Técnica e Científica (Politec). O órgão vai levar capacitação para 40 profissionais de oito coordenadorias regionais do estado, em abril deste ano, com o curso “Olhando para o corpo de delito”.

O entusiasmo com que o superintendente da Politec, Girlei Marinho, enumera as conquistas recentes do órgão se justifica pelos tipos de laudos que são realizados no estado ao invés de depender de laboratórios localizados em outras regiões.

As análises de impressões digitais, por exemplo, na área de Papiloscopia Criminal são uma realidade em Rondônia. Da mesma forma, podem ser realizadas as perícias nas áreas de Informática Forense, que trata dos crimes cibernéticos e pedofilia; a Grafodocumentoscopia, que analisa documentos nos casos de fraudes, e a Fonética Forense, que pericia registros de imagem e voz.

Os peritos são profissionais que se especializam na sua área de formação para analisar e processar os vestígios para confeccionar os laudos.  Todo profissional da área, segundo Marinho, tem a preocupação em assegurar a integridade e idoneidade dos vestígios para conferir credibilidade ao seu trabalho.

Na definição de Girlei Veloso, o perito é um apaixonado pela profissão e capaz de passar a noite trabalhando para que os resultados sejam os melhores. “A carreira, destaca ele, exige muito conhecimento”. O próprio diretor é um exemplo. Formado em farmácia e direito, tem especializações e segue estudioso no campo da gestão pública.

DOCUMENTOS 

Os laudos periciais são documentos informativos nos inquéritos policiais e servem como prova nas sentenças judiciais, podendo ainda, eventualmente, ser instrumento para a defesa de acusados.

São base para os laudos os vestígios deixados na cena do crime, como cápsulas de balas, drogas, impressões digitais e até a saliva contida nos restos de cigarros, por exemplo.

O diretor-geral da Politec não esconde o entusiasmo quando fala dos novos rumos da Polícia Técnica. O órgão, que foi instalado em 2015, funciona  temporariamente nas instalações do Instituto Médico Legal até seguir para o espaço definitivo, que será amplo e funcional. Enquanto isto, novos e modernos equipamentos chegam regularmente.

Marinho diz que antes da autonomia administrativa não havia perspectiva para o futuro dos trabalhos periciais, que exigem constante evolução. A nova estrutura permitiu a execução de projetos que vinham sendo elaborados. Os convênios com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), por exemplo, viabilizaram a aquisição de equipamentos que conferem à Politec maior eficácia nos serviços.

CAPACITAÇÃO 

O curso “Olhando para o Corpo de Delito” é mais um instrumento de aperfeiçoamento promovido no âmbito da Politec. Será ministrado nas oito Coordenadorias Regionais que o órgão mantém nos municípios de Guajará-Mirim, Ariquemes, Jaru, Ji-Paraná, Cacoal, São  Miguel, Rolim de Moura e  Vilhena, onde estão 40 peritos.

Em média, cada coordenadoria instalada nos municípios de menor demanda tem três peritos. Nos maiores, há até seis.

Os instrutores serão peritos de Porto Velho e também das próprias regionais. “Temos ótimos profissionais espalhados pelo estado e que têm grande contribuição a prestar”, analisa o superintendente da Politec.

AUTONOMIA 

Rondônia foi o 20º estado a conceder autonomia administrativa à Policia Técnica e Científica no país. A proposta partiu do governo de Rondônia e levou em consideração as possibilidades de crescimento que a medida proporcionava.